quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Column: Reconciliation commission not enough

Collegiate Times - February 21st, 2007

Brett Morris, regular online columnist

On Monday, a commission set up by Indonesia and East Timor began its first hearing to further reconciliation between the two countries over the violence that occurred during 1999 when East Timor voted in a referendum to declare independence from Indonesia. The Commission of Truth and Friendship consists of 10 members, including experts from both countries. However, the new commission will do little to bring justice to those responsible for the crimes perpetuated during the 1999 referendum, as it lacks any real power.

One good reason Americans should care about East Timor and the pursuit of justice for victims in the country is that the U.S. government is directly complicit — and by extension American citizens are complicit —in not only the slaughter that occurred in 1999, but in a more than two-decade-long genocide against the East Timorese people. Only when U.S. citizens understand what has happened can true justice be administered and proper pressure be exerted to promote meaningful reconciliation.

In 1965, an Indonesian general named Suharto took power in Indonesia and installed a dictatorship. He proceeded to murder hundreds of thousands, perhaps millions, of landless peasants and wiped out the mass-based communist political party that had been run by the peasants. The CIA described this as "one of the worst mass murders of the 20th century," comparable to the likes of Hitler and Stalin, though they were happy to hand over lists of suspected communists to the Indonesian military.

The media, always willing to demonstrate their subservience to power, described the slaughter as "a gleam of light in Asia" and that "almost everyone is pleased by the changes being wrought" (New York Times). Suharto was praised right up through the 1990s in the U.S. media — as a "moderate," "at heart benign," "soft-spoken, enigmatic" and a "profoundly spiritual man." The Clinton administration declared that Suharto was "our kind of guy." Corporations, always the government's main constituents, quickly moved in to do business with Suharto's regime, which was described as an "investors' paradise." Chevron and Texaco ran a full page ad in the New York Times titled "Indonesia: A Model for Economic Development."

In 1975 Indonesia invaded East Timor, replacing the colonialist Portuguese. The United States and its ally Australia knew the invasion was coming and essentially authorized it. The United States and Australia reasoned that it may be possible to get a better deal on oil reserves in East Timor with a United States-backed Indonesia in power instead of allowing East Timorese independence. At this time, Indonesia was receiving over 90 percent of its arms from the United States in the name of "self-defense" for Indonesia. After the invasion, the arms flow increased at the same time that an arms suspension was declared publicly.

The United Nations Security Council ordered Indonesia to leave East Timor. This failed as then-U.N. Ambassador Daniel Patrick Moynihan explained in his memoirs that he took pride in making the United Nations "utterly ineffective in whatever measures it undertook" because the United States "wished things to turn out as they did." Although he admits that by this time 60,000 Timorese had been slaughtered in the invasion with U.S. arms, "almost the proportion of casualties experienced by the Soviet Union during the Second World War." The arms flow peaked during the Carter administration, with the ultimate death toll of East Timorese standing at about 200,000, in the worst case of genocide relative to population since the Holocaust.

Finally, in 1999, East Timor held a referendum on whether to become independent of Indonesia. The population was very courageous and voted that they wished to be independent. Indonesian militia forces backed by Jakarta moved in and killed over 1,400 people and left more than 250,000 displaced. The Clinton administration insisted that East Timor is "the responsibility of the Government of Indonesia, and we don't want to take that responsibility away from them," despite the fact that Indonesia is a U.S.-backed state under United States control. This was made evident a few days later when Clinton, under enormous international and domestic pressure, reversed the more than two-decades-long support for Indonesia's crimes in East Timor and informed the Indonesian military that the United States would no longer support their crimes. Indonesia quickly complied and immediately withdrew from East Timor. East Timor became an officially recognized state in 2002.

With the magnitude of such crimes, it is necessary to ensure justice through careful and deliberate proceedings. The current commission has no power to bring prosecutions and will have no legal ramifications whatsoever. It can only offer advice. In fact, the commission is most likely an attempt to forestall any real investigations of the crimes. A panel of experts from the United Nations has described the current commission as inadequate. Human rights groups and the Catholic Church in East Timor have described the commission as an "attempt to bury the past rather than pursue justice."

The United Nations should establish an international war crimes tribunal to truly make sure that justice is brought to the perpetrators of crimes in East Timor. Such a body would have enough power and clout to bring criminals to justice. However, it should not be forgotten, that if it was not for United States support and complicity of Indonesia for over two decades, the initial slaughters and eventual invasion could have been easily halted beforehand with a simple command from the master.

3 comentários:

Anónimo disse...

Timor-Leste
22-02-2007 12:00

Bispo de Baucau acredita no processo democrático


Em entrevista à Renascença, D. Basílio do Nascimento considera normais eventuais candidaturas de Ramos Horta e de Mari Alkatiri. Sobre Xanana Gusmão, diz que “não há pessoas insubstituíveis”.

Em relação às eleições, o que é que acha das candidaturas possíveis, tanto de Ramos Horta às presidenciais, como de Alkatiri às legislativas?
Eu acho que são cidadãos livres. Acho que, segundo a nossa Constituição, são gente com requisitos que fazem parte da Constituição: da idade, da sanidade mental, da capacidade, etc. Creio que todo o cidadão timorense é passível de se candidatar.

No caso do ex-Primeiro-ministro, Mário Alkatiri, poderá trazer algumas complicações porque há muitas pessoas que querem justiça em relação ao processo de que ele foi alvo. Outros apoiam-no...
Nós, na nossa maneira de fazer as coisas, fazemos de uma suspeita um julgamento. E creio que hoje em dia é necessário que nós saibamos mudar esta nossa mentalidade. A acusação não é uma decisão do tribunal, portanto, se o ex-Primeiro Ministro foi ilibado, evidentemente que as pessoas que estão nos tribunais também não são crianças e, sobretudo, dada esta situação de pressão em que nós vivemos, ter coragem de dizer que uma pessoa é inocente, exactamente por falta de provas suficientes, evidentemente que isso é um acto de coragem, mas também um acto de coragem baseado na ausência de provas que culpem a pessoa em questão. Segundo a nossa Constituição, todo o indivíduo que tenha o registo criminal limpo, evidentemente, que se pode candidatar.

A desistência do Presidente Xanana Gusmão vai ser má para Timor? Acha que ele ainda vai voltar atrás com essa decisão?
Sabe…neste momento, o Xanana é o Xanana, e é uma pessoa que tem muito peso na vida timorense. Mas também desde há um certo tempo, de há uns dois ou três anos, que eu o ouvi dizer que não se candidataria a um segundo mandato da Presidência da República. Não há pessoas insubstituíveis. Há gente com mais capacidade, com menos capacidade. Agora, evidentemente, quando as capacidades se juntam ao nome, evidentemente que os projectos saem bem. Mas ele não se quer candidatar! O que é que a gente vai fazer?

E a possibilidade de um clérigo se candidatar à Presidência? Falava-se em Ximenes Belo… Poderá haver outro nome ligado à Igreja, acha que isso é possível?
Não. Eu penso que não. E se eu for consultado evidentemente que me vou opor à candidatura de alguém do clero para este cargo. Creio que também, do ponto de vista do direito canónico, acho que não é permitido.

RR

Anónimo disse...

Coluna: comissão de reconciliação não é suficiente
Collegiate Times - Fevereiro 21, 2007

Brett Morris, colunista regular online

Na Segunda-feira, uma comissão montada pela Indonésia e Timor-Leste começou a sua primeira audição para mais reconciliação entre os dois países sobre a violência que ocorreu durante 1999 quando Timor-Leste votou num referendo para declarar a independência da Indonésia. A Comissão da Verdade e Amizade consiste em 10 membros, incluindo peritos de ambos os países. Contudo, a nova comissão pouco fará para trazer justiça aos responsáveis pelos crimes perpetrados durante o referendo de 1999, dado que não tem qualquer poder real.

Uma boa razão pela qual os Americanos deviam preocupar-se com Timor-Leste e a procura de justiça para as vítimas no país é que os USA foram cúmplices directos — e por extensão os cidadãos Americanos são cúmplices —não somente nos massacres que ocorreram em 1999, mas em mais de duas décadas de genocídio contra o povo Timorense. Somente quando os cidadãos dos USA compreenderam o que tem acontecido pode ser administrada justiça verdadeira e exercida pressão adequada para promover a reconciliação com significado.

Em 1965, um general Indonésio chamado Suharto tomou o poder na Indonésia e instalou uma ditadura. Prosseguiu assassinando centenas de milhares, talvez milhões de camponeses sem terra e aniquilou o partido comunista inserido nas massas que tinha sido dirigido por camponeses. A CIA descreveu isso como "um dos piores casos de assassínio em massa do século 20," comparável aos de Hitler e Estaline, apesar de estarem contentes ao entregar listas de suspeitos (de serem) comunistas às forças militares Indonésias.

Os media, sempre disponíveis para demonstrar a sua subserviência ao poder, descreveu o massacrecomo "um brilho de luz na Ásia" e que "quase toda a gente está satisfeita com as mudanças que estão a ser forjadas " (New York Times). Suharto foi elogiado até através de 1990s nos media dos USA — como um "moderado," "de bom coração," "moderado, enigmático" e um "homem profundamente espiritual." A administração Clinton declarou que Suharto era "o nosso tipo de homem." As Corporações, sempre os principais clientes dos governos, mexeram-se rapidamente para fazer negócios com o regime de Suharto, que foi descrito como um "paraíso dos investores." A Chevron e a Texaco tiveram um anúncio de página inteira no New York Times com o título "Indonésia: Um Modelo do Desenvolvimento Económico."

Em 1975 a Indonésia invadiu Timor-Leste, substituindo os colonialistas Portugueses. Os Estados Unidos e a sua aliada Austrália sabiam que a invasão estava para vir e autorizaram-se em essência. Os Estados Unidos e a Austrália consideraram que era possível terem um melhor acordo sobre as reservas de petróleo em Timor-Leste com uma Indonésia no poder apoiada pelos Estados Unidos em vez de permitires a independência Timorense. Nessa altura, a Indonésia estava a receber mais de 90 por cento das suas armas dos Estados Unidos em nome de "auto-defesa " para a Indonésia. Depois da invasão, aumentou o fluxo das armas ao mesmo tempo que foi declarado publicamente uma suspensão das armas.

O Conselho de Segurança da ONU ordenou à Indonésia para sair de Timor-Leste. Isto falhou como o então Embaixador na ONU Daniel Patrick Moynihan explicou nas suas memórias que ele orgulhou-se de tornar a ONU "completamente ineficaz em qualquer medida que tomou " porque os Estados Unidos "obrigaram as coisas a acontecer como aconteceram." Apesar de admitir que por essa altura já tinham sido massacrados 60,000 Timorense na invasão com armas dos USA, "quase a proporção de baixas experimentadas pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial." O fluxo das armas teve o seu ponto mais alto durante a administração Carter, com a última contagem de mortes de Timorenses a chegar a cerca de 200,000, no pior caso de genocídio relativo à população desde o Holocausto.

Finalmente, em 1999, Timor-Leste realizou um referendo sobre se se devia tornar independente da Indonésia. A população foi muito corajosa e votou que desejavam ser independentes. Forças de milícias Indonésias apoiadas por Jacarta entraram e mataram mais de 1,400 pessoas e deixaram mais de 250,000 deslocadas. A administração Clinton insistiu que Timor-Leste é "da responsabilidade do Governo da Indonésia, e não queremos tirar essa responsibidade deles," apesar do facto de a Indonésia ser um Estado apoiado pelos USA e sob controlo dos USA. Isto ficou evidente poucos dias mais tarde quando Clinton, sob enorme pressão internacional e doméstica, mudou o apoio de mais de duas décadas aos crimes da Indonésia em Timor-Leste e informou os militares Indonésios que os Estados Unidos não mais apoiariam os seus crimes. A Indonésia obedeceu rapidamente e retirou-se imediatamente de Timor-Leste. Timor-Leste tornou-se um Estado oficialmente reconhecido em 2002.

Com a grandeza de tais crimes, é necessário assegurar a justiça através de procedimentos cuidadosos e deliberados. A comissão corrente não tem poder para fazer prossecuções e não terá qualquer ramificação legal. Só pode dar conselhos. De facto, a comissão é muito provavelmente uma tentativa para evitar quaisquer investigações reais aos crimes. Um painel de peritos da ONU descreveu a comissão actual como inadequada. Grupos de direitos humanos e a Igreja Católica em Timor-Leste descreveram a comissão como uma "tentativa para enterrar o passado em vez de prosseguir a justiça."

A ONU devia estabelecer um tribunal de crimes de guerra para de verdade garantir que os perpetradores sejam levados à justiça em Timor-Leste. Tal órgão teria poder suficiente para levar os criminosos à justiça. Contudo, não deve ser esquecido, que se não fosse o apoio dos Estados Unidos e a sua cumplicidade com a Indonésia durante mais de duas décadas, o massacre inicial e a invasão eventualmente podiam ter sido facilmente paradas antecipadamente com uma simples ordem do controlador.

Anónimo disse...

Timor: Mandato da Missão da ONU prorrogado por um ano

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu esta quinta-feira por unanimidade prorrogar por mais um ano o mandato da Missão Integrada em Timor-Leste (UNMIT) e reforçar em 140 efectivos o contingente policial estacionado naquele país.
Os 15 membros do Conselho de Segurança adoptaram por unanimidade uma resolução que estende o mandato da UNMIT até 26 de Fevereiro de 2008.
A proposta de prorrogação do mandato da UNMIT e do reforço policial foi apresentada ao Conselho de Segurança, no passado dia 12, no relatório enviado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Diário Digital / Lusa
22-02-2007 18:53:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=264156

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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