quinta-feira, fevereiro 22, 2007

ALGUMA RELAÇÃO COM A ESPECULAÇÃO/FALTA DE ARROZ EM TIMOR-LESTE?...:

The Jakarta Post - Thursday, February 22, 2007

Editorial: Rice Security a Moving Target

Every time a bout of price rises hit the market, as they have done over the last few weeks, the basic issue of Indonesia's food security resurfaces, with the question of the need for rice imports setting off endless, fruitless debate.

As during the previous wave of rice price hikes in the first two weeks of last December, the government has again come out with a long list of what it will do to increase rice production. But again, like with its promises last December, the pronounced rice production expansion will remain on paper as soon as prices come down in the next few weeks as the harvest begins in several major rice producing areas.

Food security is always an emotional issue, as local food shortages and sudden hikes in food prices mobilize public sentiment. However defined, economically or politically, food security is clearly a public good the government must provide.

However, the current political approach to stimulating productivity growth through price policies and non-tariff barriers to imports is fraught with difficulties. There is even a great deal of confusion about the level of rice prices as many analysts, private research organizations and farmer representatives complain about low prices.

Even with the incentives provided by high domestic rice prices, farmers have failed to significantly raise productivity because they do not have access to new technologies. In fact, as Peter Timmer, an expert on Indonesian rice production, found in a study in 2004, higher rice prices have produced a zero-sum outcome -- any increase in rice farmers' incomes will be lost as rice consumers must pay higher prices.

Allowing rice prices to continue rising to give higher earnings to farmers, as many politicians and analysts have suggested, is entirely against common sense and will instead only hurt the majority of the people, 80 percent of whom are net rice consumers. In fact, as data at the Central Statistics Agency show, more than 75 percent of rice growers are themselves net rice consumers. And high prices hit the poorest segments of society hardest, because almost 25 percent of their household spending goes to rice.

Moreover, because of the country's long and porous coastline, close to several major rice exporting ports, it is nearly impossible for Indonesia's domestic rice prices to be kept much higher than border prices without resulting in the smuggling of rice into the country.
Policy-makers seem to stubbornly think that rice farmers need higher prices to stimulate production, and hence to improve Indonesia's food security, a policy the Soeharto administration embraced for more than three decades. But the current government seems to forget that the infrastructure that Soeharto built for his rice self-sufficiency strategy is now acutely inadequate.

The support infrastructure involved huge investments in irrigation and subsidized fertilizers, while the powerful State Logistics Agency (Bulog), which held import monopolies for rice, wheat, sugar and several other food commodities, operated rice storage units across the country and had almost unlimited access to subsidized credit financing.

The current Bulog not only is financially weak but also has been converted into a commercial entity that has to finance its own operations without steady revenue streams from lucrative import monopolies.

Hence, if the government decides to continue its present policy of controlling rice prices within a periodically reviewed range of floor and ceiling prices to ensure fairness for both consumers and producers, there should be a new political consensus to strengthen Bulog's resources, to enable it to build up large rice stocks through domestic or import procurements for market operations to stabilize prices.

However, in the long run, and in the absence of new technology breakthroughs and of any significant expansion in rice acreage outside Java due to a lack of irrigation networks, there seems to be no better alternative policies for the government, except to step up food diversification programs.

As we have often argued on this page, it would be virtually impossible to ensure food security based solely on a single commodity - rice - for the world's fourth largest nation, with a population of 230 million. Rice self-sufficiency across this vast archipelago is simply a moving target, as the key factors that influence output are completely beyond our control.

The government's agricultural revitalization program should therefore aim at encouraging crop diversification by making it cheaper for farmers, who diversify into higher-value crops such as fruits, to buy rice from the market. In the meantime, rice imports should remain open as a deterrent to the speculative rice trade and to meet domestic deficits in the event of harvest failures as a result of unfavorable climatic conditions.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
ALGUMA RELAÇÃO COM A ESPECULAÇÃO/FALTA DE ARROZ EM TIMOR-LESTE?...:
The Jakarta Post – Quinta-feira, Fevereiro 22, 2007

Editorial: Segurança de arroz um alvo móvel

De cada vez que um episódio de aumento de preços atinge o mercado, como tem acontecido nas últimas semanas, ressurge a questão básica da segurança alimentar da Indonésia, com a questão da necessidade de importações de arroz desencadearem debates infindos, sem conclusões.

Tal como durante a vaga anterior de aumentos de preços do arroz nas duas primeiras semanas de Dezembro último, o governo mais uma vez, veio com uma grande lista do que irá fazer para aumentar a produção de arroz. Mas mais uma vez, tal como as suas promessas de Dezembro passado, ficará no papel a expansão considerável de produção de arroz logo que os preços baixarem nas próximas semanas dado que vai começar a colheita em várias áreas importantes de produção de arroz.

A segurança alimentar é sempre uma questão emocional, dado que as carências alimentares e aumentos bruscos nos preços dos alimentos mobilizam o sentimento público. Seja como for definida, económica ou politicamente, a segurança alimentar é claramente um bem público que o governo deve garantir.

Contudo, a corrente abordagem política para estimular o crescimento da produtividade através de políticas de preços e de importações sem impostos de entrada está cheia de dificuldades. Há mesmo bastante confusão acerca do nível dos preços de arroz dado que muitos analistas, organizações de investigação privadas e representantes dos agricultores se queixam sobre preços baixos.

Mesmo com os incentivos dados por preços de arroz doméstico elevados, os agricultores falharam em aumentar significativamente a produtividade porque não têm acesso a novas tecnologias. De facto, como Peter Timmer, um perito na produção de arroz Indonésio, concluiu num estudo em 2004, preços de arroz mais elevados produziram um resultado de soma zero – qualquer aumento nos rendimentos dos agricultores de arroz será perdido dado que os consumidores de arroz vão pagar preços mais altos.

Permitir que os preços de arroz continuem a subir para dar mais receitas aos agricultores, como muitos políticos e analistas têm sugerido, é totalmente contra o senso comum e em vez disso só prejudicará a maioria das pessoas, 80 por cento das quais são consumidores líquidos de arroz. De facto, como mostram dados da Agência Central de Estatística, mais de 75 por cento dos cultivadores de arroz são eles próprios consumidores líquidos de arroz. E preços altos atingem com mais dureza os segmentos mais pobres da sociedade, porque quase 25 por cento das suas despesas domésticas vai para o arroz.

Além do mais, por causa da longa e porosa linha de costa do país, próximas de vários dos mais importantes portos exportadores de arroz, é quase impossível para a Indonésia manter os preços domésticos de arroz muito mais altos do que os preços na fronteira sem disso resultar no contrabando de arroz para o país.
Fazedores de política parecem teimosamente pensar que os agricultores de arroz precisam de preços mais altos para estimular a produção, e assim melhorar a segurança alimentar da Indonésia, uma política que a administração de Soeharto abraçou durante mais de três décadas. Mas o governo corrente parece esquecer que a infra-estrutura que Soeharto construiu para a sua estratégia de auto-suficiência em arroz é agora agudamente desadequada.

A infra-estrutura de apoio envolve enormes investimentos em irrigação e em fertilizantes subsidiados, ao mesmo tempo que a poderosa Agência de Logística do Estado (Bulog), que tinha o monopólio de importação de arroz, trigo, açúcar e vários outros produtos de consumo alimentares, operava unidades de armazenamento de arroz em todo o país e tinha acesso quase ilimitado a crédito financeiro subsidiado.

O Bulog corrente não só é fraco sob o ponto de vista financeiro como também foi convertido numa entidade comercial que tem de financiar as suas próprias operações sem canais de rendimentos estáveis de lucrativos monopólios de importações.

Por isso, se o governo decidir continuar a sua política actual de controlar os preços do arroz no interior de uma categoria periodicamente revista de preços máximos e mínimos para assegurar a justiça para ambos consumidores e produtores, deverá haver um novo consenso político para reforçar os recursos do Bulog, para o capacitar para construir grandes acumulações de arroz através de garantias domésticas ou importadas para operações em mercado para estabilizar os preços.

Contudo, à distância e na ausência de corta-caminhos de nova tecnologia e de qualquer expansão significativa em áreas de arroz fora de Java devido à falta de redes de irrigação, parece não haver nenhuma melhor política alternativa para o governo, excepto avançar com programas de diversificação alimentar.

Como tantas vezes temos argumentado nesta página, será virtualmente impossível garantir a segurança alimentar com base somente num único produto – o arroz – para a quarta maior nação do mundo, com uma população de 230 milhões. A auto-suficiência de arroz através deste vasto arquipélago é simplesmente um alvo móvel, dado que os factores chave que influenciam estão completamente fora do nosso controlo.

O programa de revitalização da agricultura do governo deve por isso encorajar a diversificação de culturas ao embaratecê-las para os agricultores, que diversificarem em culturas de maior valor tais como frutas, para comprarem arroz do mercado. Entretanto, as importações de arroz devem manter-se abertas como um dissuassor para o comércio especulativo de arroz e para responder a défices domésticos no evento de falhas de colheitas resultantes de condições climatéricas desfavoráveis.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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