Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O cerco militar ao major rebelde Alfredo Reinado é o mais recente episódio de uma crise de 10 meses em Timor-Leste que já causou a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri e profundas divisões entre os timorenses.
A seguir, a cronologia dos principais episódios da crise político-militar em Timor-Leste.
28 de Abril de 2006 - Uma manifestação convocada por centenas de militares contestatários e a sua repressão em Díli resultou na morte de cinco pessoas e em mais de 80 feridos, segundo números oficiais.
06 de Maio - Militares no activo, encabeçados pelos majores Marcos Tilman, Alfredo Reinado e Alves "Tara" aderem ao movimento contestatário para pressionar o presidente Xanana Gusmão a demitir o primeiro-ministro Mari Alkatiri.
17 de Maio - Reinado manifesta lealdade a Xanana e acusa Alkatiri de ter ordenado às Forças Armadas para substituírem a polícia nos confrontos de Abril em Díli.
23 de Maio - Confrontos em Díli entre as FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e homens liderados pelo major Reinado matam um homem e ferem seis outros.
24 de Maio - O major Alfredo Reinado manifestou-se disponível para "apertar as mãos" às forças internacionais que chegarem a Timor-Leste na sequência do pedido das autoridades timorenses e a "fazer a paz" nas condições do Presidente Xanana Gusmão.
25 de Maio - Xanana Gusmão assumiu pessoalmente o controlo das forças de segurança, retirando ao governo essa competência, na sequência de confrontos generalizados ao longo do dia em Díli, que provocaram pelos menos seis mortos.
01 de Junho - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, anunciou a demissão dos ministros da Defesa e do Interior, mas reiterou que se manterá à frente do governo.
16 de Junho - O líder dos militares rebeldes timorenses foi o primeiro a entregar a sua arma e carregadores aos militares australianos, no âmbito do processo de entrega de armas accionado pelo Presidente da República.
26 de Junho - Mari Alkatiri demitiu-se do cargo de primeiro-ministro de Timor-Leste após um "braço de ferro" com o Presidente da República, Xanana Gusmão, apesar da FRETILIN ter apoiado a sua continuação à frente do governo.
25 de Julho - A GNR encontrou uma quantidade indeterminada de munições numa casa em Díli onde vive há algumas semanas o major rebelde Alfredo Reinado.
26 de Julho - Reinado, e cerca de 20 dos seus homens, foram detidos por posse ilegal de armas no Centro de Detenção das forças militares e policiais internacionais estacionadas em Timor-Leste.
30 de Agosto - O major Alfredo Reinado evadiu-se da cadeia da capital timorense juntamente com vários reclusos.
24 de Novembro - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, defendeu que Reinado "deveria entregar-se à Justiça e responder pelos seus crimes".
25 de Janeiro de 2007 - A Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) insistiu que o major Alfredo Reinado deve "enfrentar a Justiça" entregando-se às autoridades.
25 de Fevereiro - O posto da polícia de fronteira de Maliana, sudoeste de Timor-Leste, foi assaltado por um grupo de homens liderado pelo major Alfredo Reinado, que levaram pelo menos 17 armas.
27 de Fevereiro - O major Alfredo Reinado está cercado em Same (interior Sul do país) por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF)
MCL/LAS Lusa/Fim
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
A crise político-militar que dividiu o país (CRONOLOGIA)
Por Malai Azul 2 à(s) 08:53
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
À cidade de Same também se chama Manufahi - terra de galinhas e porcos - na tradução local
"O Partido Republicano realizou a sua primeira conferência em Manufahi no fim-de-semana com o objectivo de eleger membros para as suas estruturas e preparar-se para as próximas eleições legislativas".
Porque escolhe o renegado Reinado este local?
O acesso vindo de Díli é muito dificil e tem uma saída fácil para a costa sul do lado da Austrália, será que pensa ser evacuado? Haverá algum milagre de última hora?
Porque é que o renegado inspira medo e se acha com autoridade para "confiscar" armas? Leia-se no lugar de "confiscar" - roubar.
Quantas pessoas estão em Same?
Já agora porque escolheu o partido Republicano precisamente Same? Quem são os seus fundadores e membros?
São questões que convinham serem analisadas e cruzadas para se entender melhor a situação.
Malai X
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