Diário Digital / Lusa 21-02-2007 13:05:18
As condições de segurança agravaram-se hoje em Díli com ataques a um armazém de alimentos e apedrejamentos a viaturas das Nações Unidas e do Governo, que causaram ferimentos em sete polícias a ONU (UNPOl).
Em resposta ao aumento da tensão na capital timorense, as autoridades responderam com mais soldados nas ruas e com o anúncio de um plano de importação e distribuição de arroz.
Sete elementos da Polícia da ONU (UNPOl) ficaram feridos nas operações de manutenção da ordem em diferentes pontos da cidade, no segundo dia de ataques sistemáticos a viaturas e elementos da missão internacional de paz (UNMIT).
As viaturas do Estado (identificáveis pelas matrículas oficiais, incluindo as que distinguem os membros do Executivo) e várias instalações públicas continuaram também a sofrer o ataque persistente de diferentes grupos.
As Forças de Segurança Internacionais (ISF) aumentaram as patrulhas de soldados australianos nas ruas de Díli e a UNPol reforçou as suas equipas com a deslocação de pessoal normalmente adstrito a funções administrativas.
Terça-feira de Carnaval, os gabinetes de dois ministros ficaram destruídos em dois destes incidentes.
Arcanjo da Silva, ministro do Desenvolvimento, mudou-se para o gabinete de Arsénio Bano, ministro do Trabalho e da Solidariedade, e é lá que tem despachado os assuntos da sua tutela.
Os dois ministros anunciaram hoje em conferência de imprensa que o Governo contratou a importação de 6.700 toneladas de arroz, que chegarão nas próximas quatro semanas.
O Governo estipulou um preço fixo para o arroz, 37 cêntimos de dólar por quilo, ou 9,25 dólares por 25 quilos, por referência ao preço anterior à crise de Abril e Maio de 2006.
Esta semana, a distribuição abrange um milhão de dólares em arroz, através dos 24 chefes de suco do distrito de Díli.
A escassez de arroz e o preço do produto À que em Lospalos (Leste) atingiu os 50 dólares por saca À contribuíram para a degradação da segurança na capital, como reconhece a UNMIT.
Um armazém do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, em Bebora, centro da cidade, foi assaltado e continua cercado por populares, dois dias depois de um outro armazém do PAM em Bebonuk ter sido alvo de uma tentativa de pilhagem.
«Tenho noção de que houve um aumento de incidentes violentos em Díli nas últimas duas semanas», admitiu hoje o representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.
«Isto implica desafios para o povo de Díli, dado que a violência interrompe a sua vida diária», acrescentou Atul Khare num comunicado distribuído a meio da tarde.
A erupção de violência nas ruas de Díli e a multiplicação de focos de tensão foram analisadas numa reunião extraordinária de segurança na UNMIT durante a tarde.
«Eu acredito que o povo de Timor-Leste merece melhor», sublinhou Atul Khare, que na madrugada de hoje, entre a 01:30 e as 02:30, visitou os «pontos quentes» da cidade, Kampong Alor, Bairro Pité e Fatuhada, na companhia do ministro do Interior, Alcino Barris.
Algumas organizações internacionais reduziram ao mínimo os movimentos do seu pessoal em Díli, mesmo em dia de tolerância de ponto para todos os serviços públicos.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Condições de segurança agravam-se em Díli
Por Malai Azul 2 à(s) 23:11
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Xanana Gusmão vai à América receber prémios e vai à Indonésia ao cinema com o General Wiranto.
Ramos Horta vai à Austrália, a nova Iorque, a Berlin, ao Vaticano, etc etc.Ele não pára de viajar...
Mas enquanto eles se passeiam, o povo sofre.
A situação de segurança em Dili agrava-se. Não há arroz e há fome. Mais presos fogem da cadeia. Turistas são impedidos de entrar no país.
O presidente e o primeiro ministro... passeiam-se.Conspiram. Fazem intriga. E planos para o seu futuro político...Fazem demagogia, entregaram o poder a estrangeiros e não resolvem um problema do país...
Pobre povo de Timor Leste. O país está mal entregue. A aliança Xanana Ramos Horta é a receita para o desastre!Como se vê nas ruas de Dili.
Em 1º lugar continuamos sem perceber bem o que a UNPOL anda por cá a fazer, à excepção do contingente da GNR (ao qual, desde a sua chegada, se tem tentado restringir a sua movimentação)que apesar de serem em número reduzido têm demonstrado grande eficácia, todas as restantes forças presentes no território têm sim, demonstrado grande incapacidade e ineficácia face às situações de violência e manutenção da ordem pública. É claro que a situação não é comparável à do Ruanda ou mesmo da Serra Leoa, no entanto a impressão que nos fica é a de que se encontram no território deliberadamente a "olhar para o lado " enquanto as situações de violência se desenrolam à sua frente (quase parece fazer parte de uma estratégia).
Em 2º lugar, porque será que quando interrogamos algum responsável da autoridade policial, sobre a falta de eficácia, nos surge sempre o mesmo discurso mais ou menos formatado sobre direitos dos cidadãos, direitos humanos, procedimentos judiciais e tretas semelhantes?...A realidade nos países ditos do 1º mundo é bem diferente, basta assistir a qualquer noticiário para verificar que actuação policial, face a manifestações ilegais ou não e situações de distúrbios públicos, não se resume a prender indivíduos (quando conseguem) e a transportá-los para o "centro de detenção". Na realidade, o termo "carga policial" há muito deveria ter sido posto em prática, tenho a certeza que o efeito seria bastante dissuasor, assim que começassem a surgir as primeiras pernas e braços partidos, creio que os infractores, numa próxima oportunidade, pensariam no mínimo duas vezes.
Por último é fantástico que a situação relativamente à falta de arroz tenha chegado a este ponto, que, em termos de instabilidade, serve de pretexto para tudo no que se refere à actuação dos grupos organizados a soldo das facções anti-governamentais. É no mínimo inacreditável que os responsáveis governamentais e respectivos assessores, quando há mais de um mês, tendo sido confrontados com a situação, não tenham tomado medidas sérias no sentido da minimização das consequências. Creio que só poderemos pensar que existe uma estratégia de desestabilização com base na falta de capacidade "intencional" das assessorias associada à enorme ingenuidade das autoridades governamentais
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