quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Chefe do Parlamento é candidato à Presidência do Timor

Lusa Brasil - 20-02-2007 09:30:09

Díli, 20 Fev (Lusa) - O presidente do Parlamento do Timor Leste, Francisco Guterres "Lu-Olo", anunciou nesta terça-feira a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de abril pelo partido Fretilin, o maior do país.

"Lu-Olo", presidente do partido majoritário timorense, anunciou a candidatura à chefia de Estado ladeado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, sob o slogan "Serei Presidente de todos e para todos".

O primeiro-ministro José Ramos Horta, instado a comentar a falta de apoio da Fretilin à sua eventual candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido majoritário não apoiou Xanana Gusmão, "que veio a ganhar com 84% dos votos".

Na sua declaração de candidatura, "Lu-Olo" sublinhou que "é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense".

"Vou continuar a ser presidente da Fretilin, mas não é por isso que vou ser um presidente (timorense) da Fretilin" se for eleito para a chefia do Estado, declarou "Lu-Olo" à Lusa.

Durante a campanha eleitoral, o presidente do Parlamento vai "naturalmente considerar" a suspensão do seu mandato e das funções que atualmente exerce.

Biografia

Francisco Guterres nasceu em 1954 em Ossú, distrito de Viqueque (Sul). Quando a Indonésia invadiu o Timor Leste em 1975, "decidiu fugir para o mato, onde viria a juntar-se ao pelotão comandado por Lino Olokassa, no Monte Perdido - Ossú", segundo a nota biográfica oficial do candidato presidencial.

Em julho de 1976, Francisco Guterres é nomeado vice-secretário da zona costeira Leste. Nas duas décadas seguintes, ocupou diferentes cargos na resistência armada timorense. Em 1997, "Lu-Olo" assumiu o cargo de secretário da Comissão Diretiva da Fretilin, após a morte de Konis Santana.

No mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional da Resistência Timorense, onde "Lu-Olo" ocupou vários cargos.

Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em julho de 2001, tendo sido reeleito em maio de 2006. Foi presidente da Assembléia Constituinte em 2001 e 2002 e, com a restauração da independência, passou a presidir ao Parlamento Nacional.

Ao candidatar-se à chefia do Estado, "Lu-Olo" recordou os companheiros de luta. "Como candidato da Fretilin, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passamos", declarou. "Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana". "Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação", disse "Lu-Olo" na sede da Fretilin em Díli, "tive sempre o privilégio de estar ao pé do nosso povo, para sentir a sua determinação em vencer". "Vivi e sofri com eles", acrescentou o presidente do Parlamento. "É também em nome deles que aceito ser candidato da Fretilin".

"Tenho consciência plena que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiram", explica Franciso Guterres na declaração de quatro páginas que leu em português e em tétum. "Sou católico convicto", frisou o candidato da Fretilin, prometendo ajudar "o diálogo entre as diferentes escolhas e opções".

"Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte de criação de conflitos", disse ainda "Lu-Olo". "Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas", comentou o presidente da Fretilin.

Até o momento, há candidaturas presidenciais da jurista Lúcia Lobato, pelo PSD, do deputado Manuel Tilman, do partido Kota, de Francisco Xavier do Amaral, do ASDT, e Avelino Coelho, do PST.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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