SMH – February 21, 2007
Mark Forbes, Herald Correspondent in Denpasar
Tales of blood and tears are flowing from a Commission of Truth and Friendship hearing into the atrocities committed in East Timor about the time of the 1999 independence vote.
Stories of cold-blooded killings of civilians and of the Indonesian military's role in organising and arming murderous anti-independence militia squads are re-emerging.
Privately, participants question whether the commission's goals of revealing the truth and promoting reconciliation are achievable.
Florindo de Jesus Brites spoke calmly yesterday of being slashed with swords by militia members who joined Indonesian soldiers to attack the home of the independence leader, Manuel Carrascalao, in April 1999. He fell next to his brother's body. "I couldn't move, I closed my eyes and everything went dark. I think that's why they left me."
Mr Brites, a high school student at the time, was asked about his injuries. He stood and peeled off his shirt to reveal the wounds on his back and arms.
He named the man who stabbed him first - a man from his own village. He also named the soldier he saw shoot his brother in the chest, and described militia and troops firing into Mr Carrascalao's house, killing 12 adults and the leader's 16-year-old son.
Militia and troops had surrounded the house after a radio call for those loyal to Indonesia to "find the CNRT [independence] people; we have to finish them off".
An earlier witness, Mateus Carvalho, the leader of Dili's notorious Aitarak militia, had dismissed the incident as a "family vendetta". Mr Carvalho was an army officer who was ordered to return to his village and form Aitarak. He said he had only acted to protect the community from independence fighters, "I never kill - if I did kill anyone, show me where I dispose of the corpses," he said.
Mr Carvalho's evidence contradicts Indonesian claims that the military had no role in the carnage that left more than 1400 civilians dead. He admitted the army had funded, armed and monitored militia activities.
Massacres in churches, country lanes and villages sound surreal in the sterile atmosphere of the commission hearings in a luxury Balinese hotel. During breaks, music from a Queen album is piped through the room.
The Indonesian President, Susilo Bambang Yudhoyono, and his East Timorese counterpart, Xanana Gusmao, have made it clear they want to leave the bloody episodes behind. The commission's terms of reference state it should recommend amnesties, not prosecutions.
Exchanges between witnesses and the Indonesian-appointed members of the joint commission reveal a continuing gulf.
Mr Brites told of being taken to a military hospital when his wounds became infested with worms. He was given food only if he first sang the Indonesian national anthem, he claimed.
An Indonesian law professor, Achmad Ali, was indignant.
"Is there something wrong with being asked to sing?" he asked. "Even in America they sing the anthem. I think it's quite acceptable because you were still in Indonesia."
Witnesses were repeatedly asked why they had been attacked. They must have done something wrong, the Indonesian commissioners said.
Mr Brites had a final plea for the commission. "All the victims, pro-autonomy and pro-independence - the widows, the people who have been handicapped, those who have suffered and those who are orphans - both nations need to look after these people."
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Witness tells of Indonesian attack on leader's home
Por Malai Azul 2 à(s) 19:49
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Testemunha conta o ataque dos Indonésios à casa do líder
SMH – Fevereiro 21, 2007
Mark Forbes, Correspondente do Herald em Denpasar
Histórias de sangue e lágrimas estão a correr duma audição da Comissão da Verdade e Amizade às atrocidades cometidas em Timor-Leste por altura da votação pela independência em 1999.
Histórias de mortes a sangue-frio de civis e do papel das forças militares Indonésias na organização e armação de esquadrões de milícias anti-independência assassinas estão a re-emergir.
Privadamente, os participantes questionam se os objectivos da comissão de revelar a verdade e promover a reconciliação são atingíveis.
Florindo de Jesus Brites falou ontem calmamente de ter sido cortado com catanas por membros das milícias que se juntaram a soldados Indonésios para atacar a casa do líder da independência, Manuel Carrascalão, em Abril de 1999. Caiu ao pé do corpo do seu irmão. "Não me podia mexer, fechei os olhos e ficou tudo escuro. Penso que foi por causa disso que me deixaram."
Ao Sr Brites, um estudante do liceu na altura, foi perguntado sobre os ferimentos. Levantou-se, despiu a camisa e mostrou as cicatrizes nas costas e nos braços.
Disse o nome do primeiro homem que o esfaqueou – um homem da sua própria aldeia. Disse também o nome do soldado que viu balear o seu irmão no peito, e descreveu as tropas e as milícias a dispararem contra a casa do Sr Carrascalão, matando 12 adultos e o filho de 16 anos do líder.
Milícias e tropas tinham cercado a casa depois de um apelo na rádio aos (que fossem) leais à Indonésia para "encontrar a gente da CNRT [independência]; Temos que acabar com eles".
Uma testemunha anterior, Mateus Carvalho, o líder da conhecida milícia Aitarak de Dili, tinha descartado o incidente como uma "vingança de família ". O Sr Carvalho era um oficial das forças armadas a quem fora ordenado para regressar à sua aldeia e formar a Aitarak. Disse que tinha actuado somente para proteger a comunidade dos combatentes da independência, "Nunca matei – se alguma vez matei alguém, mostrem-me onde é que dispus os corpos," disse.
A evidência do Sr Carvalho contrariou as afirmações dos Indonésios de que os militares não tiveram nenhum papel na carnificina que deixou mais de 1400 civis mortos. Admitiu que as forças armadas tinham financiado, armado e monitorizado actividades das milícias.
Massacres em igrejas, zonas rurais e aldeias soavam surrealistas na atmosfera estéril da audição da comissão num hotel de luxo Balinês. Durante os intervalos, música de um album dos Queen inunda a sala.
O Presidente Indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, e o seu contraparte Timorense, Xanana Gusmão, deixaram claro que querem deixar para trás os episódios sangrentos. Os termos de referência da comissão afirmam que ela deve recomendar amnistias, não prossecuções.
Trocas (de palavras) entre testemunhas e os membros nomeados da Indonésia da comissão conjunta revelam que o golfo continua.
O Sr Brites contou de ter sido levado para um hospital militar quando os seus ferimentos começaram a ficar infectados com vermes. Só lhe davam comida se cantasse primeiro o hino nacional Indonésio, afirmou.
Um professor de direito Indonésio, Achmad Ali, ficou indignado.
"Há algo de errado quando lhe pediram para cantar?" perguntou. "Mesmo na América cantam o hino. Penso que é bastante aceitável porque estavam ainda na Indonésia."
Perguntavam repetidamente às testemunhas porque é que tinham sido atacadas. Deviam ter feito coisas erradas, disse o comissário Indonésio.
O Sr Brites tinha um pedido final para a comissão. "Todas as vítimas, pró-autonomia e pró-independência – as viúvas, as pessoas que ficaram incapacitadas, os que sofreram e os que são órfãos – ambas as nações precisam de cuidar desta gente."
Enviar um comentário