quarta-feira, fevereiro 21, 2007

'Soldiers in Dili massacre'

The Australian - February 21, 2007

Stephen Fitzpatrick, Jakarta correspondent

Uniformed Indonesian soldiers were among the attackers in the 1999 slaughter of East Timorese independence supporters at the home of prominent Dili figure Manuel Carrascalao, a survivor of the attack claimed yesterday.

Florindo de Jesus Brites, a school student at the time, said he saw his older brother shot dead by an Indonesian soldier, whom he recognised.

Asked how he could be certain of the attacker's status, Mr Brites, who suffered severe machete wounds in the attack, said: "He was wearing his uniform."

The claims sit uncomfortably against blanket denials of military complicity made by former foreign minister Ali Alatas a day earlier at hearings by the Truth and Friendship Commission.

The suave diplomat insisted that he had "no knowledge" of any Indonesian military involvement in the violence that swept East Timor in the months leading up to and days immediately after its 1999 independence vote.

The commission - hearing its first public submissions this week in Bali - is a largely symbolic event with no power to force criminal prosecutions.

It follows a series of national and UN inquiries into the chaos that killed thousands, but so far only one man, former Jakarta-backed militia leader Eurico Guiterres, has been jailed over the events.

The commission has called former military commander General Wiranto and former president BJ Habibie, but neither is expected to appear.

Mr Alatas's statement on Monday was the latest in a series of forays by the man who now serves as a foreign policy adviser to President Susilo Bambang Yudhoyono, to distance himself from East Timor's trauma.

He last year published a memoir, The Pebble in the Shoe - East Timor being the said stone, with the shoe being Mr Alatas's career. He read from it in his evidence on Monday, in order to suggest: "as quickly as we can, we should finish this job and don't look backward any more".
But for many East Timorese, the relative toothlessness of the friendship commission does not diminish their determination to remind Jakarta of the brutality perpetuated in its name.
Mr Brites asked commissioners' leave yesterday to remove his shirt to display machete wounds sustained during the April 17, 1999, attack on the Carrascalao compound in Dili that left 12 people dead.

He admitted he saw only two deaths: those of his older brother Eduardo, shot by the TNI soldier; and of a friend with whom he took shelter in a bamboo grove after members of two pro-Jakarta militias, known as Red and White Iron and Aitarak (Thorn), invaded the house.

Mateus Carvalho, a leader in the Dili-based Aitarak group who gave evidence on Monday, said the incident was merely "an issue of revenge within the (Carrascalao) family" and that his members had helped the injured.

Among the dead in the April 17 attack were Mr Carrascalao's teenage son Manuelito.

Mr Brites said he escaped the assault by running from the back garden of the Carrascalao home after being taken for dead by militia members. He said he was taken to hospital for treatment but before receiving medical care for his wounds was forced to sing the Indonesian national anthem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
'Soldados no massacre de Dili'
The Australian - Fevereiro 21, 2007

Stephen Fitzpatrick, correspondente em Jacarta

Soldados Indonésios com uniformes estiveram entre os atacantes no massacre de 1999 de apoiantes da independência Timorense na casa da proeminente figura de Dili Manuel Carrascalao, afirmou ontem um sobrevivente do ataque.

Florindo de Jesus Brites, um estudante na altura, disse que viu o seu irmão mais velho a ser baleado por um soldado Indonésio, que ele reconheceu.

Perguntado como podia ter a certeza do estatuto do atacante, o Sr Brites, que sofreu vários ferimentos de catana no ataque, disse: "Ele usava o seu uniforme."

As afirmações caíram desconfortavelmente contra o manto de negações da cumplicidade das forças militares feitas pelo antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas, na véspera, na audição da Comissão da Verdade e da Amizade.

O diplomata suave insistiu que não teve "nenhum conhecimento " de qualquer envolvimento das forças militares Indonésias na violência que varreu Timor-Leste nos meses que levaram à votação da independência em 1999 e nos dias imediatamente depois disso.

A comissão – que ouvem as suas primeiras submissões públicas esta semana em – é um evento largamente simbólico sem poder para forçar qualquer processo criminal.

Segue-se a uma série de inquirições nacionais e da ONU ao caos que matou milhares, mas até somente um homem, o antigo líder da milícia apoiada por Jacarta, Eurico Guiterres, foi preso por causa dos eventos.

A comissão convocou o antigo comandante das forças militares General Wiranto e o antigo presidente BJ Habibie, mas não se espera que nenhum deles compareça.

A declaração do Sr Alatas na Segunda-feira foi a última de uma série de investidas pelo homem que agora serve de conselheiro de política externa ao Presidente Susilo Bambang Yudhoyono, para se distanciar ele próprio do trauma de Timor-Leste.

No ano passado publicou o libro de memórias, “ Pedra no Sapato”- sendo Timor-Leste a dita pedra e o sapato a carreira do Sr Alatas. Na sua evidência na Segunda-feira leu (do livro), in para poder sugerir: "quão depressa quanto pudermos, devemos acabar este trabalho e nunca mais olharmos para trás".
Mas para muitos Timorenses, a relativa falta de poderes da comissão da amizade não diminui a sua determinação em lembrar a Jacarta da brutalidade perpetrada em seu nome.
O Sr Brites pediu ontem aos comissários licença para despir a camisa e mostrar cicatrizes de catanas que sofreu em 17 de Abril de 1999, no ataque ao complexo dos Carrascalão em Dili que deixou mortas 12 pessoas.

Admitiu que viu somente duas mortes: a do seu irmão mais velho Eduardo, baleado pelo soldado das TNI; e a de um amigo com quem se abrigou numa gruta de bamboo grove depois de membros de duas milícias pró-Jacarta, conhecidas como Ferro Branco e Encarnado e Aitarak (Espinho), invadirem a casa.

Mateus Carvalho, um líder do grupo Aitarak com base em Dili que deu evidência na Segunda-feira, disse que o incidente foi meramente "uma questão de vingança no seio da família (Carrascalão) " e que os seus membros tinham ajudado os feridos.

Entre os mortos do ataque de 17 de Abril estava o filho adolescente do Sr Carrascalão, Manuelito.

O Sr Brites disse que escapou do assalto correndo a partir do jardim de trás da casa dos Carrascalão depois de ter sido dado como morto por membros da milícia. Disse que foi levado para tratamentos no hospital mas que antes de ter recebido cuidados médicos nas feridas foi forçado a cantar o hino nacional Indonésio.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.