Díli, 27 Fev (Lusa) - O comandante das Forças de Estabilização Internacionais estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, disse hoje à Agência Lusa que a rendição é a única opção que resta ao major rebelde timorense Alfredo Reinado.
"Só lhe resta a rendição", disse Rerden, numa entrevista na capital timorense, à mesma hora que tropas australianas montavam o cerco a um grupo de seguidores de Reinado, entre os quais estará o próprio oficial rebelde, na cidade de Same, no sul do país.
Em declarações à Lusa, o brigadeiro Mal Rerden sublinhou que "Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação".
"Alfredo Reinado esteve envolvido na crise de 2006 e continua a ser um indivíduo importante. Acho que o Governo teve uma decisão corajosa em tentar uma solução pacífica", afirmou.
Na entrevista, o brigadeiro australiano recusou fornecer pormenores operacionais e manifestou compreensão pela atitude do Governo timorense perante a crise.
O assalto às três esquadras policiais em Timor-leste, no último fim-de-semana, pelos amotinados foi "o primeiro ataque contra alvos do Estado feito pelo major Reinado", disse Rerden para acrescentar que entende "a cautela e a paciência com que o Governo timorense lidou com esta crise".
"É preciso construir a confiança das pessoas para as eleições, até porque há pessoas em Timor-Leste que têm fé na violência", considerou o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), afirmando haver um "compromisso muito grande" do Governo de Camberra com o novo país.
Quanto às opções que as ISF têm neste momento, Rerden considera que são "muito claras".
"Apoiámos a opção do Governo timorense por negociações em diferentes encontros; na eventualidade de os acontecimentos saírem desse quadro, temos, como sempre numa situação militar, de compreender o ambiente, recolhendo informações sobre as circunstâncias", disse.
Questionado se as ISF estão operacionalmente prontas para avançar, o brigadeiro afirmou que "são capazes de lidar com todas as situações de segurança e m Timor-Leste e continuam a apoiar o Governo timorense em todas as circunstâncias".
Sobre uma eventual participação das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste na captura de Reinado, Rerden disse apenas que "cabe ao Governo timorense decidir algum envolvimento das F-FDTL".
O brigadeiro Mal Rerden indicou ainda à Lusa que o Chefe de Estado-Maior timorense, Taur Matan Ruak, teve de repensar a sua estratégia no caso que envolve o Major Alfredo Reinado.
"Ele tem uma boa estratégia para o caso major Reinado". No entanto, "as circunstâncias eram tais que o brigadeiro general Ruak precisou de recuar um pouco na sua participação directa nas negociações", afirmou.
Quanto à missão das forças de defesa australianas em Timor-Leste, Rerden disse que "de Camberra as instruções estratégicas são muito claras: apoiar o Governo timorense e as Nações Unidas".
"É também da nossa responsabilidade sermos neutrais e imparciais em todas as nossas acções", acrescentou.
O brigadeiro insistiu ainda na preocupação em garantir um ambiente seguro para a realização das eleições, tanto presidenciais, marcadas para 09 de Abri l próximo, como legislativas, ainda sem data marcada.
"Estamos também em Timor-Leste para manter a estabilidade e providenciar condições de segurança que permitam ao povo timorense resolver as suas diferenças pacífica e democraticamente", afirmou.
Rerden disse ainda que "é difícil perceber qual o apoio" que Reinado tem do povo.
"Eu não acho que tenha muitos seguidores. Acho que ele gosta de dizer que tem, mas não sei se o povo tem a mesma percepção".
A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.
Hoje, soldados australianos cercaram na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.
As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.
Elementos vão passar a estar em permanência em Lospalos (leste) e em Gleno e Ainaro (Centro).
Além desta mobilização permanente, as ISF farão patrulhas nos distritos de Aileu, Maubisse, Manatuto, Liquiçá, Viqueque e Maliana através de veículos ou de helicóptero.
PRM/MCL-Lusa/Fim
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Chefe força internacional diz que única opção... (ACTUALIZADA)
Por Malai Azul 2 à(s) 23:56
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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