terça-feira, fevereiro 27, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Eleição em Timor pode ser inundada pela violência
Australian - Fevereiro 26, 2007
Mark Dodd

O piorar da violência em Timor-Leste, incluindo o baleamento fatal de dois Timorenses por tropas Australianas, pode minar os planos para eleições presidenciais livres e justas dentro de cinco semanas, avisam diplomatas.

Na última violência, dois Timorenses foram mortos e um outro ferido quando tropas Australianas em patrulha perto do aeroporto de Dili abriram fogo depois de terem sido atacadas por perturbadores armados com lanças de ferro.
O incidente, um retrocesso nos esforços para estabelecer a ordem na capital castigada por meses de violência de gangs, fogos postos e falta de lei criminosa, está a ser investigada pela Força de Defesa Australiana, a polícia da ONU e autoridades Timorenses.

Isso levou o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer a descrever a situação corrente em Dili como "não boa ".

O recenseamento dos eleitores para as eleições presidenciais de 9 de Abril está incompleto, parcialmente por causa dos movimentos da população para fora da capital causada pela violência, disse ontem um diplomata de topo ocidental com base em Dili.

"A segurança fora de Dili geralmente está OK, mas na capital a história é diferente - é um problema sério e um oitavo da população vive lá," disse o analista de segurança.

O Primeiro-Ministro Interino José Ramos-Horta confirmou ontem que vai concorrer às presidenciais conforme previsto pelo The Australian.

Se for eleito, o Sr Ramos-Horta prometeu dedicar-se a restaurar a unidade nacional.
O Sr Ramos-Horta, um vencedor conjunto do Nobel da Paz pela resistência não-violenta à governação Indonésia, disse no seu discurso de candidatura que tinha passado "semanas de reflexão e hesitação" antes de decidir tentar o cargo, no meio da pior crise desde que a nação rompeu com Jacarta em 1999.
"Baixámos as armas depois da luta contra a ocupação, mas agora a nossa luta é pelo nosso futuro," disse ele, falando em Tétum a língua local. Nesta nova luta, cada cidadão Timorense tem a responsabilidade de servir o seu país. Por isso estou disponível para assumir a minha responsabilidade com o meu país."

O Presidente Xanana Gusmão não se recandidatará e sairá quando terminar o seu mandato corrente, um gesto esperado para abrir caminho para se tornar deputado nas eleições parlamentares mais tarde este ano.

Quatro outros candidatos confirmaram que concorrem à presidência.

***

11,000 apoiantes no Comício da Fretilin em Oecussi
www.timortruth.com

DILI, 26 Fevereiro de 2007

A FRETILIN realizou um comício pré-eleitoral de massas em 24 de Fevereiro de 2007 no distrito enclave de Oecussi-Ambeno na metade oeste da Ilha de Timor. No Comício participaram cerca de 11,000 apoiantes da FRETILIN que gritaram “Viva Fretilin! Viva Lu’Olo! e Viva Alkatiri!” quando chegou a delegação da Fretilin. A população total do distrito de Oecussi-Ambeno é ligeiramente abaixo de 60,000 people.

Este comício eclipsou o de Baucau realizado em 27 de Janeiro de 2007 como a maior reunião pública de Timor-Leste desde que os apoiantes da Fretilin realizaram uma contra-manifestação contra os conspiradores do golpe em Dili em Junho do ano passado.

O comício foi o primeiro realizado pela Fretilin desde que o presidente do partido e guerrilheiro que se tornou político, Francisco “Lu’Olo” Guterres, anunciou que vai concorrer às eleições para Presidente da República que se realizam em Abril.

Falando no seu regresso a Dili, Lu’Olo disse “O comício foi um sucesso e demonstra o grande apoio que a Fretilin tem em Oecussi. Nunca devemos esquecer as pessoas de Oecussi que tanto sofreram, como todos nós, durante a luta pela independência e que sempre quiseram fazer parte de um Timor-Leste independente apesar do seu isolamento”. Lu’Olo acrescentou que a enorme quantidade de gente que apareceu em Oecussi lhe deu confiança que ele tomou a decisão certa em concorrer para Presidente da República.

Lu’Olo, tendo passado todos os 24 anos da luta da independência nas montanhas e cujo slogan de campanha é “Serei o Presidente de todos e um Presidente para todos”, afirmou que “como Presidente trabalharei sem me cansar para reforçar a independência política e económica. Para fazer isso devemos reforçar as instituições do país, particularmente as do sistema judicial e também focar no desenvolvimento económico a nível das bases para que o nosso povo possa ser aliviado da pobreza abjecta”. Lu’Olo disse que como Presidente “Promoverei os interesses dos jovens e a igualdade das mulheres; trabalharei para proteger os idosos e as comunidades mais vulneráveis; e promoverei a habitação, os cuidados de saúde e as pensões para os veteranos da luta da independência”.

Lu’Olo desejou a todos os outros possíveis candidatos a melhor sorte e estava confiante que as eleições presidenciais serão pacíficas apesar do último pico de violência que resultou na morte de dois nacionais Timorenses que foram baleados por soldados Australianos. Uma investigação conjunta está a ser feita pela ONU, forças armadas Australianas e governo Timorense para apurar os factos e as circunstâncias que levaram à morte dos dois nacionais Timorenses.

As eleições presidenciais terão lugar em 9 de Abril de 2007, com vários políticos Timorenses, incluindo o corrente Primeiro-Ministro José Ramos Horta, que anunciaram a sua intenção de disputar as eleições. Conforme a Constituição, cada candidato precisará de obter o apoio de pelo menos 5000 eleitores para ser elegível.

Uma tradução em Inglês do anúncio de Lu’Olo’s da sua candidatura para Presidente da República, e ainda uma breve biografia estão disponíveis em www.timortruth.com.

(uma cópia curta do artigo com fotos está disponível em www.timortruth.com/press/FRETILIN_Oecussi_Rally_260207.pdf)

***

Timor-Leste procura ajuda da RI para capturar amotinados
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta telefonou ao Presidente Susilo Bambang Yudhoyono no Domingo à noite para pedir a assistência da Indonésia na captura dos membros de um grupo amotinado liderado pelo Lt. Cor. Alfredo Reinado caso tentem infiltrar-se em território Indonésio.

O porta-voz Presidencial Dino Patti Djalal disse que Ramos-Horta fez chegar ao Presidente Yudhoyono através dele que Reinado, que alegadamente tinha atacado um posto militar em Timor-Leste e roubado 17 espingardas tipo-AK, o que era uma grave preocupação para o governo de Timor-Leste.

"O Primeiro-Ministro Ramos-Horta pediu às TNI (forças militares Indonésias) na fronteira para assegurar que Reinado não a cruza. Temporariamente fechámos a nossa fronteira por causa deste pedido," disse Dino ao The Jakarta Post.

Disse que o governo e as forças militares Indonésias dariam a assistência pedida dada a compreensão bilateral há muito existente que a Indonésia assistirá Timor-Leste em questões de segurança ao longo da sua fronteira.

"Os comandantes de ambos os lados já têm mecanismos de cooperação ao longo da fronteira," disse Dino.

Reinado, um antigo chefe da polícia militar, foi acusado da violência que atingiu o país em Abril e Maio do ano passado. Uma estimativa de 100,000 pessoas foram deslocadas e pelo menos 20 mortas na violência que levou ao destacamento duma força internacional com 2,500 elementos.

Dili testemunhou uma série de protestos que evoluíram el violência alargada em Maio depois de 600 membros das forças militares do país com 1,400 homens terem sido despedidas. A violência emergiu de divisões entre tropes do leste e do oeste do país, que fez parte da Indonésia desde 1976 até a um referendo pela independência em 1999.

No fim de Maio, Reinado liderou um grupo de camaradas militares e de membros da polícia para as montanhas por detrás de Dili. O grupo recusou entregar as armas até o então primeiro-ministro, Mari Alkatiri, ter resignado do cargo.

Mais tarde foi preso na prisão Bécora em Dili com acusações de tentativa de homicídio e de violação da lei sobre armas depois de ter sido preso com outros 20 homens em Julho do ano passado sobre o papel que tiveram na violência que irrompeu em Dili e à volta de Dili em Abril e Maio.

Em Agosto do ano passado juntamente com mais de 50 presos, o líder amotinado fugiu da prisão.

Dino disse que o governo de Timor-Leste tinha tentado o seu melhor para mostrar condescendência com Reinado.

"Com a assistência das forças Australianas e da ONU, o governo de Timor-Leste conduzirá operações de segurança para encontrar Reinado," disse.

***

A "voz" dos amigos de Ramos-Horta já se ouve...

Voz da América - 25 Fevereiro 2007

José Ramos-Horta candadata-se à Presidência de Timor-Leste
Por Chad Bouchard, Jakarta

O Primeiro-Ministro José Ramos-Horta anunciou que concorrerá nas eleições presidenciais de Abril em Timor-Leste. Como relata Chad Bouchard para a VOA de Jacarta, o laureado do Nobel da Paz é esperado confrontar-se com intensa oposição política durante a corrida.

José Ramos-Horta disse num comício de apoiantes que o aplaudiam na sua cidade natal, Laga, no Domingo que vai tentar a presidência. (cerca de 500...)

Diz que tomou a decisão depois de semanas de reflexão e prometeu desenvolver uma campanha clara e transparente com base na reconciliação e ajuda aos pobres.

O Sr. Ramos-Horta é uma figura popular – ganhou um Nobel da Paz em 1996 por décadas de longa luta contra a governação Indonésia. O pequeno país tornou-se independente em 2002 – mas tem lutado economicamente e com violência recente.

O Sr. Ramos-Horta foi chamado para servir como primeiro-ministro em Julho para estabilizar a nação depois de um mal gerido motim militar ter desencadeado meses de lutes mortais por gangs, e ter revelado divisões que já há muito existiam entre os que apoiaram e os que opuseram a independência.

Uma força liderada pelos Australianos de mais de 2,500 tropas está a manter uma calma relativa, mas confrontos esporádicos na capital, Dili, têm clamado dúzias de vidas nos últimos meses.

O antigo primeiro-ministro, Mari Alkatiri – que fopi acusado mas legalmente inocentado das acusações que tinha causado o desassossego no ano passado – será uma força na corrida presidencial de 9 de Abril. O Sr. Alkatiri lidera a Fretilin – o partido político dominante em Timor-Leste.

O analista politico Robert Lowry, um antigo adjunto das forças armadas da Austrália na Indonésia, diz que o Sr. Ramos-Horta enfrenta oposição feroz da Fretilin. (que cv...)

"Bem, sabe, a Fretilin é muito intolerante com os partidos da oposição," diz Lowry. "E por isso pode esperar, seja quem for que concorra, pode esperar pelo menos um nível baixo de violência para intimidar os outros partidos e assegurar que não ganhem. " (propaganda suja... até agora os militantes da FRETILIN foram os únicos que foram atacados...)

O Sr. Ramos-Horta – que também serviu como ministro dos estrangeiros e da defesa – tinha laços antigos com a, ta principal organização da independência. Mas ele e o corrente Presidente Xanana Gusmão – o antigo líder dos rebeldes – seguiram mais políticas não-partidárias desde que estão no poder. (importa-se de repetir?)

É esperado que o Sr. Ramos-Horta anuncie formalmente a sua candidatura na Segunda-feira e vai fazer campanha contra outros oito candidatos.

sem mais comentários...

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.