terça-feira, fevereiro 27, 2007

Ramos-Horta pede ajuda a Bambang para capturar major Reinado

Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu domingo ao presidente da Indonésia para ajudar a capturar o major Alfredo Reinado e os seus homens, revela na sua edição de hoje o diário indonésio Jakarta Post.

Segundo aquele diário, José Ramos-Horta pediu também a Susilo Bambang Yudhoyono que, no caso de o major ser capturado em território indonésio, nomeadamente na parte ocidental da ilha, seja entregue às autoridades timorenses.

Citando Dino Patti Djalal, porta-voz da Presidência indonésia, o Jakarta Post indicou que as autoridades locais decidiram encerrar a fronteira com Timor-Leste, mas só depois de um pedido nesse sentido feito por Díli.

A rápida resposta da presidência indonésia foi, segundo o Jakarta Post, "muito bem aceite" pelas autoridades timorenses, que, porém, sublinharam a necessidade de Bambang "ir mais longe" nas suas medidas, entre elas o reforço militar da fronteira entre os dois países.

"Para demonstrar o empenho sério da Indonésia na ajuda ao desenvolvimento do jovem país, o Exército indonésio deve tornar pública uma declaração de que (as autoridades de Jacarta) não vão permitir a entrada no país de fugitivos vindos de Timor-Leste e que vão colaborar totalmente (com Díli) na captura do militar dissidente", escreve o jornal.

Segundo o Jakarta Post, o pedido de Ramos-Horta é "muito natural", dado que os militares rebeldes poderão atravessar a fronteira com a Indonésia.

Frequentemente, cidadãos de Timor-Leste tentam atravessar a fronteira "pelas mais variadas razões", entre elas a procura de alimentos e o evitar retaliações.

"O pedido do primeiro-ministro Ramos-Horta tem subjacente uma mensagem mais séria, sobretudo ao Exército (indonésio). Não é impossível que elementos do próprio Exército, incapazes de aceitar o embaraçosa derrota indonésia na votação que garantiu a independência timorense, em 1999, queiram ainda dar uma lição ao governo de Timor-Leste", escreve o jornal.

"Se os rebeldes atravessaram a fronteira, poderão ser usados para criar problemas ao governo de Ramos-Horta pelos que ainda têm rancor a Timor-Leste", acrescenta o Jakarta Post.

Alfredo Reinado liderou uma sangrenta rebelião em Abril de 2006, após ter retirado ao Exército timorense 600 dos 1.400 efectivos das Forças Armadas.

O incidente desencadeou uma segunda onda de refugiados, após a de 1999, quando soldados indonésios e milícias timorenses "incendiaram" o país após a maioria da população local ter votado pela independência.

O jornal adianta, porém, que é também do "interesse" da Indonésia que Timor-Leste recupere a ordem e segurança.

"A este respeito, ao ajudar Ramos-Horta a capturar Reinado, Bambang estará a cumprir a parte indonésia de todo o processo. Mas, ao mesmo tempo, terá de assegurar que o esforço não seja interpretado como uma tentativa para interferir nos assuntos internos de Timor- Leste", conclui o Jakarta Post.

JSD-Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

O Horta ja devia e ter utilizado o Bang Bang para capturar o Desreinado!
Ze Cinico

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.