Díli, 09 Jul (Lusa) - Voz da resistência timorense no exterior ao longo dos 24 anos de ocupação indonésia, José Ramos Horta toma posse na segunda-feira como primeiro-ministro, após três meses de crise político-militar que ditou a demissão de Mari Alkatiri.
A posse como primeiro-ministro do II Governo Constitucional constitui mais um desafio na carreira de Ramos Horta, iniciada ainda antes do 25 de Abril, quando o regime colonial o deportou por um ano (1970/71) para Moçambique, devido às suas actividades políticas pró- independência.
Com a autoproclamação da independência de Timor-Leste, a 28 de Novembro de 1975, Ramos Horta fica com as Relações Exteriores e, com a ocupação indonésia, enceta um longo período de denúncia das atrocidades no então território ocupado, tornando-se ainda no porta- voz de Xanana Gusmão, o comandante da guerrilha que no mato mantinha a luta de armas na mão pela independência.
Com o reconhecimento da independência pela comunidade internacional a 20 de Maio de 2002, fica com a pasta dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e torna-se na segunda figura do governo liderado por Mari Alkatiri.
José Manuel Ramos-Horta nasceu em Díli a 26 de Dezembro de 1949, filho de mãe timorense e pai português, e foi educado na missão católica de Soibada.
Para trás ficou, em Dezembro de 1996, a partilha do Prémio Nobel da Paz com o então bispo de Díli, Carlos Ximenes Belo, um gesto que o Comité Nobel justificou pelo esforço continuado na luta contra a opressão vigente em Timor-Leste.
José Ramos Horta estudou Direito Internacional na Academia de Direito Internacional de Haia (1983) e na Universidade de Antioch, Estados Unidos, onde completou um mestrado em Estudos da Paz (1984), bem como uma série de outros cursos de pós-graduação sobre a temática do Direito Internacional e da Paz.
Apontado ao longo dos últimos meses como um dos candidatos à sucessão de Kofi Annan no cargo de secretário-geral das Nações Unidas, Ramos Horta nunca confirmou de forma clara o seu interesse no posto, mas também não excluiu a hipótese.
Contudo, a crise político-militar em Timor-Leste veio irremediavelmente condicionar essa possibilidade.
A sua nomeação para o cargo de primeiro-ministro foi feita sábado pelo Presidente Xanana Gusmão, a figura mais popular em Timor- Leste pelo papel que desempenhou na luta de libertação.
Xanana Gusmão disse esperar que o novo chefe de governo possa ajudar o país a "curar as feridas e trazer a paz e a estabilidade para o povo de Timor-Leste".
...
EL.
segunda-feira, julho 10, 2006
Novo PM, José Ramos Horta, foi a voz da resistência no exterior
Por Malai Azul 2 à(s) 00:51
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Foi... Hoje é o Ministro da Hipocrisia
Enviar um comentário