quarta-feira, maio 24, 2006

Ana Gomes lança candidatura...

Pedido apoio militar é "admissão falhanço" autoridades - Ana Gomes

Lisboa, 24 Mai (Lusa) - O pedido de apoio para assistência militar e policial internacional feito hoje por Timor-Leste é uma "admissão de falhanço" das autoridades timorenses, incapazes de controlar a situação de segurança, disse hoje Ana Gomes.

"O pedido hoje feito é uma admissão de falhanço na manutenção da ordem. Temos forças policiais que falharam e estão divididas e forças militares que também combatem ex-forças militares", assinalou, contactada telefonicamente pela Agência Lusa.

Na sua opinião, "boa parte da crise que desencadeou o incidente de 28 de Abril vinha de trás e gerou-se uma situação de medo que, unido ao trauma da população, fez a população ter desertado da cidade".

"Podem haver muitas desculpas e intervenções encobertas que expliquem esta situação, mas nada permite escamotear a responsabilidade que as próprias autoridades timorenses tem na forma como não souberam resolver o conflito e não souberam debelar a situação, dando azo à situação que hoje se vive", sublinhou.

A ex-embaixadora de Portugal em Jacarta e actual eurodeputada socialista, que está em Díli desde o passado dia 20, considerou no entanto "positivo" o facto de as principais autoridades timorenses se terem apresentado hoje "unidas", aquando do anúncio do pedido de apoio a Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia.

"A situação agora está mais calma - considerou -, em boa parte pelo facto de as autoridades timorenses, presidente, primeiro- ministro, ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do Parlamento, terem hoje aparecido juntas".

"É um sinal positivo e por si só transmite uma mensagem importante para o conjunto da população", vincou, afirmando no entanto que "há questões políticas de fundo a resolver entre as autoridades timorenses".

Segundo Ana Gomes, o envio dessa força internacional permitirá também ajudar a "acalmar a população".

"O facto de os australianos e os portugueses terem imediatamente anunciado corresponderem a esse pedido tem também aqui um efeito calmante e tranquilizante junto da população", observou.

"Esta intervenção de hoje foi certa, foi dura, foi custosa, mas certa. O facto de as autoridades terem aparecido unidas é importante", insistiu.

Para Ana Gomes, que frisou estar em Díli a "título pessoal", a situação em Timor-Leste é hoje marcada por "um défice tremendo de comunicação entre as autoridades e a população".

A ex-embaixadora defendeu que esse "défice" deve ser colmatado quer pelos governantes com "mais capacidade para comunicar", quer utilizando o "poderoso veículo de comunicação que é a Igreja Católica".

"Como uma cidadã timorense me disse hoje, as autoridades têm de ter um discurso amável para com um povo que tanto sofreu. É preciso amabilidade nas intervenções dos dirigentes e não ironia", referiu.

Ana Gomes criticou o facto de a cooperação internacional ainda não ter conseguido ajudar a criar meios de comunicação que abranjam a totalidade do território e que seriam úteis para "combater o meio de comunicação privilegiado que é o rumor, que agrava a situação de insegurança e espalha o medo".

Na avaliação da eurodeputada, a comunidade portuguesa residente em Timor-Leste está a lidar com a situação "com serenidade".
ASP.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é, a senhora deputada na europa perdeu a oportunidade ed questionar a acção, os dolares gastos e os resultados de 4 anos de presença multilateral em TL.
Nem um corpo de Policia, organizado e disciplinado???!!!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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