(Serviço áudio também disponível em áudio em www.lusa.pt)
Díli, 01 Abr (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português afirmou hoje em Díli, Timor-Leste, que os ataques de 11 de Fevereiro "criaram uma oportunidade".
"Por terríveis que tenham sido, os eventos de 11 de Fevereiro criaram uma oportunidade", afirmou João Gomes Cravinho no final de um encontro de quase duas horas com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.
A 11 de Fevereiro, o grupo do major fugitivo, Alfredo Reinado, realizou um ataque contra o Presidente da República, Ramos-Horta, ferindo-o com gravidade. No mesmo dia, outro grupo, comandado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, líder dos militares peticionários, montou uma emboscada ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.
Reinado morreu na sequência do ataque, Salsinha continua a monte.
"É uma oportunidade para distinguir o que é essencial do que é assessório. O essencial tem a ver com a construção do Estado timorense. O que é assessório diz respeito à vida democrática do dia-a-dia", explicou o secretário de Estado português aos jornalistas, no Palácio do Governo.
O quotidiano democrático, sublinhou João Gomes Cravinho, "não é só legítimo mas desejável, porque todos os governos precisam de uma boa oposição para governarem bem".
"Tenho sentido em todos os contactos a consciência disso mas também a vontade e a determinação em aproveitar bem", acrescentou o governante português.
Fazendo um balanço positivo de três dias de visita oficial a Timor-Leste, João Gomes Cravinho referiu existir "uma união em torno das grandes questões" do país.
"Senti uma determinação muito grande no mesmo sentido da resolução da questão imediata, da captura ou rendição do Gastão Salsinha, na resolução dos problemas dos peticionários e dos deslocados".
"É esse espírito que Timor-Leste precisa", referiu João Gomes Cravinho.
Sobre as condições actuais de segurança em Timor-Leste, João Gomes Cravinho ouviu de Xanana Gusmão o retrato de "uma situação ainda problemática mas em vias de boa resolução".
"Foi uma conversa muito alargada e extensa", resumiu o secretário de Estado português, que adiantou que "não foi abordado o tema de eleições".
Um dos assuntos em agenda foi a continuação do trabalho de formação prestado pela GNR à Polícia Nacional.
No encontro de segunda-feira com a ministra da Justiça, Lúcia Lobato, ficou definido que magistrados timorenses terão estágios de formação em Portugal, no âmbito do apoio ao sistema judicial timorense.
Questionado sobre o facto de as autoridades timorenses nem sempre terem aplaudido o trabalho dos magistrados portugueses, João Gomes Cravinho explicou que "essa matéria não diz respeito ao Estado português".
"De forma alguma abordámos o trabalho dos magistrados em Timor-Leste. Temos que distinguir o trabalho de apoio no contexto da cooperação bilateral do trabalho de juízes de diversas nacionalidades que vêm ao abrigo de acordos com as Nações Unidas", declarou João Gomes Cravinho.
"Isso não diz respeito ao Estado português porque é uma relação contratual entre juízes, a ONU e o Estado timorense", sublinhou o secretário de Estado.
João Gomes Cravinho teve, de seguida, um encontro com o ministro da Educação, João Câncio, o última da agenda nesta visita oficial.
Portugal decidiu aumentar para 150 o número de professores portugueses em Timor-Leste, dos 120 actualmente existentes no Programa de Reintrodução da Língua Portuguesa.
PRM
Lusa/fim
NOTA DE RODAPÉ:
Psst... Sabemos que qualquer um fica tonto com os disparates de João Cravinho. Mas acessório, não se escreve "assessório"...
terça-feira, abril 01, 2008
"11 de Fevereiro criou uma oportunidade" - Gomes Cravinho
Por Malai Azul 2 à(s) 21:47
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Nota positiva para o aumento de professores portugueses de 120 para 150. Espero que seja para cumprir.
Pois é sr. cravinho: "Por terríveis que tenham sido, os anos passados debaixo da alçada Indonésia, criaram uma oportunidade para Timor Leste, não acha???"
só diz azelhices...
loroana
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