Notícias Lusófonas - 05 Julho 2007 – 14:30
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, declarou hoje que o partido vencedor das legislativas "não quer matar a democracia" coligando-se com o CNRT, preferindo que os seus principais adversários sejam uma "oposição forte" no Parlamento.
"O primeiro princípio é que não queremos matar a democracia", afirmou o ex-primeiro-ministro em entrevista à Agência Lusa, à hora a que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciava os resultados nacionais provisórios que deram a vitória à Fretilin com 29 por cento dos votos.
"Visto em termos aritméticos, é um mau resultado. Visto em termos políticos, é um óptimo resultado", analisou Mari Alkatiri no escritório da sua residência, onde estavam reunidas algumas das principais figuras do partido, incluindo o presidente, Francisco Guterres "Lu Olo".
"Um cenário de coligação com o CNRT (Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste) seria matar a democracia", insistiu Mari Alkatiri, quando questionado sobre a hipótese de uma convergência de posições com o partido do ex-Presidente da República Xanana Gusmão, que obteve 24 por cento dos votos.
"Não abdicamos da vitória, em qualquer cenário", considerou também Mari Alkatiri.
"O CNRT apareceu com uma força terrível no sentido de tudo dominar e tudo conseguir. O povo travou onde devia travar. Para 'Kay Rala' Xanana Gusmão não deve ser fácil", afirmou o ex-primeiro-ministro. O secretário-geral da Fretilin remete para um "lugar na oposição" Xanana Gusmão mas também Mário Viegas Carrascalão, presidente do Partido Social-Democrata (PSD) e líder da aliança com a Associação Social Democrática Timorense (ASDT), que obteve o terceiro lugar com 15,7 por cento dos votos.
"A democracia faz-se com uma boa oposição no parlamento. Se não houver, o que pode acontecer é a oposição nas ruas", explicou Mari Alkatiri.
"A crise de 2006 veio de uma forma de abordagem diferente da liderança sobre questões concretas, mas também da fraqueza da oposição", acrescentou Mari Alkatiri.
"Foi por isso que o Presidente da República se desviou das suas competências e assumiu-se como oposição", disse.
Sobre as "semanas de negociações" para a formação do IV Governo Constitucional, Mari Alkatiri ressalvou que "dos adversários, alguns talvez venham a ser aliados".
"Não tenho a certeza de que Fernando 'La Sama' de Araújo tenha dito 'não' a uma coligação com a Fretilin", comentou Mari Alkatiri, admitindo que o presidente do Partido Democrático "foi o maior sacrificado destas eleições" com a fuga de votos para o CNRT.
Para a próxima legislatura, Mari Alkatiri quer "uma Fretilin mais aberta, mais acessível para os outros". "Quando a lição vem do povo, somos os primeiros a aceitar", declarou o secretário-geral do partido maioritário.
"O povo quer uma Fretilin mais adaptada às novas realidades do país e do mundo, capaz de saber tolerar mas também de saber incluir".
"Reconhecemos que fizemos a inclusão formal em 2002 dentro do próprio Governo, mas devíamos ter usado outros mecanismos de inclusão fora do Governo e do Parlamento, que é o que quer a geração mais jovem", acrescentou Mari Alkatiri.
"Houve falta de diálogo da Fretilin e isso empurrou outros para fazer a oposição nas ruas, em vez de no Parlamento. Não discuto este veredicto popular", concluiu Mari Alkatiri.
A Fretilin aguarda que "os outros partidos menos votados" façam a sua declaração de derrota.
"Nós queremos ser os últimos a falar. Estou à espera a todo o momento", disse o secretário-geral da Fretilin.
sexta-feira, julho 06, 2007
Coligação da Fretilin com CNRT seria matar a democracia, diz Alkatiri
Por Malai Azul 2 à(s) 16:29
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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