terça-feira, julho 25, 2006

Voluntário por acaso e à força...

Reinado entrega armas fora do prazo, afirma que foi acto voluntário

Díli, 25 Jul (Lusa) - O major Alfredo Reinado entregou hoje à GNR nove pistolas, carregadores de munições de espingardas automáticas, granadas e fardas militares, depois de ter sido surpreendido por militares portugueses com este material numa casa que ocupou em Díli.

As autoridades timorenses e as forças militares e policiais internacionais estacionadas em Timor-Leste estabeleceram até às 14:00 de segunda-feira o prazo para a devolução voluntária de material de guerra, a partir do qual quem fosse apanhado com armas seria detido.

Segundo o capitão Gonçalo Carvalho, comandante operacional da Guarda Nacional Republicana, o material de guerra foi descoberto na sequência de uma operação policial, depois de uma queixa de ocupação da casa de um cidadão português.

A GNR recebeu a informação que a residência de um português tinha sido ocupada por um grupo de indivíduos, pelo que a GNR se deslocou ao local e verificou a casa estava efectivamente ocupada.

"Ao entrarmos na casa, com autorização de quem lá vive, deparámos com o grupo do major Alfredo Reinado, que estava no interior, e onde há primeira vista havia algumas munições e material militar", disse o capitão Carvalho.

Contactado o Procurador-Geral da República para a emissão de mandados de busca a mais duas casas, igualmente habitadas por elementos do grupo do major Reinado, iniciou-se um longo processo que se prolongou por sete horas e foi marcado por inúmeras reuniões.

A Lusa testemunhou que em determinado momento chegaram a estar a falar com o major Reinado, além dos oficiais da GNR e militares e polícias australianos, o Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, o Procurador Adjunto, Luís Mota Carmo, o vice-ministro do Interior, José Agostinho Sequeira "Somotxo" e o segundo comandante da Polícia Nacional, Ismael Babo.

Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa - à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal - para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Aquele militar foi o primeiro a devolver as armas no âmbito de um processo de desarmamento entre as partes beligerantes na crise timorense e, agora, foi também o primeiro apanhado com armamento depois de ter expirado o prazo para a sua entrega, sem que tenha sido detido.

Segundo o capitão Carvalho, após algumas reuniões, que incluíram uma ida à Presidência da República do PGR, do Procurador Adjunto e do vice-ministro do Interior, "ficou decidido que eles (os elementos do grupo de Reinado) tinham de entregar as armas e manterem- se em casa durante as próximas horas, até haver uma decisão sobre a sua situação".

Ao fim de sete horas, decorriam ainda as buscas, tendo voluntariamente sido entregues à GNR nove pistolas 9 milímetros, mais de 50 carregadores de espingardas automáticas e pistolas, granadas defensivas, granadas de fumos, e diverso equipamento militar, incluindo fardas.

Fonte judicial disse à Lusa que o major Alfredo Reinado e os seus homens iriam permanecer no local, sob guarda de militares australianos.

A operação decorreu a 10 metros da porta de armas do Quartel- General das forças militares australianas.
EL.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que escândalo!
AC
Br.

Anónimo disse...

A GUARDA NACIONAL REPUBLICANA PORTUGUESA:
EU TIMORENSE DE ALMA E CORACAO, SENDO TESTEMUNHA DE TUDO O QUE SE PASSOU E PASSA EM TIMOR LESTE, VENHO POR ESTE MEIO EXIGIR QUE PRENDAM TODA ESSA CANALHADA QUE DIZEM ESTAR A FRENTE DA JUSTICA, POIS A MEU VER SAO TODOS MAIORES CRIMINOSOS QUE OS CRIMINOSOS. ALEM DISSO PRENDAM TAMBEM O PR POIS ANDA A PROTEGER BANDIDOS, CORRUPTOS E LADROES! E PARECE QUE ELE TAMBEM E! FIQUEM A TOMAR CONTA DE TUDO E CORRAM COM ESSA PATETADA AUSTRALIANA DAI PARA FORA!
FIQUEM A TOMAR CONTA DE TUDO, POIS PELOS VISTOS, NOS NAO TEMOS A CAPACIDADE PARA ISSO, POIS VE-SE QUE A MAIORIA DESSES GOVERNANTES SAO NA SUA MAIORIA UMA CAMBADA DE IGNORANTES.
TENHO DITO:

SALVADOR ANOSSA TERRA

Anónimo disse...

Mas qual prazo?

Mas qual entrega voluntária?

O Presidente da República não está acima da lei, nem as medidas de emergência decretadas!

Crime é crime seja em que "prazo" fôr cometido!!!

E quais amnistias?!

Quem é o PM para decretar amnistias?!

Decretem de vez a ditadura!

Esqueçam a democracia e a separação de poderes!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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