terça-feira, julho 25, 2006

Conspiração

João Paulo Guerra, Diário Económico, 24/07/04

Quando começou a ser contestado como primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri era acusado de ter mau feitio.

Os seus detractores, no entanto, não deixavam de lhe reconhecer qualidades de seriedade e honestidade. Alkatiri saiu do poder pelo seu pé, para evitar confrontos institucionais de dimensões e consequências imprevisíveis e, menos de um mês depois, foi constituído arguido num processo por “associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução”.

A acusação contra Alkatiri tem por base um programa de televisão da Austrália e afirmações aí produzidas por um figurante. Segundo o guião do programa ‘Four Corners’, Alkatiri teria distribuído 30 armas por civis, militantes da Fretilin, com o fim de constituir “esquadrões da morte” em Timor. De acordo com o Diário de Notícias, nas declarações do denunciante para o inquérito judicial o número de armas já baixou para 11. Mas os rumores vão fazendo fé e prestando testemunho.

Mari Alkatiri já foi interrogado na qualidade de arguido e certamente não terá dito algo de substancialmente diferente do que declarara anteriormente em entrevista ao Expresso. Que “não havia, nem há” armas nas mãos de militantes da Fretilin, que o que se desenvolveu em Timor-Leste foi um “golpe de Estado” e que “na raiz do conflito está o petróleo”.

A substituição de Mari Alkatiri no cargo de primeiro-ministro abriu em Timor-Leste um novo ciclo político que tem por horizonte a realização de eleições agendada para os primeiros meses de 2007. E dá ideia que a campanha eleitoral já começou. Se de facto houve um “golpe” com “raiz” no petróleo, que jeito daria aos “golpistas” - de dentro e de fora - ter Mari Alkatiri nas eleições enredado num processo por “associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução”.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/673976.html

1 comentário:

Anónimo disse...

"Segundo o guião do programa ‘Four Corners’, Alkatiri teria distribuído 30 armas por civis, militantes da Fretilin, com o fim de constituir “esquadrões da morte” em Timor. De acordo com o Diário de Notícias, nas declarações do denunciante para o inquérito judicial o número de armas já baixou para 11. Mas os rumores vão fazendo fé e prestando testemunho."

Sera que o jornalismo portugues pode ser assim tao pessimo? O programa Four Corners disse que o grupo de Railos tinha 30 homens mas que nem todos tinham armas. Apresentaram ate um documento identificando a entrega de 15 HK33 incluindo os seus numeros de serie.
Foi tambem apresentado nesse prgrama os cadaveres de 4, repito 4 homens de Rai Los que tinham sido mortos no combate em tasitolo as armas dos quais tinham sido capturadas pelas F-FDTL. Ora nao e dificil constatar que 15-4=11 armas.

Mas que cambada de facciosos!!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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