"Não sou candidato de oposição à Fretilin" - Ramos Horta
Por Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa Baucau, 24 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense José Ramos Horta afirmou hoje à agência Lusa que a sua candidatura às eleições presidenciais não é contra a Fretilin.
"Não sou candidato de oposição à Fretilin", afirmou o primeiro-ministro à Lusa na sua primeira entrevista enquanto candidato à presidência.
Ramos Horta lança oficialmente domingo a sua candidatura em Laga, uma aldeia dos arredores de Baucau onde cresceu e viveu entre os 11 e os 17 anos de idade. Outra das razões porque decidiu apresentar a sua candidatura em Laga prende-se com o facto de ser uma das regiões mais pobres do país.
"É uma candidatura de milhares de timorenses que vêm de muitos partidos, incluindo da Fretilin. Não faço oposição a Fretilin, nunca o fiz e nunca o irei fazer", adiantou.
"Estas eleições deste ano são mais personalizadas porque a comunidade internacional assim como o povo timorense estão muito mais elucidados sobre quem é quem".
O povo, segundo Ramos Horta, são pessoas sabem "que, afinal, o país avança ou recua conforme a qualidade de líderes que tem".
Ramos Horta disse que em 2001 nas eleições para a constituinte, ganhas pela Fretilin, "os timorenses votaram em partidos, em bandeiras e não em caras". Agora, concluiu, "já estão atentos e vão escrutinar um por um os nomes das listas de cada partido".
José Ramos Horta considera-se um candidato livre e independente nas eleições presidenciais. "Felizmente não devo grandes favores a nenhum partido politico. Não estou comprometido com ninguém, apenas com este povo".
Em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro timorense disse ainda que decidiu candidatar-se quando regressou de nova Iorque há uma semana. "Quando cheguei a Dili fui informado que uma comissão informal já tinha recolhido alguns milhares de assinaturas, sem a minha luz verde". José Ramos horta referiu a título de exemplo que "só em Baucau num dia recolheram mil assinaturas quando bastavam 100".
O primeiro-ministro sublinha que é um candidato reticente às eleições de 0 9 de Abril e "não é por recear a campanha e o possível desfecho negativo, pelo contrário". Diz Ramos Horta: "Devo ser o único líder do mundo em campanha eleitoral desejando vir a ser rejeitado".
José Ramos Horta explica que, no caso de não ser eleito, ficará "de consciência tranquila" uma vez que a sua candidatura "é em primeiro lugar uma questão de consciência".
E afirma: "Se eu não me candidatasse seria severamente crítica do por muitos timorenses e amigos internacionais na indonésia, na comissão europeia, em Washington, no conselho de segurança e na Austrália".
Frisando que tem vários apoios internacionais José Ramos Horta considera que os dois governos constitucionais de Timor-Leste "beneficiaram de apoios através dos seus contactos pessoais".
Em relação as condições de segurança para a campanha eleitoral, Ramos Horta confirmou à Lusa que a existência de um acordo entre o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e o major Alfredo Reinado.
O militar, principal rosto da crítica político-militar de 2006 fugiu de um a prisão em Díli a 30 de Agosto. Segundo revelou o primeiro-ministro, o procurador Longuinhos Monteiro esteve com o Major Reinado há três semanas em Gleno. "Houve um acordo explícito, assinado pelos dois, em que Reinado pela primeira vez se compromete a ser ouvido no caso das armas" entregues a civis. Alfredo Reinado ter-se-á comprometido também "a comparecer perante a Justiça no caso da troca de tiros a 23 de Maio de 2006, na qual, alegadamente, pelo menos um membro das F-FD TL foi morto por ele".
Quanto a Xanana Gusmão, José Ramos Horta insiste que o falado novo partido inspirado pelo presidente da República de Timor-Leste continua, para ele, um "mistério". O primeiro-ministro salienta, no entanto, que Xanana Gusmão poderá ter um futuro político depois de abandonar a chefia do Estado. "Ele é novo, com muito dinamismo e é um homem bom. Não há nenhum político que seja tão respeitado como ele", disse.
Lusa/fim
NOTA:
1. Não ouvimos nenhum dos "amigos" internacionais a manifestar qualquer apoio a Ramos-Horta, se bem que até possamos acreditar nas palavras de Ramos-Horta quanto a alguns.
E a ouvirmos algum "amigo" internacional, Ramos-Horta corre o perigo de ser o candidato a Presidente, não de todos os timorenses, mas de todos os australianos, indonésios e americanos, em Timor-Leste!
2. Quanto a ser o candidato que quer ser rejeitado... morreríamos a rir, se não fosse tão patético.
3. As assinaturas sem o seu consentimento?! (1000 em Baucau! Quando apenas apareceram, contra as suas expectativas, 400 ou 500 pessoas no lançamento da candidatura em Laga, a poucos kms de Baucau...).
4. Quanto a ser um "mistério" o novo partido de Xanana... haverá alguém com quem Ramos-Horta fala no último mês, que não mencione imediatamente o novo partido de Xanana chamado CNRT?
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Ramos-Horta no seu melhor... (Intervalo para o humor)
Por Malai Azul 2 à(s) 00:15
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Portanto, confirma-se que RH não se candidatou, antes foi candidatado... por amigos.
Muito esclarecedor.
E melhor assegurar antes de se candidatar do que aventurar usando intimidacoes e mentiras,
Roman
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