segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O candidato a Presidente de todos os australianos e de todos os americanos?...

Público – 25 de Fevereiro de 2007

Primeiro-ministro considera essencial o diálogo
Ramos-Horta confirma que quer suceder a Xanana

Jorge Heitor

“Sei que tenho condições e capacidades para assumir o cargo de Presidente da República.” Foi com estas palavras que o primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, se disponibilizou hoje de manhã (madrugada em Lisboa) para concorrer à chefia do Estado, numas eleições com primeira volta marcada para 9 de Abril.

A intenção já tinha sido antecipada há dois dias pela televisão Al-Jazira, do Qatar. Chegou agora a confirmação, num discurso em Timor. “Anuncio publicamente, aqui em Laga [150 quilómetros a leste de Díli, em Baucau], a minha decisão de me candidatar à Presidência, para suceder a Xanana Gusmão, herói do nosso povo, que resgatou das grandes derrotas de 1977-79 e conduziu com extraordinária visão até à nossa libertação”, disse o chefe do Governo.

“Foram semanas de reflexão e de muita hesitação. Reflecti sobre a honrosa mas muita penosa missão de me candidatar a chefe de Estado”, prosseguiu o homem que em 1996 partilhou o Nobel da Paz com o então bispo católico de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo.

Segundo o jornal "Sydney Morning Herald", os planos de Horta assentam num pacto com Xanana para procurarem mudar de cargo e diminuir o peso político da Fretilin, partido maioritário. O Presidente “deve assumir um papel de interligação e harmonização entre as diversas instituições do Estado, permitindo uma actuação coordenada e, portanto, mais eficiente dos diversos órgãos de decisão”, declarou Ramos-Horta num discurso de sete páginas, durante o qual lembrou ter liderado “o processo de estabelecimento de relações diplomáticas com cerca de 100 países”.

“O diálogo entre instituições é essencial e pretendo fomentá-lo. Um país no qual as diversas instituições se encontrem de costas voltadas não pode crescer”, defendeu o primeiro-ministro. “Como candidato, durante o período da campanha afastar-me-ei do Governo. Não uso, não usarei meios do Estado para a minha campanha. (...) Convido o inspector-geral do Estado, os partidos e outras instituições a monitorizar as minhas actividades”.

Pacto com o Presidente

Ramos-Horta reconheceu que o Governo que chefia é da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), cujo líder, Francisco Guterres (Lu-Olo), actual presidente do Parlamento, se apresentou há cinco dias como candidato do partido à liderança da nação, no que parece ser o mais forte despique destas eleições.

Sexta-feira, o primeiro-ministro reconhecera, em declarações prestadas ao PÚBLICO, que a Austrália e os Estados Unidos foram dos países que mais o encorajaram a candidatar-se a Presidente da República. Entretanto, Xanana declarara a figura da oposição, em Díli, segundo o "Sydney Morning Herald", que tenciona formar o seu próprio partido e ir às legislativas, que só serão marcadas depois de terminadas as presidenciais.

De acordo com o jornal australiano, Ramos-Horta e Xanana Gusmão “vão tentar convencer o eleitorado de que, como Presidente e primeiro-ministro, oferecem ao país a melhor oportunidade de ultrapassar as divisões e garantir a estabilidade política, depois do caos e da violência do ano passado”.

Ainda ontem, um segundo jovem morreu depois de, na véspera, ter sido alvejado a tiro num confronto com soldados australianos, na capital.

2 comentários:

Anónimo disse...

Incorrect. Not mine and I am American. I think nothing is worse than Ramos Horta as President of East Timor. Actually...there is....Lucia Lobato or xavier Amaral or Manuel Tilman. But Luolo would be better for me, liberation fighters still have more of the interests of this country more at heart than people like Horta who sepnt 24 hours outside. So don't brand all us Americans with the same brand please.

Anónimo disse...

Liberation fighter!!!! an insult to all timorese people. This independence is the outcome of everybody's struggle including you. We didn't win by fighting with weapons bu NEIL. We had 3 fronts interdependent to each other. Guerrila, Clandestine and Diplomatic. All struggled to regain the chance for the people to choose and it was won with NEIL. But we must recognize the important role of the international community. People all over the world supported. So it is a world wide struggle.

Fuanboot

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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