segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Jornal Nacional Semanário, editorial do dia 10 de Fevereiro de 2007

Editorial

Contestação

Um processo que se repete em menos de um ano. Os mesmos manifestantes que foram mobilizados para derrubar o anterior Governo surjem agora na capital com palavras e ordem contra a decisão do tribunal. Os protagonistas são os mesmos e os organizadores hoje mais conhecidos do que ontem. Em pura verdade se diga que esta manifestação vem contrariar aquilo que era pedido: a justiça. Contudo, parece que há quem queira a justiça direccionada pela percepção e interesses de alguns grupos e não por aquilo que a própria justiça é e representa. Num Estado de Direito democrático a obediência pelas Leis civis é um marco inultrapassável. Ninguém está acima da Lei e ninguém pode julgar para além da própria Lei. No entanto, neste nosso pobre país, o uso e abuso da manipulação das mentalidades persiste. Não é admissível que se transforme a justiça num palco de teatro onde se pode alterar o sentido da verdade. A verdade é meramente uma e apenas essa. Seria compreensível em 2006 algumas destas manifestações, porém, passado este tempo todo, não é curial que se volte às ruas a exigir a condenação daquilo que não tem base para ser condenado. Pouco interessa aqui se concordamos ou não concordamos. Interessa dizer que a justiça falou. Se outras dados houverem, se outras provas que sejam consistentes surgirem, então quem hoje se arquiva amanhã se reabre. Mas onde estão essas provas fortes e conclusivas? Será que vamos empreender neste nosso querido e martirizado país um sistema de justiça popular? Onde os juízes são também os carrascos?

O país aguarda pelas eleições e não por mais guerra, por mais medo ou por mais mortes. Cada cidadão nacional deve estar consciente de que não está acima da Lei. Por muito que essa Lei não o puna ou ainda o não tenha punido. No banco dos réus ainda não se sentaram responsáveis pelo acontecido. Porém, a justiça far-seá independemente do tempo que for considerado por necessário.

Incompreensíve,l é a forma como quem tem a responsabilidade pela segurança interna autoriza manifestações que apenas trazem mais medo e mais desordem à capital do nosso país. Parece estar em marcha um qualquer plano alternativo para a inviabilização definitiva das eleições presidenciais e das legislativas. Mas, se em 2006 estavamos alegremente sós, hoje temos milhares de internacionais a olhar para o nosso país com a expectativa que vamos conseguir e queremos a paz. Parece que não estamos a cuidar de nós como deveríamos e parece também que quem veio de fora se esquece que manifestações mal autorizadas trazem apenas mais medo e mais confusão. Esperamos e temos fé que Xanana Gusmão, o ainda nosso Presidente, tenha apelado às consciências dos organizadores para pararem com os processos reivindicativos nas ruas. Nos utlimos dias temos tido mais violência e mais dor. Já chega. Pelo menos se temos respeito pelas gerações vindouras, pelos nossos filhos e netos, pelos nossos avós e pelos nossos mártires da libertação.

Para nós as eleições são vitais, sem elas seremos uma miragem de democracia e estaremos a negar o direito a sermos considerados soberanos e independentes.

José Ramos-Horta

Foi ao tribunal como testemunha arrolada pela defesa de Rogério Lobato e falou o que se esperava dele. Terá dito, o actual primeiro-ministro, que o anterior ministro do Interior agira dentro da Lei e em conformidade com a situação que se vivia, em resumo e sucintamente, mais ou menos isto.

Palavras justas para quem assim pensa e julga. Em tribunal não se mente, portanto, José Ramos-Horta cumpriu com a sua consciência. Está de parabéns pela coragem demonstrada.

Manuel Tilman a Presidente

É oficialmente candidato à presidência da República. Trás ideias e propostas. Porém, para um país à beira do abismo a meio caminho da queda, parece inoportuno falar em livre circulação de pessoas entre um e outro lado da fronteira. Essa é uma matéria que compete aos Governos e não aos presidentes da República. Contudo, Manuel Tilman, trás à discussão como é seu hábito um estilo diferente de se propor ao eleitorado. Independemente, das suas propostas, boas ou más, interessa destacar a coragem e dar-lhe os parabéns e desejar-lhe sucesso na caminhada até ao palácio das Cinzas – que nessa altura já será o de Lahane se houver dinheiro para terminar a obra.

Marí Alkatiri

Saiu da “tortura psicológica” que o travava de continuar a desenvolver a sua vida normal e a dar o seu contributo para as causas nacionais ao serviço do seu partido político. Terminada esta fase da sua vida, porém, continua a ser perseguido, há quem neste país tenha nascido fadado para a pressão. No entanto, ao antigo primeiro-ministro fica a nota positiva de continuar apostado em dar consistência à palavra democracia através da luta pelas realização das eleições. De estranhar algumas ausências significativas na sua conferência de imprensa onde anunciou o resultado do inquérito contra ele movido. Serão sinais da mudança dentro do partido ou desconforto pela incerteza do futuro por parte dos ausentes?

Timor Telecom

Baixou as tarifas em 10 por cento para a Indonésia, Austrália e Portugal. Uma medida esperada e que vem de encontro aos críticos que consideram a TT cara e de mau serviço. Uma prenda de bom ano para todos nós consumidores que tem o condão de responder a quem mais os tem criticado. No entanto, resta saber se vai contestar as comunicações já anunciadas no aeroporto e que vão estabelecer uma violação, pelo menos assim parece, ao contrato de concessão assinado com o Estado de Timor-Leste e válido por 15 anos.

Baixam-se as tarifas e esperam-se mais investimentos, um deles que seja a Internet sem fios, já testada e pronta a funcionar. Afinal, com tantos milhares de clientes, sobretudo nesta nova onda de internacionais no país, não será, por seguro, uma má aposta em Díli.

Empresários

Continuam à “rasca liu”. O Governo é mau pagador e demora a cumprir com as suas obrigações. Este governo prometera aligeirar a questão aguarda-se o cumprimento para bem do empresariado nacional e do seu futuro. Sem empresários não há emprego e sociedade civil contribuinte para o desenvolvimento nacional.

http://www.semanario.tp/administracao.htm

1 comentário:

Anónimo disse...

Ramos Horta não mentiu em Tribunal, mas tenta agora mentir à opnião pública e aos seus pares de golpe de Estado ao vir dizer que nunca disse em tribunal o que disse. Este José Ramos Horta é mesmo uma boa página rasgada da história dramática de Timor-Leste. É um flop! quem decidiu dar o Nobel da Paz a tão infame e acévala criatura?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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