sexta-feira, novembro 10, 2006

UNMIT Revista dos Media Diários

Tradução da Margarida.

Quinta-feira, 09 Novembro 2006

Relatos dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisão de Timor-Leste


As F-FDTL não podem ser activadas até o problema estar resolvido

O Presidente do PSD, Mário Carrascalão disse que o governo deve primeiro resolver os problemas dos peticionários e do Major Alfredo Reinado antes das F-FDTL serem activadas, sublinhando que a crise começou com os peticionários.

Disse ainda que a Comissão dos Notáveis, que foi criada pelo governo, não podia resolver o problema. Entretanto o Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que as forças da defesa seriam activadas e continuariam as suas actividades diárias no seu quartel-general em Tasi Tolu e não fariam segurança interna, porque essa não é a sua função. Ramos-Horta acrescentou que a re-activação segue-se ao resultado do relatório da COI, que limpou a instituição (da alegação) de um massacre. O Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa apontou que as F-FDTL dependem do plano 2020, e de como as F-FDTL podem cooperar com as forças internacionais e de qual será o seu papel num contexto global. (STL)

A Vice-Ministra resigna do cargo

Isabel Ferreira entregou ontem uma carta de resignação do seu cargo de Vice-Ministra da Justiça depois de um pedido do Presidente da República ao Primeiro-Ministro devido às duas posições que correntemente ocupa. Ferreira disse que quando foi convidada para assumir a posição de Vice-Ministra tinha concordado na condição de que continua a servir como Comissária da CVA. Mas que agora lhe foi pedido que resignasse do cargo de Vice-Ministra da Justiça. Ela disse que os líderes não foram consistentes com a primeira decisão (deles). (TP)

O PSD duvida da Comissão do Parlamento


O deputado João Gonçalves (PSD) duvida que o trabalho da Comissão Parlamentar, para analisar e avaliar o relatório do COI, seja eficiente pois que não tem o poder de levar os responsáveis a tribunal. Gonçalves disse que a Comissão só pode fazer mais investigações e juntar provas de pessoas que ainda não foram ouvidas. Disse ainda que a Comissão ao menos devia estabelecer um termo de referência para especificar o seu trabalho, acrescentando que investigar o relatório do COI requer muitos recursos. Questiona ainda se, quando a comissão especializada permanente do Parlamento enfrenta dificuldades em desenvolver o seu trabalho, esta nova comissão será capaz de alcançar os seus objectivos? O deputado disse que o PSD fez uma declaração política no Parlamento para pedir que Timor-Leste estabeleça uma comissão composta pelos quarto órgãos de soberania – o presidente da república, o governo, o tribunal e o parlamento –para conduzir um estudo sobre as conclusões e recomendações do relatório da COI.

Com base no estudo, Gonçalves sublinhou que a comissão devia apresentar então recomendações com base na gravidade dos crimes e no interesse nacional. O deputado disse que todos os aspectos estão envolvidos nos termos de referência mas que a proposta não teve o apoio da sessão plenária. A Comissão do Parlamento consiste em sete membros, quatro da FRETILIN e três dos grupos da oposição e espera-se que entreguem o seu relatório ao parlamento dentro de duas semanas. (STL)

.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estamos a assistir a um período na história deste blog em que até conseguiram fazer calaras vozes críticas, e estas calaram-se.
Tudo em prol de um contributo para a paz, a estabilidade e prosperidade de Timor-Leste.

Acredito que todos nós que temos boa fé queremos naturalmente ver Timor-Leste a tornar-se num país sério e íntegro, excepto os que abusam destes valores essenciais a qualquer sociedade a prol de benefício próprio.

Receio contudo que o calar das vozes críticas assemelha-se a um cessar-fogo a que um dos lados recorre para renovar forças, adquirir armas e munições e disparar inesparadamente contra o lado que respeita o cessar-fogo.

O discurso do PM em ocasião de 100 dias do II Governo Constitucional deixa alguma esperança, recorrendo-se apenas à análise das palavras. Todavia, as palavras por enquanto não passam disso, das palavras, até alguns resultados práticos lhes conferirem a força de vigor.
Apesar de se aparentar o regresso a uma certa normalidade e de serem forjados planos para uma sociedade próspera, não obstante muitos desses planos, tal como o próprio Dr. Ramos Horta o tenha admitido, haviam sido arquitectados e herdados do anterior PM, Mari Alcatiri, deixando contudo certas dúvidas relacionadas nomeadamente com a presença das tropas australianas.

Num outro contexto, Mário Carrascalão vai declarar que as F-FDTL não devem ser reactivadas antes que se resolvam os problemas dos assim chamados peticionários e restantes desertores, uma vez que o problema no seio da instituição militar tinha se iniciado com estes dois grupos.
Será que a perspectiva de um político, naturalmente com certos interesses e aspirações políticas, representa essencialmente perspectiva jurídica?

É obvio para nos, observadores externos, que em Timor pouco mudou, ou quase nada. Existe ainda uma forte tendência de resolver, ou tentar resolver coisas, de maneira que mais convém a cada um, contornando propositadamente a justiça e o sistema judicial existente.
Deixa isto pairar as questões no ar: porquê então não dissolvam todo o sistema de justiça se a justiça faz-se por alguns e de modo em que eles entendam serem as normas e a justiça?
Porquê então não dissolvam as forças de segurança se lhes não cabe a cumprirem com as suas tarefas?
Porquê gastar dinheiro na administração e estruturas de estado se pelo visto estas funcionam oliquarquicamente?

E por último, a Vice-Ministra da Justiça resigna a pressão do Presidente da República sobre o Primeiro-Ministro por alegada acumulação de cargos. Bem fez ela em mostrar que em Timor-Leste ainda há pessoas coerentes e íntegras.

Se analisarmos com um pouco mais atenção as relações pessoais da Vice-Ministra de Justiça, relacionadas com o facto de ser casada com o Comandante das F-FDTL, consideremos as recomendações do relatório da Comissão Especial Independente, as relações (más ou inexistentes) entre o PR e os comandantes das F-FDTL, especialmente com o Comandante-General Taur Matan Ruak que desde o início se recusou fazer parte do selecto grupo golpista e se colocou em defesa da Constituição e da soberania de Timor-Leste, as coisas ganham muito maior visibilidade.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.