O negócio dos gás de Timor vai ao parlamento
AAP/TVNZ - Novembro 09, 2006
Um negócio que engloba biliões de dólares do petróleo e gás do Mar de Timor irá em breve ao parlamento de Timor-Leste para debate e ratificação, disse hoje o primeiro-ministro de Timor-Leste José Ramos Horta.
Ramos Horta antecipou o gesto num discurso que tratou de várias questões no parlamento de Timor-Leste para marcar os primeiros 100 dias no gabinete.
O laureado do Nobel da Paz foi nomeado primeiro-ministro em Junho depois da resignação de Mari Alkatiri no meio de uma crise política na jovem nação.
Timor-Leste tem sofrido de instabilidade desde que forças de segurança rivais se confrontaram em Dili em Abril e Maio matando dúzias de pessoas e levando mais de 150,000 das suas casas.
"O governo vai mandar para o parlamento para debate e ratificação, o tratado sobre Certos Arranjos Marítimos no Mar de Timor e o Acordo Internacional de Unitização," disse Ramos Horta no parlamento.
"Os honrados representantes eleitos da nação compreenderão que este tratado serve os melhores interesses do nosso país e uma vez ratificado permitirá o desenvolvimento do Greater Sunrise, os recursos que garantirão a independência económica e a prosperidade nacional."
Não ficou imediatamente claro quando é que o negócio será apresentado ao parlamento para ratificação.
O governo poderá enfrentar alguma oposição para a ratificação.
O deputado independente Leandro Isaac disse que o governo tem ainda que explicar a questão do Mar de Timor ao parlamento.
"Muita gente em Timor-Leste está contra a ideia total disto tudo, mas veremos quando apresentarem a proposta," disse.
"A minha esperança é que a Austrália, um país que é grande e rico, compreenda que o petróleo pertence a nós e que o dê a nós.
Não sei quando é que vão apresentar isto no parlamento, o governo nada nos disse."
Está estimado que o campo do Greater Sunrise pode dar um potencial de $US10 biliões para a empobrecida nação num espaço de 20 anos.
Sob o acordo, assinado em Janeiro, a Austrália e Timor-Leste dividirão as royalties do campo 50:50, e atrasarão as negociações duma fronteira permanente marítima por 50 anos.
O operador do Greater Sunrise, a Woodside Petroleum congelou o projecto de $A6.6 biliões em 2004 quando as negociações entre as duas nações se arrastavam.
A outra questão ainda por resolver é a localização duma instalação proposta para o campo para processar o gás natural líquefeito , se em Timor-Leste ou no norte da Austrália.
Falando sobre os seus primeiros 100 dias, Ramos Horta disse que apesar dos “piores momentos terem passado” em Timor-Leste, a situação de segurança interna em Dili permanece tensa.
"Conquanto tenham ocorrido alguns distúrbios, têm sido provocados, especialmente por jovens, organizados em grupos com motivos mais criminosos do que políticos," disse.
"O governo acredita que estas organizações criminosas estão a ser apoiadas por outras pessoas com objectivos claros, determinados em minar a autoridade do Estado."
Ramos Horta disse que o Presidente Xanana Gusmão tinha sido "incansável" na sua procura de uma solução para a crise, através de negociações com jovens, e a liderança da polícia e das forças armadas Timorenses.
Também reiterou que era importante manter o arranjo corrente da força liderada pelos Australianos, trabalhando ao lado da polícia da ONU, apesar da crítica do responsável das forças armadas Timorenses.
Há correntemente cerca de 1000 tropas Australianas em Timor-Leste, e cerca de 900 oficiais de polícia da ONU
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A Igreja forçou a minha saísa, diz Alkatiri
smht.co.au
Lindsay Murdoch em Darwin
Novembro 10, 2006
O deposto primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, acusou a hierarquia da Igreja Católica do país de estar por detrás duma conspiração para destruir o seu governo da Fretilin.
O Dr Alkatiri fustigou os líderes da igreja numa entrevista antes de sair de Timor-Leste para Portugal na Quarta-feira, dizendo que a principal razão porque o quiseram depor foi por não ser católico.
"Não digo que foi toda a Igreja Católica, mas foi a hierarquia," disse.
"E a eles juntaram-se outros grupos … gente dos partidos da oposição e grupos ilegais dentro do país."
O Dr Alkatiri é um muçulmano num país onde 96 por cento de 1 milhões de pessoas são católicas e a Igreja Católica é de longe a instituição mais poderosa.
Desde que foi forçado do gabinete no meio da violência em Junho, o Dr Alkatiri tem recusado dizer quem é que acredita ter estado por detrás do que descreve como uma conspiração bem planeada para o derrubar.
Mas disse ao online South-East Asian Times em Dili que o complot para derrubar o seu governo começou em 2001 e incluiu três semanas de protestos de rua no ano passado. "A Igreja Católica organizou gente para manifestações durante três semanas e falharam," disse o Dr Alkatiri. "Desde então estiveram sempre a tentar arranjar apoio de instituições e indivíduos no país … sempre com o mesmo propósito, forçar o governo a sair."
Domingos Soares, o porta-voz da Igreja Católica em Dili, disse ao Herald ontem à noite que a igreja não responderá às alegações do Dr Alkatiri.
"Todos os Timorenses sabem que o papel da igreja é promover a paz e a prosperidade," disse o padre Domingos.
"Não temos resposta para dar … Alkatiri não é o nosso patrão. Pode dizer o que lhe apetecer."
O Primeiro-Ministro, José Ramos-Horta, disse ontem ao Parlamento que ter uma "boa e frutuosa relação " com a igreja era uma prioridade do seu governo.
"A Igreja Católica Timorense é uma dessas únicas instituições que é a cola que mantém junto o tecido social," disse.
O Dr Alkatiri disse que os amotinados das forças armadas e os presos em fuga parecem ter um "sentido de impunidade " e apelou às tropas Australianas em Timor-Leste para os prender. Disse que o Presidente, Xanana Gusmão, e o Sr Ramos-Horta, que foi ministro dos estrangeiros antes de se tornar Primeiro-Ministro, tiveram falta de coragem para defender a Constituição quando a violência irrompeu em Dili em Abril e Maio.
O Dr Alkatiri disse que regressará de Portugal antes das eleições agendadas para Maio do próximo ano mas que não concorrerá ao posto de primeiro-ministro.
O Gabinete do Procurador-Geral de Timor-Leste autorizou o Dr Alkatiri a viajar para Portugal para tratamento médico mesmo apesar de estar sob investigação por alegadamente ter entregue armas a um esquadrão de ataque civil montado para matar opositores políticos. Ele nega as alegações.
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Nota:
O Procurador-Geral da República não autorizou, nem deixou de autorizar.
Porque Mari Alkatiri pode deslocar-se sempre que quiser, tendo apenas de o comunicar à Procuradoria, assim como onde pode ser contactado, caso a sua ausência seja superior a 5 dias.
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sexta-feira, novembro 10, 2006
Notícias - Tradução da Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 10:58
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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