sexta-feira, novembro 10, 2006

PM de Timor-Leste compromete-se com solução para milhares de deslocados

Fonte: Agence France-Presse (AFP)
Data: 09 Nov 2006

Por Nelson da Cruz

DILI, Nov 9, 2006 (AFP) – O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta prometeu na Quinta-feira que o seu governo trabalhará para apressar o regresso e a re-colocação de mais de 90,000 pessoas que estão ainda a padecer em abrigos temporários.

Ramos-Horta também prometeu melhorar a segurança na pequena nação atingida pela violência em Abril e Maio.

Falando no parlamento para marcar o 100º dia do governo, Ramos-Horta disse que havia ainda "um número considerável de deslocados ", citando relatórios do princípio do mês que mostravam mais de 70,000 a viverem em campos nos distritos e 23,000 em campos na capital, Dili.

Fugiram das suas casas durante a violência em Abril e Maio que se seguiu ao despedimento de cerca de um terço das forças militares do jovem país, que tinham desertado citando discriminação entre as fileiras.

O primeiro-ministro disse que uma iniciativa de prioridade do governo era "facilitar o regresso dos deslocados em Dili `` às suas casas, ou re-alojá-los," e "criar um ambiente seguro para todos ".

"Foi feito um esforço para garantir a segurança tanto nos campos, como no país; mas esta é uma tarefa difícil que requer um reforço constante de todas as tarefas que possam levar à consolidação das instituições de defesa e da polícia," disse o primeiro-ministro.

As duas questões eram "a estratégia de reconciliação mais importante " em Timor-Leste, disse Ramos-Horta.

Desde que a violência atingiu Dili em Maio, os residentes dos campos têm sofrido intimidação e ataques por gangs de jovens enraivecidos e têm-se queixado que o governo não tem feito o suficiente para garantir a sua segurança.

A ONU concordou no mês passado em enviar mais de 1,600 polícias internacionais para restaurar totalmente a estabilidade. Juntaram-se a mais de 3,000 tropas internacionais lideradas pelos Australianos destacados lá desde Maio.

Ramos-Horta também apontou que a violência entre gangs de jovens que recentemente atingiu Dili foi apoiada por "motivos mais criminosos do que políticos".

"O governo acredita que estas organizações criminosas estão a ser apoiadas por outra gente com objectivos claros, determinadas a minar a autoridade do Estado," disse o primeiro-ministro sem elaborar mais.

Ramos-Horta disse que o seu governo tinha concordado em reconstruir ou substituir as casas danificadas ou destruídas durante a violência de Abril-Maio, que resultou em mais de 60 campos de deslocados através de Dili.

O Presidente Xanana Gusmão, juntamente com a influente comunidade Católica e a liderança militar e da polícia estavam "constantemente à procura duma solução para a crise, tentando o regresso da paz e da tranquilidade" para os Timorenses, disse o primeiro-ministro.

Disse que a sua principal tarefa como primeiro-ministro e ministro da defesa era "tentar curar as feridas abertas no seio " das forças militares e policiais de Timor-Leste.

Conversas longas e separadas entre Gusmão e as lideranças militares e policiais do país mais cedo, nesta semana foram evidência deste esforço, disse Ramos-Horta.

"O diálogo é o caminho para a reconciliação," acrescentou o primeiro-ministro.

Timor-Leste, uma das nações mais pobres da Ásia, caíu no caos depois de protestos de ruas iniciais por soldados demitidos terem rapidamente degenerado em violência de rua envolvendo gangs de jovens.

str/vt/bs/jc
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1 comentário:

Anónimo disse...

Aos amigos de Timor visitem esta pagina.

http://beirosdetimor.com.sapo.pt/

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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