quarta-feira, junho 07, 2006

Ian Martin antecipa reforço da presença internacional no país

Díli, 07 Jun (Lusa) - O enviado especial das Nações Unidas a Timor-Lest e, Ian Martin, antecipou hoje um reforço da presença internacional no país, gara ntindo que a ONU vai estar "com Timor-Leste neste momento e no futuro".

Ian Martin destacou, em particular, que a Organização das Nações Unidas deverá "assumir um papel importante" no que toca à realização das eleições de 2 007, sendo essencial garantir um voto "livre e justo num clima de liberdade e pl uralismo".

"Esta crise chocou muitos de nós na comunidade internacional mas chocou ainda mais os timorenses. Pode e deve servir como um sinal de alarme", afirmou aos jornalistas, no final da sua deslocação a Timor-Leste.

"Os problemas essenciais não eram desconhecidos mas não foi feito o suf iciente para responder a isso. Daí que isto seja um despertar para a comunidade internacional e para os timorenses", explicou ainda.

Para Ian Martin, igualmente importantes são as lições que as próprias N ações Unidas possam tirar da situação em Timor-Leste, "olhando de forma crítica para o seu próprio papel".

"Há uma opinião de que as Nações Unidas tendem a abandonar zonas de con flito demasiado cedo. Mas agora há o compromisso da ONU ficar com Timor-Leste du rante esta crise", afirmou.
"Todos acreditam que haverá um papel maior das Nações Unidas do que era antecipado no Conselho de Segurança, antes desta crise", sublinhou.

Martin, enviado a Timor-Leste para "avaliar a situação no terreno" e fa zer o possível para "ajudar as várias partes a responder à crise actual", relemb rou que os timorenses já pagaram "um preço pesado pelo seu voto de independência ".

"É muito triste voltar a ver os edifícios a arder, as famílias deslocad as e pessoas a serem mortas", afirmou aos jornalistas, no final da sua deslocaçã o a Timor-Leste.

"Mas este não é o momento para desespero, mas sim para os líderes agire m unidos, para o povo timorense agir unido e para a comunidade internacional agi r unida", acentuou.

Ian Martin, que chefiou a missão da ONU responsável pelo referendo em q ue os timorenses escolheram a independência, em 1999, considerou que o passo mai s óbvio é a recuperação imediata da segurança, apelando à cooperação de todos, " particularmente no processo de recolha de armas".

Para o diplomata é igualmente fundamental lidar com "os temas essenciai s", relembrando que ele próprio, em 1999, nunca questionou "se os timorenses era m lorosaes ou loromonos".

"A recente exploração de pequenas diferenças deve ser ultrapassada", af irmou, considerando igualmente essencial lidar com "a divisão no seio de e entre as F-FDTL e a PNTL (Forças Armadas e Polícia de Timor-Leste)", garantindo em pa ralelo o relacionamento entre as instituições de Estado "para responder "ás caus as essenciais da crise".

"A restauração do sector da segurança será um aspecto crucial do futuro ", frisou, em conferência de imprensa no final da visita de 10 dias a Díli.

O enviado especial de Kofi Annan admitiu que para um país com quatro an os de existência, como Timor-Leste - e à semelhança do que acontece noutros esta dos emergentes - os primeiros anos de vida "atravessem problemas políticos signi ficativos".

Durante a sua visita a Timor-Leste, onde chegou no passado dia 29 de Ma io, Ian Martin manteve "discussões francas e longas" com os principais líderes d o país, entre eles o chefe de Estado, Xanana Gusmão, o primeiro-ministro, Mari A lkatiri, e vários membros do governo.

Manteve ainda contactos com o comandante das Forças Defesa de Timor-Les te (F-FTL), brigadeiro-general Taur Matan Ruak, com responsáveis de partidos pol íticos, da Igreja Católica e da sociedade civil, bem como com os rebeldes em Gle no e Maubisse.

Ian Martin reportará agora ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, ante s de um briefing ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que está a analisar o modelo da futura missão da organização no país.
ASP.
Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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