quinta-feira, junho 15, 2006

Crise timorense na agenda da reunião Xanana com homólogo indonésio

Díli, 15 Jun (Lusa) - A crise político-militar em Timor-Leste é o principal ponto da agenda da reunião que os presidentes timorense e indonésio manterão sábado na ilha indonésia de Bali, disse hoje o porta-voz de Xanana Gusmão à Lusa.
Agio Pereira acrescentou "ser natural que quando um Estado entra em crise converse com os seus vizinhos sobre as medidas tomadas para a resolução dessa crise".
Xanana Gusmão parte no sábado para Bali, regressando no dia seguinte a Díli.
Quanto a outros pontos da agenda do encontro, Agio Pereira disse ser previsível que "outros assuntos de interesse mútuo sejam abordados".
Na passada quarta-feira, durante a mensagem que dirigiu ao Parlamento Nacional, o Presidente timorense salientou que iria aproveitar o encontro com Susilo Bambang Yudhoyono para lhe agradecer o "gesto magnífico de nos dar a mão, para aliviarmos o sofrimento do nosso povo".
Xanana Gusmão referia-se ao envio de ajuda humanitária no valor de 700 mil dólares (cerca de 550 mil euros), em resposta a um pedido seu.
A ajuda humanitária indonésia, constituída por bens alimentares e água, foi enviada em dois aviões de carga Hércules, que chegaram a Díli no passado dia 08.
Na sua mensagem ao Parlamento, Xanana destacou a importância da resposta indonésia ao seu pedido de ajuda, por coincidir com os trabalhos de apoio das autoridades de Jacarta às populações dos seu país vitimas de um sismo em Yogyakarta, que causou a morte de dezenas de milhar de pessoas.
Na sequência da violência que desde finais de Abril se regista em Timor-Leste, a Indonésia anunciou o encerramento da fronteira como medida preventiva para evitar o alastrar da instabilidade.
"A Indonésia fez o seu melhor, incluindo fechando as fronteiras para prevenir o piorar da situação em Timor-Leste", explicou quarta-feira Prayono Atiyanto, ministro-conselheiro da Missão Diplomática indonésia nas Nações Unidas.
A Indonésia invadiu Timor-Leste em Dezembro de 1975 e anexou a antiga colónia portuguesa, no ano seguinte, como a 27ª província do país, decisão que nunca foi reconhecida por Portugal, pela ONU e pela generalidade da comunidade internacional.
Num referendo organizado pela ONU em 30 de Agosto de 1999, a maioria dos timorenses optou pela independência, alcançada a 20 de Maio de 2002.
Segundo um relatório recente, pelo menos 183 mil timorenses morreram durante os 24 anos de ocupação, devido à acção das forças armadas indonésias ou a situações de fome.
Após o referendo de 1999, milícias timorenses apoiadas por militares indonésios mataram cerca de 1.500 pessoas e destruíram cerca de 80 por cento das infra-estruturas de Timor-Leste, numa campanha de violência que só terminou com a intervenção de uma força internacional liderada pela Austrália, sob mandato da ONU.
EL.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Presidente Xanana revela-se estar ao nível de um grande Chefe de Estado.
Quase se pode concluir pelo cliché com algumas alterações "por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher" e grandes conselheiros.
Xanana é um grande homem peca por não se saber escolher as pessoas que o rodeam.

Anónimo disse...

O Presidente Xanana revela-se estar ao nível de um grande Chefe de Estado.
Quase se pode concluir pelo cliché com algumas alterações "por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher" e grandes conselheiros.
Xanana é um grande homem peca por não se saber escolher as pessoas que o rodeam.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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