sábado, fevereiro 23, 2008

On Timor Leste's present situation

The Jakarta Post

Your Letter
February 23, 2008

Twenty-five years of Indonesian military occupation in East Timor left a legacy of violence that may be deeply entrenched in the society of that small country and this may take decades to disappear.

It is estimated that 4,000 were murdered by the Indonesian troops and their proxy militias in 1999 alone, before the referendum that led to the independence of East Timor, and scores more were killed in the few weeks that ensued it.

The current violence in East Timor is serious, although it can only be deemed as moderate in comparison to the situation that prevailed between 1975 and 1999.

A statement by Hasan Wirayuda (The Jakarta Post, Feb. 11) that the incident showed that "East Timor is highly volatile as there is no security guarantee for heads of state and government" somewhat sounds like provocation. Instead of showing its arrogant face, the Indonesian government should consider setting up a tribunal to try and severely condemn those responsible for the genocide of the East Timorese people (200,000 civilians killed, many of them tortured to death).

It seems unlikely that the first man responsible for those crimes, the late Soeharto, will ever be tried, but he was assisted by military officers who are still alive and may even still hold influential positions in Indonesia.

The trial of these people surely would help quench the frustrations accumulated by decades of military violence, not only in East Timor, but also within Indonesia.

The 1965-1966 killings have still not been addressed. Massive crimes in Aceh, West Papua and elsewhere across the archipelago still bear deep traumas within the people there.

The Tanjung Priok and Lampung massacres have yet to be properly investigated, and neither has been the violence against ethnic Chinese in Jakarta in 1998.

One should not rule out the eventuality that some revengeful Indonesian military officers may find interest in harming the government of East Timor.

It would be interesting to know whether the East Timorese rebels who attempted to kill Gusmao and Ramos Horta received any help from outside East Timor, and if so, whether this was connected or not to some covert operation from Indonesia (speculation, but a reasonable one in light of recent history).

Last, the current unstable situation in East Timor may help divert attention from the many serious problems Indonesia has itself to face, one year before the presidential election.

PHILIPPE BORSA
Tawangsari, Central Java


Tradução:

Sobre a presente situação em Timor-Leste

The Jakarta Post

A sua carta
Fevereiro 23, 2008

Vinte e cinco anos de ocupação militar da Indonésia emTimor-Leste deixou uma herança de violência que pode estar profundamente infiltrada na sociedade do pequeno país e pode levar décadas a desaparecer.

É estimado 4,000 foram assassinadas pelas tropas Indonésias e suas milícias próximas apenas em 1999, antes do referendo que levou à independência de Timor-Leste, e muitos mais foram mortos nas semanas que se seguiram.

A violência corrente em Timor-Leste é séria, apesar de poder parecer moderada em comparação com a situação que prevaleceu entre 1975 e 1999.

Uma declaração por Hasan Wirayuda (The Jakarta Post, Fev. 11) que o incidente mostrava que "Timor-Leste é altamente volátil e que não tem garantida a segurança para os chefes do Estado e governo" de certo modo soa a provocação. Em vez de mostrar a sua face arrogante, o governo Indonésio devia considerar levar a tribunal para julgar e condenar com severidade os responsáveis pelo genocídio do povoTimorense (200,000 civis mortos, muitos deles torturados até à morte).

Parece improvável que o primeiro homem responsável por esses crimes, o falecido Soeharto, seja alguma vez julgado, mas ele foi assistido por oficiais militares que estão ainda vivos e podem estar ainda em posições influentes na Indonésia.

O julgamento dessas pessoas ajudaria com certeza a acalmar as frustrações acumuladas por décadas de violência militar, não apenas em Timor-Leste, mas também dentro da Indonésia.

Os assassínios de 1965-1966 não foram ainda escrutinados. Crimes massivos em Aceh, Oeste Papua e noutros sítios através do arquipélago causam ainda traumas profundos às pessoas de lá.

Os massacres de Tanjung Priok e Lampung não foram ainda adequadamente investigados e também não o foi a violência contra os de etnia Chinesa em Jacarta em 1998.

Não se devia rejeitar a eventualidade de alguns oficiais militares vingativos Indonésios poderem ter interesse em prejudicar o governo de Timor-Leste.

Seria interessante saber se os amotinados Timorenses que tentaram matar Gusmão e Ramos Horta receberam alguma ajuda de fora de Timor-Leste, e se sim, se isso esteve ou não conectado com alguma operação encoberta da Indonésia (especulação, mas uma razoável à luz da história recente).

Por fim, a situação corrente instável em Timor-Leste pode ajudar a distrair a atenção dos muitos problemas sérias que a própria Indonésia tem a enfrentar, um ano antes da eleição presidencial .

PHILIPPE BORSA
Tawangsari, Central Java

2 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:
Sobre a presente situação em Timor-Leste
The Jakarta Post

A sua carta
Fevereiro 23, 2008

Vinte e cinco anos de ocupação militar da Indonésia emTimor-Leste deixou uma herança de violência que pode estar profundamente infiltrada na sociedade do pequeno país e pode levar décadas a desaparecer.

É estimado 4,000 foram assassinadas pelas tropas Indonésias e suas milícias próximas apenas em 1999, antes do referendo que levou à independência de Timor-Leste, e muitos mais foram mortos nas semanas que se seguiram.

A violência corrente em Timor-Leste é séria, apesar de poder parecer moderada em comparação com a situação que prevaleceu entre 1975 e 1999.

Uma declaração por Hasan Wirayuda (The Jakarta Post, Fev. 11) que o incidente mostrava que "Timor-Leste é altamente volátil e que não tem garantida a segurança para os chefes do Estado e governo" de certo modo soa a provocação. Em vez de mostrar a sua face arrogante, o governo Indonésio devia considerar levar a tribunal para julgar e condenar com severidade os responsáveis pelo genocídio do povoTimorense (200,000 civis mortos, muitos deles torturados até à morte).

Parece improvável que o primeiro homem responsável por esses crimes, o falecido Soeharto, seja alguma vez julgado, mas ele foi assistido por oficiais militares que estão ainda vivos e podem estar ainda em posições influentes na Indonésia.

O julgamento dessas pessoas ajudaria com certeza a acalmar as frustrações acumuladas por décadas de violência militar, não apenas em Timor-Leste, mas também dentro da Indonésia.

Os assassínios de 1965-1966 não foram ainda escrutinados. Crimes massivos em Aceh, Oeste Papua e noutros sítios através do arquipélago causam ainda traumas profundos às pessoas de lá.

Os massacres de Tanjung Priok e Lampung não foram ainda adequadamente investigados e também não o foi a violência contra os de etnia Chinesa em Jacarta em 1998.

Não se devia rejeitar a eventualidade de alguns oficiais militares vingativos Indonésios poderem ter interesse em prejudicar o governo de Timor-Leste.

Seria interessante saber se os amotinados Timorenses que tentaram matar Gusmão e Ramos Horta receberam alguma ajuda de fora de Timor-Leste, e se sim, se isso esteve ou não conectado com alguma operação encoberta da Indonésia (especulação, mas uma razoável à luz da história recente).

Por fim, a situação corrente instável em Timor-Leste pode ajudar a distrair a atenção dos muitos problemas sérias que a própria Indonésia tem a enfrentar, um ano antes da eleição presidencial .

PHILIPPE BORSA
Tawangsari, Central Java

Anónimo disse...

What a pity! No mention of Falintil killings before and during the Indonesian occupation.... let everything be swept under the carpet. Wait until it oozes out

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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