23.02.2008
2 hours ago
DILI (AFP) — Ireland did not make an offer to East Timor to resettle any of its 600 sacked soldiers, whose desertions in 2006 triggered deadly unrest, a spokeswoman from the Irish embassy in Singapore said.
East Timor's acting president Fernando de Araujo said after meeting Ireland's Foreign Minister Dermot Ahern last Thursday that the country was willing to take in some of the so-called petitioners for two to three years.
The sacked soldiers have failed to reach a settlement with the East Timorese government over their case.
But the embassy spokeswoman said she had consulted the Irish foreign ministry's press office, "who advised that during the meeting Acting President de Araujo raised the issue of temporary resettlement to Ireland of soldiers.
"Minister Ahern stated that this would not be an option as it would lead to a 'brain drain' from Timor Leste," she added, referring to East Timor by its official name.
The soldiers, who comprised about one-third of the armed forces, deserted complaining they were being discriminated against as they were from the nation's western districts.
The government of then-premier Mari Alkatiri dismissed them, laying the groundwork for bloody unrest between military and police factions, as well as youth gangs, that left 37 dead and forced 150,000 to flee their homes.
At least 17 rebels, believed to be among a hardcore group of 20 to 30, are currently being hunted over assassination attempts on the president and prime minister on February 11.
Tradução:
Irlanda diz que não ofereceu receber os amotinados de Timor-Leste
23.02.2008
2 horas atrás
DILI (AFP) — A Irlanda não se ofereceu para receber nenhum dos 600 amotinados cuja deserção em 2006 desencadeou o desassossego mortal, disse uma porta-voz da embaixada Irlandesa em Singapura.
O presidente interino de Timor-Leste, Fernando de Araujo disse depois de se encontrar com o Ministro dos Estrangeiros da Irlanda Dermot Ahern na Quinta-feira passada que o país estava disponível para receber aoguns dos chamados peticionários durante dois ou três anos.
Os soldados despedidos falharam chegar a um acordo com o governo Timorense sobre o seu caso.
Mas a porta-voz da embaixada disse que tinha consultado o gabinete de imprensa do Ministério dos Estrangeiros Irlandês, "que informou que durante o encontro o Presidente interino de Araujo levantou a questão de colocação temporária na Irlanda dos soldados”.
"O Ministro Ahern afirmou que isso não era uma opção porque levaria a uma 'saída de crâneos' de Timor-Leste," acrescentou.
Os soldados que incluem cerca de um terço das forças armadas, desertaram queixando-se que estavam a ser discriminados por serem dos distritos do oeste.
O governo do então primeiro-ministro Mari Alkatiri despediu-os, abrindo caminho para desassossego mortal entre facções militares e policias, bem como a gangues de jovens, que deixaram 37 mortos e forçaram 150,000 a fugir das suas casas.
Pelo menos 17 amotinados, que se acredita estarem entre um grupo central de 20 a 30, correntemente estão a ser perseguidos sobre as tentativas de assassínio ao presidente e primeiro-ministro em 11 Fevereiro.
sábado, fevereiro 23, 2008
Ireland says no offer to take in sacked ETimor soldiers
Por Malai Azul 2 à(s) 05:41
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
Parlamento de Díli prorrogou por 30 dias o estado de sítio em Timor-Leste
Público, 23.02.2008
O Parlamento de Timor-Leste prorrogou ontem por 30 dias o estado de sítio em vigor no país, de modo a que continue a não se poder circular entre as 22h00 e as seis da manhã e assim se torne mais fácil estabilizar a melindrosa situação que se vive no país. Por outro lado, desfilaram pelas ruas de Díli e seguiram para as montanhas mais de mil soldados e polícias que, sob as ordens do chefe do Estado-Maior, general Taur Matan Ruak, deverão procurar neutralizar os rebeldes comandados pelo tenente Gastão Salsinha.
"Subsistem graves ameaças", recordou ontem o primeiro-ministro Xanana Gusmão, 11 dias depois do incidente em que morreu o major rebelde Alfredo Reinado e ficou gra-
vemente ferido o Presidente José Ramos-Horta, que continua internado na cidade australiana de Darwin e que tão depressa não poderá retomar funções. "O Governo tem que garantir, em primeiro lugar, a segurança e a estabilidade do país, para depois se poder concentrar no desenvolvimento económico e social", afirmou Xanana, que, segundo a versão oficial dos acontecimentos, também teria sido visado pelos rebeldes no dia 11 de Fevereiro.
Entretanto, o procurador-geral Longuinhos Monteiro informou que a polícia das Nações Unidas já ouviu duas dezenas de pessoas a propósito do que na verdade teria acontecido há 12 dias, tendo sido emitidos seis mandados de detenção e constituída arguida Ângela Pires, colaboradora de Reinado.
O futuro de um líder político
Fernando de Araújo
DN, 23/02/08
Por: ABEL COELHO DE MORAIS
"Não haverá mais diálogo" com os rebeldes envolvidos nos ataques de 12 de Fevereiro, "tendo sido dadas instruções" às forças de segurança timorenses e internacionais para os capturarem "no espaço de um mês". O Presidente interino Fernando "Lasama" de Araújo disse-o em tom determinado num encontro com a imprensa na segunda-feira, referindo que o responsável das Forças de Defesa de Timor-Leste, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, devia actuar sem demora.
O tom de "Lasama" de Araújo após os ataques contra o Presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão não é inédito nele. Nas campanhas para as presidenciais e legislativas de 2007, Araújo cultivou tom semelhante. "O que eu digo aos meus simpatizantes" é que, após as eleições, "não haverá mais um governo de Mari Alkatiri" e "teremos de imediato uma reforma política", disse num comício em Manatuto, em finais de Março.
A previsão do líder do Partido Democrático (PD) - que obteve 77 459 votos na primeira volta das presidenciais, ficando em terceiro lugar a seguir a Francisco Guterres da Fretilin e Ramos-Horta, sendo o PD o quarto mais votado nas legislativas de Julho, com 11,65% dos votos - teve confirmação nas urnas e nos factos.
Os resultados vão determinar a passagem à oposição da Fretilin (ainda que fosse o partido mais votado), um Governo de coligação, com a presença do PD, e para Fernando de Araújo a presidência do Parlamento, cujo titular substitui o Presidente da República nos impedimentos deste. Menos de um ano após a eleição para aquele cargo, Araújo, de 46 anos, está no centro dos acontecimentos em Timor-Leste.
Tendo nascido em 1963 na região de Ainaro, no sul do território, Fernando de Araújo tinha pouco mais de 12 anos na época dos acontecimentos que vão culminar na invasão indonésia, em Dezembro de 1974. Cresceu nos "anos de chumbo" da ocupação, assistiu a todas as metamorfoses por que passou a resistência timorense - os grupos nas montanhas e as redes clandestinas nos centros populacionais; viu muitos familiares serem mortos pelas forças indonésias, lembrou-o nas campanhas de 2007.
Como muitos jovens na época, vai estudar na Indonésia, em Bali. Com o tempo, assumirá funções de liderança na Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste (Renetil); é preso e condenado a uma pena de seis anos e quatro meses a cumprir na prisão de Cipinang, um dos principais centros de detenção política na Indonésia. Aqui, segundo declarações suas, convive com o líder da resistência, Xanana Gusmão. "Foi nos anos de Cipinang que aprendi com Xanana e com outros prisioneiros políticos. A minha formação política vem de Cipinang", disse à Lusa em 2007.
Libertado em 1998, foi ainda na prisão que conheceu uma activista da Amnistia Internacional, Jacqueline Aquino Siapno, uma filipina com formação jurídica, hoje docente na Universidade de Melbourne e na Universidade da Paz, em Díli.
Autora de várias obras sobre aspectos políticos e sociais do Sudeste Asiático, Jacqueline foi alvo de críticas de Mari Alkatiri e Ramos-Horta durante a crise de 2006 pela publicação de textos na imprensa australiana contra o Executivo da Fretilin. A casa do casal foi incendiada naquela época, acusando Jacqueline "elementos do Governo e chefes militares de se esconderem atrás de civis numa tentativa de encobrirem os verdadeiros responsáveis por estes actos criminosos" e de "terem marginalizado" com "recurso à violência e intimidação" os 591 peticionários, na origem da crise, e os restantes partidos, entre os quais o PD.
Hoje, a situação sofreu uma reviravolta de 180 graus. É Araújo que surge entre os vencedores, a Fretilin, Alkatiri e o seu grupo entre os derrotados. No jogo de sombras característico da política timorense, Araújo é visto como alguém imune às clivagens entre os dirigentes da primeira geração e bom conhecedor da nova realidade timorense - resultado de 25 anos de ocupação indonésia e de uma apressada gestão da independência e construção do Estado após 1999. Ele é dos poucos que, na presente conjuntura, não parece atingido pela radical erosão de legitimidade de que sofre a maioria dos políticos timorenses reféns de projectos ancorados numa concepção tradicional da sociedade, ainda que forçados à prática das formalidades externas de uma sociedade democrática contemporânea. Numa sociedade profundamente pobre, maioritariamente jovem, com taxas de desemprego acima dos 50%, traumatizada pela ocupação passada e pela sombra de um futuro projecto neocolonial, Fernando de Araújo pode estar no limiar de uma nova forma de estar na política em Timor-Leste. É ousado presumi-lo, mas as suas declarações da passada segunda-feira permitem sugeri-lo. Araújo tem agora três semanas para as ver transformadas em realidade. |
Prolongado em 30 dias o estado de sítio
JN, 23/02/08
Timor-Leste começa a recuperar, mau grado as muitas dúvidas que ainda atravessem a sociedade. Da Austrália chegam boas notícias quanto à recuperação de Ramos-Horta ("aos poucos começa a ter consciência do que se passou", diz a irmã) e a ONU deverá prolongar a presença no país dos seus 33 observadores e cerca de 1500 polícias internacionais e 1200 civis. Apesar disso, o estado de sítio foi prolongado por mais 30 dias.
O presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, prolongou o estado de sítio, que hoje deveria terminar, correspondendo a um pedido do Governo que o justificou pelo facto de continuarem "à solta e impunes" os suspeitos dos ataques de 11 de Fevereiro contra o presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
A decisão reduz, contudo, em duas horas o período de recolher obrigatório, que passa a iniciar-se às 22 horas e não às 20 horas, alteração que visa reduzir ao mínimo os efeitos sobre a actividade económica e social.
Do ponto de vista operacional, o estado de sítio permite a possibilidade de buscas domiciliárias durante a noite, desde que com mandado judicial, o que facilita a actividade das forças que passam a pente fino o país na procura de Gastão Salsinha e dos seus seguidores.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, considerou "fundamental" que as Nações Unidas mantenham "uma presença forte" em Timor-Leste devido à "frágil" situação que o país atravessa.
Segundo o ministro, a actual situação do país é "ainda muito frágil", com as instituições democráticas "muito débeis", pelo que se justifica a "presença forte" da ONU.
Da mesma opinião é o embaixador de Timor-Leste na ONU, Nelson Santos, que defendeu junto do Conselho de Segurança a necessidade de manter os "capacetes azuis" no país de forma a consolidar a paz e a segurança. A GNR integra a Polícia das Nações Unidas (UNPol).
"O Governo acredita seriamente que a continuidade do compromisso da ONU é importante para estabilizar a situação, fortalecer as instituições e consolidar a paz e a democracia", afirmou Nelson Santos.
Tradução:
Irlanda diz que não ofereceu receber os amotinados de Timor-Leste
23.02.2008
2 horas atrás
DILI (AFP) — A Irlanda não se ofereceu para receber nenhum dos 600 amotinados cuja deserção em 2006 desencadeou o desassossego mortal, disse uma porta-voz da embaixada Irlandesa em Singapura.
O presidente interino de Timor-Leste, Fernando de Araujo disse depois de se encontrar com o Ministro dos Estrangeiros da Irlanda Dermot Ahern na Quinta-feira passada que o país estava disponível para receber aoguns dos chamados peticionários durante dois ou três anos.
Os soldados despedidos falharam chegar a um acordo com o governo Timorense sobre o seu caso.
Mas a porta-voz da embaixada disse que tinha consultado o gabinete de imprensa do Ministério dos Estrangeiros Irlandês, "que informou que durante o encontro o Presidente interino de Araujo levantou a questão de colocação temporária na Irlanda dos soldados”.
"O Ministro Ahern afirmou que isso não era uma opção porque levaria a uma 'saída de crâneos' de Timor-Leste," acrescentou.
Os soldados que incluem cerca de um terço das forças armadas, desertaram queixando-se que estavam a ser discriminados por serem dos distritos do oeste.
O governo do então primeiro-ministro Mari Alkatiri despediu-os, abrindo caminho para desassossego mortal entre facções militares e policias, bem como a gangues de jovens, que deixaram 37 mortos e forçaram 150,000 a fugir das suas casas.
Pelo menos 17 amotinados, que se acredita estarem entre um grupo central de 20 a 30, correntemente estão a ser perseguidos sobre as tentativas de assassínio ao presidente e primeiro-ministro em 11 Fevereiro.
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