terça-feira, junho 19, 2007

Dos Leitores - Tradução da Margarida

STL ou Suara Timor Lorosa é um jornal cheio de disparates que reflecte a capacidade intelectual dos seus editores chefes, Salvador Ximenes, Domingos Saldanha, e outros. Ximenes e Saldanha são antigos apoiantes da autonomia. Durante a governação Indonésia, fundaram este jornal sob o nome Suara Timor Timur com o apoio das forçar militares Indonésias. Suara Timor Timur tornou-se o instrumento das forçar armadas Indonésias para propagandear a sua propaganda e intimidar os Timorenses a submeterem-se à governação Indonésia.

O STL tem uma coluna pequena chamada "Lidun" (canto em Inglês). Lidun actua como uma peça editorial citando assuntos e dando respostas curtas. As respostas são suposto serem provocatórias e passaram uma mensagem. Contudo, o facto é que essas respostas caem sempre no absurdo. Qualquer pessoa reparará que este “canto” apenas reflecte o déficit intelectual da equipa editorial do STL.

Assim no "Lidun" do STL na página 5 na edição de 15 de Junho, lê-se:

"55-Lebo negou intimidar a população em Gleno.
Porque é que os residentes de Gleno se refugiaram no Borja Park, Motael?"

(Em Tétun: 55-Lebo dismente intimida populasaun Gleno. Tanbasa populasaun Gleno refujia mai Jardim Borja Motael?)

Depois na página 6 o STL relata que "deslocados de Ermera estão a crescer no Borza [sic] Park, Motael". O relato cita os deslocados, 81 deles, como tendo dito que foram forçados a refugiar-se em Dili depois de terem sido alvo de ataques do grupo Colimau 2000 e de outros grupos que pertencem a partidos da oposição. Alguns testemunharam que os atacantes gritaram "Viva Ramos-Horta" quando lançaram o assalto enquanto outros disseram que foram feitos prisioneiros durante dias. Esses deslocados identificam-se a si próprios como membros e simpatizantes da FRETILIN e têm estado sob pressão para deixarem de apoiar a Fretilin. Vieram das aldeias de Lisapat e Urahou, áreas conhecidas como praças-fortes da Fretilin, em Ermera.

Colimau 2000 é um grupo tenebroso com base nas regiões de Maliana-Atsabe com ligações suspeitas a antigos grupos de milícias pró-Indonésia no Oeste Timor. Este grupo causou muita violência na mesma região e à sua volta. Há alguns anos atrás o Colimau 2000 atacou aldeões à volta da área. Este evento levou o novo governo de Timor-Leste independente a destacar as F-FDTL à volta da área e dezenas de membros do Colimau 2000 foram detidos e entregues à polícia (ver o comunicado de imprensa da UNMISET em http://www.un.org/Depts/dpko/missions/unmiset/pr300103.pdf).

Contudo em Abril de 2006 este grupo foi notícia outra vez. Sabe-se que o Colimau 2000 se apoderou da manifestação pacífica organizada pelo grupo dos "Peticionários" e que desencadeou o conflito alargado que quase levou Timor-Leste a uma guerra civil. O interessante é que o Colimau 2000 se organizou desde então ele próprio num partido político chamado PDRT (Partido Democrático da República de Timor) e vai disputar as próximas eleições.

Relatos de outros ataques contra supostos apoiante da Fretilin aumentaram desde que foi anunciado o resultado da segunda volta das presidenciais. Apoiantes da Fretilin nos distritos de Liquiça, Oécusse e Ermera estão sujeitos a ataques regulares por apoiantes do Partido Democrático (PD), do CNRT de Xanana e de uma facção de dissidentes da Fretilin chamada"Mudansa". Estes ataques estão bem documentados com os perpetradores bem identificados. Contudo nada foi feito para travar os ataques ou para deter os perpetradores e levá-los perante um tribunal.

O 55-Lebo é um grupo composto por antigos lutadores da resistência acusados de fazerem parte de um grupo armado pelo governo da Fretilin para actuarem como esquadrão da morte para eliminar opositores políticos. Diz-se que são o núcleo duro dos militantes da Fretilin. Houve acusações contra eles que andavam a aterrorizar a população em Ermera para a forçar a votar na Fretilin. É um facto contudo que este grupo está ligado à Fretilin e estava a organizar a campanha da Fretilin na área de Ermera.

O Borja Park em Motael é o actual Jardim Borja da Costa, um parque perto do complexo da igreja de Motael. Já há muitos deslocados a abrigarem-se no complexo da igreja. A crise político-militar que ocorreu no ano passado também opôs os "lorosa'e" contra os "loromonu". Das pessoas de "lorosa'e" foi dito que se alinhavam politicamente com a Fretilin. Eram ainda acusadas de colaborar com as F-FDTL para atacar as de "loromonu" e pô-las para fora de. O que aconteceu é que quando a FIE foi destacada para Dili e as F-FDTL se retiraram, as pessoas de "loromonu" ficaram na mó de cima e puseram os residentes "lorosa'e" de Dili para fora das suas casas e em campos de deslocados. Por isso, muitos dos residentes nos campos de deslocados são "lorosae" e são vulgarmente conhecidos como apoiantes da Fretilin. Qualquer pessoa poderia ser levada a acreditar que esta gente "lorosa'e" teria ainda qualquer tipo de ressentimento contra as de "loromonu" depois do conflito do ano passado. No fim de contas foram elas que levaram as de "lorosa'e" para fora das suas casas. Mas a situação à volta dos campos tem estado pacífica. De facto há uma aceitação mútua entre os deslocados, no fim de contas simpatizam todos com a Fretilin.

Seguindo-se a informação acima colocada e relacionando-a com as notícias conforme relatadas pelo STL na sua página 6 levaria qualquer pessoa a concluir que os deslocados de Gleno nada têm a ver com o grupo 55-Lebo. De facto o grupo 55-Lebo está alinhado politicamente com esses deslocados dado que todos estão ligados com a Fretilin. Os deslocados foram postos fora das suas casas em Ermera por grupos opostos à Fretilin, nomeadamente o Colimau 2000/PDRT e mesmo por membros do PD e do CNRT. Não faria qualquer sentido que o grupo 55-Lebo estivesse a atacar alguns dos seus.

Contudo o editorial do STL parece sugerir que de certo modo o 55-Lebo é a causa principal do deslocamento dos deslocados. Cita o 55-Lebo a negar qualquer intimidação da sua parte à população de Gleno depois faz a pergunta da razão de haver deslocados de Gleno presentes em Dili. Esta pergunta retórica pôe a responsabilidade no grupo 55-Lebo e últimamente na Fretilin; o 55-Lebo nega ter estado envolvido em qualquer acto de intimidação contudo o facto de haver deslocados em Dili prova o contrário. Adicionalmente o relato sobre os deslocados de Ermera está enterrado na página 6 entre outras notícias sem qualquer relação. Qualquer pessoa interessada em política e em segurança, particularmente nesta edição, terá dificuldades em reparar neste artigo.

Mas o STL não é apenas conhecido pela sua incompetência e total falta de profissionalismo. É também conhecido como um jornal politicamente tendencioso, especialmente na sua postura contra a Fretilin. Tem sido anunciado como o braço dos media dos opositores da Fretilin com um papel muito parecido com o dos media privados na Venezuela em conjunção com os grupos da oposição na sua cruzada para derrubar o Presidente Hugo Chaves. Este último editorial do STL segue uma via persistente de artigos e editoriais negativos e muitas vezes inflamatórios contra a Fretilin. Os artigos e editoriais do STL não são apenas politicamente tendenciosos, mas estão ainda manchados com imperfeições, invenções, rumores e boatos. Este peça editorial está de facto a tentar acusar a Fretilin e os seus membros do que claramente é vítima. Membros da Fretilin são atacados e grupos ligados com a Fretilin são postos sob foco para aceitarem responsabilidades à força. Mesmo quando membros da Fretilin são atacados, a Fretilin é ainda acusada como a atacante. O STL sabe que fazer tal ligação directa é próximo do impossível porque nenhum leitor acreditará nisso. Por isso o STL põe isso no editorial tendencioso ao mesmo tempo que enterra a notícia propriamente dita nas páginas do meio. Geralmente quando a Fretilin é acusada de qualquer tipo de ataque, o relato vem na primeira página ocupando o título mais proeminente.

É pbvio que o objectivo do STL não é o do jornalismo e muito menos contribuir para o desenvolvimento da democracia em Timor-Leste. O seu objectivo final é parte de uma agenda mais alargada patrocinada pelas antigas elites Timorenses pró-Indonésia, estejam elas em Timor-Leste ou na Indonésia, para sabotar o caminho de Timor-Leste para um Estado com sucesso e independente. O facto de o STL ser conduzido por parte desta elite egoísta não é uma particularidade mas encalha-se perfeitamente bem nesta peça da conspiração. Se alguém aprofundar o modo como o STL tem feito variados relatos no passado, vê que há uma correlação entre a irrupção dos conflitos e os relatos do STL. Não há nenhuma coincidência quando relatos inflamatórios, cheios de erros e inexactos que o STL muitas vezes publica se tornam o foco para a irrupção de novos conflitos. Para estas antigas elites pró-Indonésias, a destruição da Fretilin é também em si própria um objectivo. Se a Fretilin for desacreditada e eliminada da política Timorense, então todo o movimento da resistência fica também desacreditado e a história pode ser re-escrita para vingar o egoísta movimento pró -integração.

O STL não é obviamente uma instituição independente de media mas uma organização com uma agenda política. Não contribui para a informação pública e o desenvolvimento da democracia em Timor-Leste. De facto toda a sua existência e operação está formatada para prevenir o desenvolvimento de Timor-Leste numa nação verdadeiramente democrática e independente. As suas ligações com as antigas elites pró-Indonésia é um testemunho de que a luta para um Timor-Leste verdadeiramente independente, estável e viável está longe de estar completa. A Fretilin tem sido a única organização política capaz de defender o direito Timorense para a independência e está persistentemente a defender este direito a todo o custo. A Fretilin é uma ameaça para pessoas como Ximenes e Saldanha. Contudo os resultados das próximas eleições serão vistos como uma vitória por essas antigas elites pró-Indonésia, apesar de pequena. O objectivo final deles é um Estado falhado. O STL deve ser colocado sob constante vigilância nos próximos anos.

Ananax Hudi

1 comentário:

Anónimo disse...

Last Communication from Roger East in Dili.
as reprinted in insert into 'The New Darwin', early 1976 I think, (a publication of the DRC which Roger had worked for).
Re-presented here in response to item on list today re 'NT Coroner won't act on Roger East killing'.




Australia's nearest neighbour, tiny East Timor, has cast the die. It's 'Independence or Death', a western cliche, but here a daily salutation - and the Timorese people mean it.


The mortar that binds the East Timorese is the thoughts of Independence after 400 years of colonial rule. They will settle for nothing less.


Fretilin's army is basically anti-colonial, strongly Catholic-tinted and, not surprisingly, has many vehement anti-Communists in its midst.


Djakarta has elected to win support from its nervous neighbours by attaching the Red label to Fretilin.


However, Fretilin's initial planning is a blending of socialistic and cooperative policies which would appear natural for a colony bereft of secondary industry and winning only a subsistence existence from the soil.


Membership of Fretilin by Australian standards would include thinkers from the centre to the extreme left - the latter in a fringe grouping in the Central Committee.


Secretary of the East Timor Department of Foreign Affairs, Jose Ramos Horta, admits the committee's views vary on many issues, the sole exception being independence.


"I expect to see a multi-party set up in East Timor after we cross the present hurdle.


"We are a tolerant people who have waited a long time for the democratic process. We'll share it when it comes."


Fretilin believes the Governor, Colonel Lemos Pires, now living on the Island of Atauro, the St Helens of his choice, aided and abetted the UDT to stage its ill-fated August coup.


Fretilin had been told of the coup plot and a request to the governor to disarm the plotters is said to have been turned down.


Fretilin was defenceless when the fighting started and its members hounded, jailed and some murdered. UDT lost when the Portuguese-trained soldiers defected in favour of Fretilin.


UDT's leadership is now split three ways. Some are languishing in Timorese jails and others in the more comfortable surrounds of Australian cities.


The remaining standard bearers are in Indonesia, hosted and promised a triumphant return, albeit in the wake of mortar bombs.


Their platform of independence, which over a year ago saw them in a political alliance with Fretilin, is now abandoned. They are opting for Indonesia after 450 years of Portuguese domination.


Apodeti, the party pressing for union with Indonesia, is a bad bar-room joke. Its political rallies could be staged in the proverbial ten by four room which includes a table.


Founder and President, Arnold Araujo, 62, a respected horse thief, is currently being detained at Fretilin's pleasure.


The Portuguese jailed him for nine years for war crimes committed against the Timorese during the Japanese occupation.


This leaves only Fretilin which wants to embrace an offer of a United Nations supervised plebiscite.


East Timor's problems grow daily. Its primary ricebowl in the Maliana Valley is now a battlefield. Other crops have been destroyed or neglected in the turmoil of the fighting. Hunger is a reality and starvation a growing threat.


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* Veteran Australian journalist Roger East gave up his job with the Darwin Reconstruction Commission to report on the scene in Timor.


He has elected to stay and see it through even if it means heading for the hills.


Fretilin's Foreign Minister, Jose Ramos Horta, has sanctioned Roger's presence and given him the freedom to write it as he sees it.


It is said Roger risked his life to send a real last message from the Marconi Centre at the airport, as the paratroops landed.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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