terça-feira, outubro 31, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

General quer inquérito à conduta dos soldados Australianos
Radio Nova Zelândia - Sábado, Outubro 28, 2006, 1:26pm

O responsável das forças armadas de Timor-Leste pediu um inquérito completo à conduta dos soldados Australianos em Dili.

Os relatos da ABC que o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak acusou efectivamente a Austrália pelo piorar das violência no país, questionando porque é que a crise continua seis meses depois das tropas Australianas terem chegado a Timor-Leste.

O General Ruak também efectivamente acusou a Austrália de tomar partido na crise política que começou em Abril e atacou-a por recusar operar sob o comando da ONU.

A violência de gangs tem continuado a espalhar-se na capital Dili, tendo sido mortas 10 pessoas na semana passada. Na última violência, foram mortas entre duas a quatro pessoas na Sexta-feira quando grupos rivais lutaram frente ao mar em Dili.

O comandante das tropas Australianas, Brigadeiro Mal Rerden, nega que os seus soldados tenham apoiado qualquer um dos lados, dizendo que assumem o trabalho com total imparcialidade.

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Australianos 'não são culpados das mortes em Timor '
Australian

Ashleigh Wilson, Dili
Outubro 30, 2006

O comandante das forças Australianas em Dili tem esperança de se encontrar com o chefe das forças armadas de Timor-Leste numa tentativa para atenuar tensões depois de afirmações de que os Australianos foram responsáveis pela morte de dois Timorenses.

O Brigadeiro Mal Rerden descartou um relato das notícias de fim-se-semana sugerindo que os Australianos deviam ser acusados pelas mortes.

"Os sentimentos por detrás desta (história) penso que estão a ser orquestrados e feitos de modo a construírem ressentimento contra os Australianos," disse. "Mas penso que não está a resultar." O jornal principal de Dili, o Suara Timor Lorosae, tinha uma história na página da frente, no Sábado que afirmava que os dois homens encontrados mortos no dia anterior tinham sido vítimas das forças Australianas. O Brigadeiro Rerden disse que a história estava errada.

O Chefe das Forças de Defesa Angus Houston disse que as tropas lideradas pelos Australianos eram completamente neutras.

A sua posição foi apoiada por John Howard. "As nossas tropas não estariam lá se lá não houvessem algumas pessoas que precisavam delas, de modo adequado, para resolver," disse o Primeiro-Ministro.

"E o que isto sublinha é a importância das nossas forças lá ficarem até o nosso trabalho acabar."

A tensão veio depois do responsável pelas forças armadas de Timor-Leste, o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, ter pedido, na semana passada, uma investigação independente sobre queixas de que as tropas Australianas tinham tomado partido no conflito.

O Brigadeiro Rerden tem esperança de se encontrar com o Brigadeiro Ruak, apesar de não haver ainda data marcada.

Espera-se que o Primeiro-Ministro José Ramos Horta, que chega hoje a Dili depois duma visita ao Vaticano, se encontre com o Brigadeiro Ruak para discutir os rumores contra as tropas Australianas. Durante o fim-de-semana, o Sr Ramos Horta defendeu o "status quo" depois da aprovação duma resolução no Parlamento pedindo que as tropas Australianas sejam colocadas sob comando da ONU.

"Quando temos vizinhos regionais que com o consentimento do Conselho de Segurança, são capazes de fornecer a segurança que pedimos para nos assistir nos nossos esforços de construção de nação, é lógico e necessário aceitar a generosidade do vizinho," disse o Sr Ramos Horta.

Numa mensagem pública numa rádio local no Sábado à noite, a polícia da ONU pediu aos residentes para descartarem os rumores.

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Sydney Morning Herald - Outubro 30, 2006

Gangs de jovens são pagos para aterrorizar Dili
Lindsay Murdoch em Dili

O Governo Timorense ordenou uma tomada de posição contra as pessoas que estão por detrás duma campanha que visa denegrir a forças de segurança Australianas em Dili no meio de crescentes sentimentos anti-Australianos.

O Primeiro-Ministro em exercício, Estanislau da Silva, disse que o Governo estava seriamente preocupado com uma campanha "perigosa" que inclui alegações infundadas de as tropas Australianas terem estado envolvidas na morte de dois jovens em Dili na última Sexta-feira.

"Faremos o nosso melhor para descobrir quem está por detrás desta campanha que levou a que pessoas se virassem subitamente contra a força Australiana," disse o Sr da Silva numa entrevista exclusiva com o Herald na sua casa frente ao mar em Dili.

Rumores maliciosos sobre os 1000 soldados da Austrália em Timor-Leste estão a circular em Dili enquanto gangs de jovens estão a ser pagos cerca de $US6 ($8) para cometer acções de violência sem sentido, dizem fontes da igreja Católica e da ONU na capital.

O comandante das tropas da Austrália em Dili, Mal Rerden, também revelou ontem que a polícia tinha descoberto que a jovens envolvidos na violência tinha sido dado drogas e álcool. "Isto é mau; podem fazer coisas que normalmente não fariam e isto é perigoso e sério," disse o Brigadeiro Rerden.

As forças de segurança internacionais em Dili estão agora convencidas que há uma campanha orquestrada por até agora não identificadas figuras para desestabilizar o país antes das eleições agendadas para o ano que vem.

A campanha para difamar os soldados Australianos parece visar forçá-los a sair do país, dizem fontes militares e civis em Dili.

O Sr da Silva disse que, conquanto que o Governo apoie fortemente o papel das tropas Australianas em Timor-Leste, precisa de estudo críticas à sua conduta, incluindo queixas de que tomaram partido no conflito que deixou 10 pessoas mortas na semana passada.

Mas não chegou a apoiar o pedido do comandante das forças armadas de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, de uma investigação à conduta das tropas Australianas.

"Rumores são rumores," disse o Sr da Silva. "Se tiverem fundamento suficiente recomendaremos uma investigação. Os Australianos têm estado a fazer o seu melhor sob circunstâncias difíceis."

Entre receios de que os gangs comecem a alvejar Australianos em Dili, o Chefe das Forças de Defesa, Angus Houston, defendeu as suas tropas, dizendo que têm sido completamente neutras e que tinham tomado cuidados extremos para evitarem qualquer parcialidade entendida.

Mas pessoas num dos maiores campos de deslocados em Dili puseram um sinal a avisar as tropas Australianas para não entrarem, alegando que os soldados provocaram violência lá e tinham atingido um homem inocente, Leovegildo Carvalho de 55 anos.

O coordenador do campo, José da Costa Gusmão, disse que a sua luta não era contra os Australianos mas contra os soldados Australianos, que, disse, entraram vezes repetidas no campo e usaram a violência para prender pessoas.

"Vieram aqui agindo como terroristas," disse.

Disse que o Sr Carvalho foi atingido por tiros quando estava sentado num escritório no campo oposto ao aeroporto internacional de Dili, onde um soldado Australiano abriu fogo contra um homem com uma arma de fogo durante um confronto na semana passada. O escritório ficou cheio de buracos de balas.

O Brigadeiro Rerden disse ontem ao fim do dia que nada sabia sobre o Sr Carvalho, que estava a receber tratamento num hospital em Dili. "Se há qualquer informação sobre um indivíduo que diz que foi ferido numa situação dessas, ele devia entregar-se à polícia," disse.

O Sr da Silva disse que a maioria das pessoas que têm sido atacadas e perseguidas e que tiveram as casas queimadas em Dili são "do leste" que apoiam o movimento Fretilin. Mas não acredita que o país enfrente uma guerra civil "porque somos todos Timorenses … Juntos com outros Timorenses lutámos pela independência do nosso país por isso agora há uma determinação para os do leste e os do oeste terem diálogo e compreensão."

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Líder de Timor-Leste consegue audiência papal
Zenit.org - 2006-10-27

Cidade do Vaticano, OUT. 27, 2006.- Benedict XVI recebeu em audiência José Ramos Horta, primeiro-ministro de Timor-Leste e co-receptor do Prémio Nobel da Paz de 1996.

O gabinete de imprensa do Vaticano confirmou hoje a visita do primeiro-ministro, mas não deu detalhes da conversação.

Antes desta viagem à Europa, Ramos Horta disse que tinha a intenção de convidar o Papa a visitar Dili, a capital da nação ilha Asiática, porque acredita que a visita pode ser um sinal de paz, esperança e reconciliação para o país.

Em declaração publicada pela agência Fides antes do encontro, Ramos Horta explicou que a igreja Católica é "a única instituição sólida que absorveu a estrutura cultural da ilha," e que por isso tem um papel decisivo a jogar na ultrapassagem da crise presente.

A situação em Timor-Leste degenerou em Abril quando rebentaram confrontos depois do então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri ter expulso alguns 600 soldados das forças armadas. Os confrontos deslocaram perto de 20,000 pessoas.

Ramos Horta foi nomeado primeiro-ministro em Julho depois da resignação do Muçulmano Alkatiri.

Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa ocupada pela Indonésia, foi reconhecida como nação independente em 2002. Cerca de 90% de 1 milhão de habitantes são Católicos.

Noticia divulgada pelo Serviço de Comunicação Social do Vaticano ( http://212.77.1.245/news_services/press/vis/dinamiche/b1_en.htm)

AUDIÊNCIAS

CIDADE DO VATICANO, OUT 27, 2006 (VIS) – O santo padre recebe hoje em audiências separadas:

- José Ramos-Horta, primeiro-ministro de Timor-Leste, acompanhado por um séquito.

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Oficiais da polícia participam na Missão da ONU em Timor-Leste
Channel NewsAsia - Sábado, Outubro 28, 2006

Por: S Ramesh

SINGAPURA: A Força da Polícia de Singapura vai mandar uma equipa para para a Missão da ONU em Timor-Leste durante um ano. Este contingente de 21 polícias, incluindo três oficiais femininos, começará o seu serviço em Timor-Leste em 6 de Novembro.

Receberam a sua insígnia e a sua Bandeira do estado do Vice Primeiro-Ministro e Ministro do Interior Wong Kan Seng na Sexta-feira. Trabalharão de perto com a ONU e a polícia de Timor-Leste para ajudar a restaurar a paz e a ordem nas eleições parlamentares do próximo ano.

A equipa da Singapura ajudará também a treinar a polícia local a operar sozinha, depois das forças da ONU se retirarem de Timor-Leste.

Participar nas missão da ONU em Timor-Leste não é novidade para a Força da Polícia de Singapura. De facto, já tinham mandado um contingente antes.

A equipa presente tem estado a treinar para esta missão nos últimos 3 meses.

Francis Tan, Líder da Missão para Timor-Leste, diz que têm treinado sob os códigos de conduta da polícia da ONU, e nas regras de engajamento e de armas.

O grupo tem também falado com oficiais que estiveram em missões em Timor-Leste no passado e parece pronto para qualquer situação.

Li Ping, um membro do contingente, diz: "Partilharam muitas histórias, como as condições de vida, o tipo de experiências que enfrentaram e as condições de trabalho com outras polícias." "Estou preparado para o pior; é muito importante estar mentalmente preparado,"acrescenta.

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Timor-Leste em conversas sobre destacamento de tropas estrangeiras no meio da violência
Bloomberg - Sábado, Outubro 28, 2006

Por: Angela Macdonald-Smith

Timor está em conversas com nações que podem destacar tropas para a nação do Pacífico para suplementar tropas Australianas e da Nova Zelândia já no terreno, no meio duma escalada de violência, disse o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta.

Arranjos militares com nações regionais estão a fornecer mais tropas do que seriam disponibilizadas sob uma missão de manutenção de paz da ONU, disse Ramos-Horta numa declaração enviada por e-mail ontem. O Parlamento, conquanto tenha expressado em 26 de Out uma preferência por uma força da ONU, está também preparado para considerar medidas militares sob acordos bilaterais e trilaterais, disse.

A nação da Ásia do Sudeste tem estado instável desde Março, quando o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri despediu um terço das forças armadas. Pelo menos foram mortas oito pessoas na última semana em lutas entre gangs, incluindo dois corpos encontrados ontem, vítimas de ataque com catanas, relatou hoje a Sky News.

``A decisão do meu governo de pedir à Austrália e à Nova Zelândia para manter os seus contingentes em Timor-Leste como capacetes verdes tem por base as realidades de arranjos em vigor até à data,'' disse Ramos-Horta na declaração ``Estamos também em discussões com alguns outros países que indicaram a sua vontade para também destacar tropas para servir em Timor- Leste.''

No presente, 1,000 tropas da Austrália e 110 da Nova Zelândia estão em Timor-Leste. Lá ficarão até Dezembro pelo menos, e para além disso, se for requerido, disse Ramos-Horta.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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