Sentimento Anti-Australiano sentido em Dili
ABC - Sábado, 28 Outubro , 2006 08:00
Transcrição do Programa AM
Repórter: Anne Barker
ELIZABETH JACKSON: Há um crescente antagonismo em relação às forças Australianas em Timor-Leste, com o próprio chefe das forças armadas do país a pedir um inquérito à conduta dos soldados Australianos em Dili.
Ao mesmo tempo que o sentimento anti-Australiano continua a crescer nas ruas, Taur Matan Ruak acusou a Austrália de tomar partido na crise política que tem invadido Dili já há seis meses.
E o Brigadeiro-General atacou a decisão da Austrália para reter o controlo das suas próprias tropas em desafio a pedidos para as pôr sob o comando da ONU.
É a primeira vez que o chefe das forças armadas falou publicamente desde que a crise começou.
De Dili Anne Barker relata.
ANNE BARKER: Taur Matan Ruak é um muito respeitado e colorido carácter em Timor-Leste. Durante um quarto de século liderou a resistência contra a Indonésia, lutando ao lado de centenas de guerrilheiros da Falantil nas montanhas fora de Dili.
Mas como responsável das forças armadas de Timor-Leste ele e os seus soldados têm estado confinados nos quartéis desde Abril, quando irrompeu a primeira violência entre facções rivais das forças armadas e da polícia, e as forças lideradas pelos Australianos chegaram ao país.
Agora, ele atacou o papel da Austrália em Dili.
(Taur Matan Ruak a falar)
"Tornámo-nos prisioneiros no nosso próprio país ", diz. "Estamos muito preocupados com a presença das forças internacionais. Apesar do número de tropas aqui não conseguem resolver a crise."
O Brigadeiro-General efectivamente acusou a Austrália de tomar partido na crise em curso, e afirma que soldados Australianos até o destrataram duas vezes, detendo-o para verificar as suas credenciais, mesmo apesar de ele ter completa liberdade de movimentos. Agora, quer um inquérito completo à conduta da Austrália em Dili.
(Taur Matan Ruak a falar)
"Nos próximos dias farei uma proposta escrita a pedir uma investigação", diz.
E atacou a Austrália por recusar operar sob o controlo da ONU. O chefe das forças armadas diz que Dili se tornou uma cidade cowboy, com demasiados comandantes.
(Taur Matan Ruak a falar)
"Num conflito não deve dois comandantes", diz, "um a dizer para ir para baixo, o outro a dizer para ir para cima. As forças aqui só devem ter um comando, que é a ONU."
O Brigadeiro Mal Rerden é o novo comandante das forças Australianas em Timor-Leste. Rejeitou as alegações de Taur Matan Ruak e negou que a Austrália tenha de qualquer modo tomado partido em questões políticas.
MAL RERDEN: As forças Australianas a operarem em Timor-Leste têm estado a operar duma maneira completamente profissional desde o dia em que aqui chegaram, e têm-se conduzido dum modo totalmente imparcial e neutro em termos da maneira como têm lidado com as pessoas de Timor-Leste.
ANNE BARKER: Pensa que há queixas válidas contra as forças Australianas?
MAL RERDEN: Não, não acredito que haja. Penso que há alguns rumores que pessoas, com várias motivações, estão a decidir a pôr nas ruas.
ANNE BARKER: Porque é que há, então, tão fortes sentimentos anti-Australianos que parece estarem a ser construídos no momento?
MAL RERDEN: Não penso que os caracterizaria como fortes. Penso que o sentimento que tem estado a ser orquestrado há um ou dois dias, está a ser desenvolvido para nos alvejar numa certa maneira.
Penso que a questão que devia ser posta é quem é que está a fazer isto, e porque é que estão a fazer isto? Quem é que beneficiaria se as tropas Australianas não estivessem em Dili, e quem é que teria a oportunidade para desenvolver a sua própria agenda se não houvesse uma força neutra aqui, no terreno?
ANNE BARKER: E quem é que pensa que é?
MAL RERDEN: Penso que há um elemento de pessoas que basicamente têm as suas próprias agendas, e há elementos criminosos que prefeririam não ter uma força neutra e profissionalno terreno.
ELIZABETH JACKSON: Brigadeiro Mal Rerden, o novo comandante das forças Australianas em Timor-Leste a falar com Anne Barker.
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A versão australiana e americana...
CNN
Drogas 'alimentam os gangs de Timor-Leste'
CANBERRA, Austrália (Reuters) – Drogas ilegais e álcool dado gratuitamente a jovens por opositores do governo de Timor-Leste têm ajudado a alimentar a violência de gangs que matou quatro pessoas, funcionários e forças de segurança internacionais foram citados como tendo dito na Segunda-feira.
José Sousa-Santos, um conselheiro do Primeiro-Ministro José Ramos-Horta, disse que muito das lutas da última semana na capital Dili, foi devida ao uso pelos gangs de jovens duma metamfetamina feita localmente, ou "gelo," que pode desencadear raivas incontroláveis.
"É mais um ritual pré-lutas," disse aos media Australianos. Sousa-Santos disse que a metamfetamina só tinha aparecido em Dili desde que rebentaram as lutas entre polícias e militarem em Maio.
Funcionários locais dizem que duas pessoas foram mortas nos confrontos na semana passada entre jovens armados com pistolas, pedras e arcos e flechas. A Austrália, que lidera uma força na jovem nação, diz que os números (de mortes) podem subir a quatro.
O comandante das tropas da Austrália em Timor-Leste, Brigadeiro Mal Rerden, disse que o álcool ou o “gelo” agravaram dois dias de confrontos que encerrou o aeroporto principal de Dili.
"Isto é uma infelicidade – eles podem fazer coisas que normalmente não fariam, e isso é uma coisa perigosa e séria," Rerden disse a jornais Australianos.
A Austrália liderou uma força de mais de 2,500 soldados e polícias internacionais para Dili no fim de Maio para terminar com a instabilidade que eventualmente forçou a resignação do Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.
O Primeiro-Ministro de Timor-Leste em exercício Estanislau da Silva, entretanto, disse que etava determinado a tomar medidas sobre uma campanha contra as tropas Australianas, que inclui alegações de que estiveram envolvidas nas mortes de dois jovens na semana passada.
"Faremos o nosso melhor para descobrir quem está por detrás desta campanha que fez subitamente pessoas virarem-se contra a força Australiana," da Silva disse aos jornais da Fairfax.
Os Australianos foram recebidos com aplausos quando chegaram a Dili em Maio e o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta este mês recusou uma oferta duma força de substituição da ONU, optando por manter em vez disso forças Australianas e da Nova Zelândia.
Mas as forças de segurança agora suspeitam figuras desconhecidas de conduzirem uma campanha clandestina contra a presença Australiana na esperança de forçar a sua partida antes das eleições do próximo ano.
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ONU: A violência em Timor por jovens alimentados por drogas é 'organizada'
SMHT.com
Outubro 27, 2006 - 7:14PM
A última onda de lutas mortais de gangs em Timor-Leste parece ser "organizada" disse a ONU na Sexta-feira quando foram encontrados mais corpos.
Há também relatos que os jovens têm sido alimentados por drogas e álcool no que a ONU diz poder ser mais evidência de que a violência é orquestrada.
A polícia da ONU diz que pelo menos foram mortas mais duas pessoas durante a noite ou na Sexta-feira de manhã. Estão também a investigar relatos de mais duas mortes.
Lutam irromperam entre grandes grupos de jovens na área do mercado de Dili frente ao mar, perto da embaixada dos USA, na Quinta-feira à noite e na Sexta-feira de manhã.
"Confirmámos a descoberta de dois corpos, e parece provável haver mais dois," disse o porta-voz da ONU Adrian Edwards.
"Tivemos relatos credíveis de corpos a serem descobertos ... mas estamos ainda a confirmar."
Um homem de 29 anos morreu aparentemente com ferimentos de tiros, enquanto um de 25 anos tinha feridas de facadas, disse um porta-voz das forças armadas Australianas.
Isto aconteceu dois dias depois de dois Timorenses terem sido mortos num campo de deslocados perto do Aeroporto Internacional de Dili Nicolau Lobato, que foi forçado a encerrar temporariamente as suas instalações.
A ONU disse que a situação correntemente estava calma, mas as forças de segurança estão em alerta receando mais desassossego.
"Estes incidentes de lutas nos últimos dias, envolveram números bastante grandes, duas, três centenas de pessoas nas lutas," disse Edwards.
"Quando se tem esse número de pessoas envolvidas isso sugere que estão organizadas de alguma maneira.
"Estamos a tentar descobrir o que está por detrás disto, se está a ser organizado, quem é que organiza, nesta altura não temos certezas."
Mas o porta-voz das Forças Armadas Keith Wilkinson descreveu as últimas mortes como sendo "isoladas", e disse que não estavam ligadas à violência recente perto do aeroporto.
"Não estavam nada ligadas," disse.
A ONU disse que a violência tinha sido contida numa bolsa na cidade e que o resto de Dili,e de Tiimor-Leste parecem calmas.
Há quase 1000 tropas em Timor-Leste a darem apoio à missão da ONU, e cerva de 900 oficiais da polícia da ONU no terreno.
Espera-se que dentro de um mês esteja perto da sua dimensão total de 1600 oficiais de polícias da ONU.
"Obviamente gostaríamos que estes incidentes não ocorressem mas penso que têm de ser entendidos no seu contexto," disse Edwards.
”Com 900 (oficiais) não se pode estar em todo o lado todo o tempo, assim operamos – saímos e patrulhamos e quando algo acontece respondemos a isso.
"Isso tem acontecido e de cada vez que acontece a situação é posta sob controlo.
"Ainda não estamos com toda a força, ... no momento lidamos com a situação, está a ser contida."
A violência chegou uma semana depois da publicação de um relatório da ONU sobre a crise na nação em Abril e Maio quando forças de segurança rivais se confrontaram depois do governo ter despedido um terço das forças armadas.
A comissão especial da ONU indicou pessoal de topo do governo e das forças de segurança para serem mais investigados ou processados sobre a crise, na qual dúzias de pessoas foram mortas e 150,000 forçadas das suas casas.
AAP
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Trabalhadores jovens culpam drogas pela violência de gangs em Dili
ABC Online
Última actualização: Segunda-feira, Outubro 30, 2006. 4:36pm (AEDT)
Trabalhadores jovens em Timor-Leste apelaram às forças de segurança Australianas para tomarem medidas sobre o abastecimento de drogas ilícitas em Dili.
O abastecimento de “crystal meth”, ou “gelo”, parece estar a alimentar a violência recente de gangs.
Trabalhadores jovens culparam uma forma suja de “gelo” pela violência extrema que tem corrompido Dili há meses.
Dizem que formas impuras da droga põem os utilizadores em delírio, alimentando a violência e tornando-os mais difíceis de controlar.
Nalguns casos o membros dos gang estão tão marados, que nem sofrem os efeitos do gás lacrimogéneo e alguns até queimaram as suas próprias casas.
As autoridades procuraram ajuda da Australian Federal Police (AFP) e da ONU para tomar medidas contra as "cook houses" que produzem a droga.
Dizem que lhes faltam recursos para fazer alguma coisa.
Os comandantes Australianos e a ONU admitem que as drogas são um problema sério.
Entretanto, o ministro dos estrangeiros Alexander Downer diz que a situação de segurança é calma em Dili mas que há ainda tensões subterrâneas na capital Timorense.
Mr Downer disse no Parlamento que seis pessoas foram mortas e 50 feridas na violência entre gangs desde a última Quarta-feira.
Também defendeu as tropas Australianas contra rumores que estiveram envolvidas na norte de dois Timorenses.
"Estão a fazer um trabalho excelente para manter a violência sob controlo e qualquer sugestão que as tropas Australianas foram qualquer coisa aquém de profissional e imparcial no exercício das suas funções é errada e burlesca ," disse Mr Downer.
Que "Trabalhadores jovens "?
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Ramos Horta condena campanha de difamação contra tropas Australianas
ABC Online
Segunda-feira, Outubro 30
O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta condenou os responsáveis por denegrirem as forças de segurança Australianas em Dili.
Soldados Australianos têm sido o alvo duma campanha de difamação, com acusações de que as tropas mataram dois homens locais e toparam partido no conflito em Timor-Leste.
O Governo de Timor-Leste prometeu tomar medidas contra os responsáveis.
O Dr Ramos Horta diz que está confiante que descobrirá os perpetradores.
"Vemos aparecer e desaparecer uma campanha ou contra o lado Australiano ou contra os Portugueses, e quem é que está interessado nisto?" disse o Dr Horta.
"Quem é que está interessado em desacreditar a GNR? Quem é que está interessado em desacreditar os Australianos?
"Bem, os inimigos deste país, os inimigos da paz e isso é tão óbvio."
Tomar medidas contra drogas
O Dr Ramos Horta também culpou criminosos organizados por abastecerem com droga e dinheiro gangs de rua para instigarem mais violência.
Trabalhadores sociais em Dili dizem que uma forma suja da droga “crystal meth”, ou “gelo”, está a alimentar muito do desassossego ao pôr os utilizadores em delírios violentos.
Dizem que há evidência que a droga está a ser usada deliberadamente para provocar membros de gangs, como parte duma agenda mais alargada para desestabilizar o país.
O Dr Ramos Horta prometeu tomar medidas contra os abastecedores da droga.
"As pessoas que estão a fazer isto, sabem que estamos a observar, sabem que estamos a obter evidência contra elas," disse o Dr Horta.
"Isso pode desencorajá-las e fazê-las parar esta violência.
"Mas estou confiante que saberemos nos próximos dias e divulgaremos a informação sobre a fonte de apoio aos jovens em termos de drogas e dinheiro."
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Petronas da Malásia e sócios ganharam exploração de bloco de petróleo no Mar de Timor
Forbes.com
AFX News Limited
10.30.2006, 03:21 AM
KUALA LUMPUR (AFX) – A Petroliam Nasional Bhd (Petronas) disse que juntamente com os seus sócios ganharam um contracto de produção partilhada num bloco duma exploração offshore na área de desenvolvimento conjunto entre Timor-Leste e a Austrália.
Os parceiros da Petronas são os grupos Korea Gas e Samsung e LG.
Numa declaração, Petronas disse que terá uma parte de 50 pct na iniciativa e que será o operador do bloco.
Diz que o bloco cobre uma área de 4,125 sq km e está localizado a cerca de 450 km de Darwin, Austrália.
Petronas disse que o investimento mínimo para exploração de actividades no bloco é de 40.5 mln usd.
(1 usd=3.66 rgt)
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Australianos banidos de um campo de deslocados em Dili
ABC – Segunda-feira, Outubro 30, 2006. 1:20pm (AEDT)
Tropas Australianas foram banidas de um campo de deslocados ca capital Timorense Dili depois de terem sido culpadas de matarem dois homens durante a violência da semana passada em violência de gangs.
O sinal na cerca do campo diz 'Militares Australianos – mantenham-se fora'.
A proibição veio depois do patrão da ADF Air Chief Marshal Angus Houston ter negado que os soldados Australianos fossem responsáveis pelas mortes.
Jornais em Dili relatam as queixas como factos.
Em mais um sinal da erosão das relações com a Austrália, foram atiradas pedras à embaixada Australiana algumas noites atrás.
Pelo menos cinco pessoas morreram na recente violência de gangs, que fechou o aeroporto internacional de Dili na semana passada.
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terça-feira, outubro 31, 2006
Notícias - traduzidas pela Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 11:12
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
6 comentários:
Que "Trabalhadores jovens "?
Malae Azul, só um comentário: um "Youth Worker" é um indivíduo que trabalha com os jovens e com problemas relacionados com os jovens. A tradução em português está errada. Deve haver uma palacra técnico que descreve melhor este tipo de trabalhz.
Jova
Eu pensei isso só que estava no plural "youth workers". E não conheço nenhuma profissão específica de trabalho com jovens. Se a descobrir, diga, s.f.f.
Talvez "animadores de jovens".
Um "youth worker" e' um assistente social de apoio especifico aos jovens.
Talvez essa profissao (assistente social) nao exista em Portugal ou em Angola dai a margarida nao a conhecer.
Ou sera somente desculpas para uma ma traducao?
As traducoes nao devem ser feitas literalmente, palavra por palavra. Existem alturas em que o tradutor (neste caso a tradutora margarida) obviamente tem que puxar um pouco da cabeca e saber identificar o termo adequado que nem sempre e o mais obvio. E' desnecessario acrescentar que para isso e' primeiro necessario compreender o termo a ser traduzido original o que me parece a mim nao aconteceu neste caso.
Se a margarida compreendesse bem o que e' um "youth worker" jamais teria feito esse erro de traducao e imediatamente se aperceberia que eles, os "youth workers" sao "assistentes sociais".
Existem éntão aí em Timor assistentes sociais a trabalharem com jovens? Já agora, ao serviço de que ministério é que estão?
Mas quem e' que disse que um "assistente social" ou "trabalhdor social" tem que necessariamente ser um funcionario publico.
De qualquer das maneiras tanto o Secretariado de Estado da Juventude e Desporto tanto como o Ministerio do Trabalho e reinsercao comunitaria que leva a cabo varios programas para os jovens nas suas respectivas areas devem ter funcionarios a trabalhar como tal. Ousera que esses programas todos so existem em papel.
Aqui vai uma definicao:
Definição de Trabalho Social
O exercício da profissão de assistente social ou trabalhador social promove a mudança social, a resolução de problemas no contexto das relações humanas e a capacidade e empenhamento das pessoas na melhoria do "bem – estar". Aplicando teorias de comportamento humano e dos sistemas sociais, o trabalho social focaliza a sua intervenção no relacionamento das pessoas com o meio que as rodeia. Os princípios de direitos humanos e justiça social são elementos fundamentais para o trabalho social.
COMENTÀRIO
O Trabalho Social, nas suas diversas vertentes, abrange as múltiplas e complexas interrelações que se estabelecem entre as pessoas e o meio que as envolve. A sua missão é ajudar as pessoas a desenvolverem todas as suas potencialidades, a enriquecerem as suas vidas e a prevenir as disfunções. Desta forma, os profissionais do trabalho social são agentes de mudança na sociedade e também na vida dos indivíduos, família e comunidades a quem o seu trabalho se dirige. Ao trabalho social está subjacente um conjunto articulado de valores, de teorias e de práticas.
VALORES
O trabalho social desenvolve-se a partir dos ideias de humanismo e democracia e os seus valores radicam no respeito pela Igualdade, valor e dignidade de todos.
Desde o seu inicio, há um século atrás, o trabalho social centrou a sua acção na resposta às necessidades das pessoas, bem como o desenvolvimento das capacidades do ser humano. Os direitos humanos e a justiça social motivam e legitimam a sua acção. Solidariamente com os mais desfavorecidos visa mitigar a pobreza e liberar as pessoas vulneráveis e oprimidas promovendo a sua inclusão social. Os valores subjacentes ao trabalho social constam de códigos de ética da profissão a nível nacional e internacional.
TEORIA
A metodologia do trabalho social apoia-se num conjunto de conhecimentos empíricos e resultantes de investigação e de avaliação de experiências praticas, incluindo conhecimentos específicos, inerentes a determinantes contextos locais. O trabalho social tem em conta a complexidade das interacções entre os seres humanos e o meio que os rodeia e a capacidade destes apesar de afectados por isso, de estarem preparadas para as modificarem incluindo os factores de âmbito bio- psicosocial. O exercício desta profíssão apoia-se em teorias de desenvolvimento de comportamento humano e ainda de sistemas sociais para analisar situações complexas e proporcionar transformações a nível individual, organizacional, social e cultural.
PRÁTICA
O trabalho social enfrenta as barreiras, desigualdades e injustiças existentes na sociedade. Actua em situações de crise e de emergência, mas também dá resposta aos problemas de natureza pessoal e social do dia a dia. Este tipo de trabalho utiliza uma variedade de práticas, técnicas e acções em consonância com a abordagem holística (integral) do ser humano e do ambiente que o rodeia. A variedade de intervenções do trabalho social passa desde processos de natureza psicosocial focalizados a nível individual até intervenções relacionadas com a política social planeamento social e desenvolvimento social. As intervenções integram aconselhamento , acompanhamento de casos, trabalho de grupo, trabalho social de cariz pedagógico, tratamento e terapia familiares, bem como ajudar as pessoas a obter os bens e serviços disponíveis na comunidade. A sua intervenção inclui ainda a gestão de organismos, de serviços comunitários e envolvimento em acções político-sociais para influenciar a política social e o desenvolvimento económico.
A intervenção holística do trabalho social é universal, mas as prioridades no seu exercício variam de país para país e de tempos a tempos, conforme as condições culturais, históricas e sócio – económicas existentes.
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