quinta-feira, agosto 10, 2006

Official admits mistakes in Timor

The Australian

Stephen Fitzpatrick, Jakarta correspondent
10aug06

ONE of Indonesia's most senior officials has admitted that his country was directly responsible for failing to stop the murderous chaos that accompanied its withdrawal from East Timor in 1998.

Dino Patti Djalal, a senior Foreign Ministry staffer at the time, said the withdrawal was conducted in an "irrational" manner and that Jakarta never displayed the "heart and will to rein in" Indonesian-backed militia groups who slaughtered thousands after East Timor's independence referendum in 1999.
Speaking at the launch of an analysis of the period by former foreign minister Ali Alatas, Mr Djalal - now President Susilo Bambang Yudhoyono's official spokesman - made an impassioned plea for Indonesia to learn from its mistakes in East Timor.

He said that if those lessons were not learned "by political officials and security officials, it will not be possible to solve the problems of Aceh, Poso and Papua" - all regions that have experienced extreme ethnic and nationalist revolt. Aceh has recently come under a new autonomy law after a decades-long independence struggle.

Launching his book, The Pebble in the Shoe: The Diplomatic Struggle for East Timor, Mr Alatas claimed that the Suharto regime's 24-year occupation of the tiny country had been more benign than was generally recognised and that it was Suharto's erratic successor, BJ Habibie, who was responsible for the poor decisions.

Speaking from the floor during a question-and-answer session afterwards, Mr Djalal went further, saying Indonesia had misruled East Timor but laying the blame for the chaos that accompanied its withdrawal squarely at Dr Habibie's feet.

Dr Habibie, who had replaced the dictator Suharto in 1998, responded petulantly to a letter from John Howard at the end of the same year suggesting an autonomy option for East Timor. His offer of a referendum proposing independence or integration with Indonesia was made in haste and without regard to "the situation on the ground", Mr Djalal said.

"When you sent me to East Timor to assess the situation (in 1999), it was clear that the people were not ready there, they did not know the concept (of independence)," Mr Djalal told his former boss, Mr Alatas.

"I have spent many sleepless nights thinking about this because we put a timetable straitjacket on the referendum and all because BJ Habibie wanted to take the result to the MPR (Indonesia's upper house of parliament). It was not rational.

"We thought we could just splash lots of money about and that would signify something. We were wrong. East Timor became a police state, we were bribing people we thought were loyal to us, and doing horrible things to people we thought were not loyal to us."

Dr Habibie's eccentric and unpredictable rule has been criticised from outside Indonesia but last night's statements were among the strongest to have been made at official levels in Jakarta.

Mr Djalal's assessment was backed last night by a one-time senior Suharto administration figure, former industry minister Hartato, who said from the floor that the occupation of East Timor was "still an extremely important problem for Indonesia" and that it "must become an issue of extreme introspection for us -- I very much agree with what the young man has said".

Mr Alatas responded to Mr Djalal's comments by agreeing that Indonesia must learn from its East Timor mistakes and be careful "not to disregard our problems in the regions, such as in Aceh and Papua".

Former ambassador to Australia Sabam Siagian, unlike Mr Djalal an official speaker at last night's launch, warned that there was still an overwhelmingly Java-centric approach to the way Indonesia's outer islands were administered, something that had contributed to the disaster of East Timor and could continue to create problems.

10 comentários:

Anónimo disse...

Several times, in 1999, I watched Mr Alatas on TV. From the lies that used to come from his mouth, one can conclude that this "son a bitch" is not better than his murderous Generals. I hope his book is made of a very soft paper so I can use for a special purpose!
Fote Make Riba

Anónimo disse...

Tradução:

Funcionário admite erros em Timor
The Australian

Stephen Fitzpatrick, correspondente em Jakarta
10 Agosto 06

Um dos funcionários de topo da Indonésia admitiu que o seu país foi directamente responsável pelo falhanço em parar o caos assassino que acompanhou a sua retirada de Timor-Leste em 1998.

Dino Patti Djalal, um membro de topo do Ministério dos Estrangeiros na altura, disse que a retirada foi conduzida de modo "irracional" e que Jakarta nunca mostrou "coração e vontade para restringir " os grupos de milícias apoiados pela Indonésia que mataram milhares depois do referendo da independência do Leste de Timor em 1999.

Falando no lançamento duma análise do período do antigo ministro dos Estrangeiros Ali Alatas, Mr Djalal – agora porta-voz oficial do Presidente Susilo Bambang Yudhoyono – fez um pedido apaixonado para a Indonésia aprender com os seus erros no Leste de Timor.

Disse que se essas lições não fossem aprendidas "por funcionários políticos e funcionários de segurança, não seria possível solucionar os problemas de Aceh, Poso e Papua" – todos nações que têm experimentado revoltas étnicas e nacionalistas extremas. Aceh chegou recentemente a uma nova lei de autonomia depois duma luta de décadas pela independência.

No lançamento do seu livro, A pedra no sapato: a luta diplomática por Timor-Leste, Mr Alatas reclamou que os 24 anos de ocupação do regime de Suharto do pequeno país foi mais benigno do que é geralmente reconhecido e que foi o errático sucessor de Suharto, BJ Habibie, que foi responsável por decisões pobres.

Falando da assistência durante a sessão de perguntas e respostas que se seguiu, Mr Djalal foi mais longe, dizendo que a Indonésia tinha gerido mal Timor-Leste mas pondo a culpa pelo caos que acompanhou a sua retirada redondamente nas costas do Dr Habibie.

Dr Habibie, que substituira o ditador Suharto em 1998, respondeu petulantemente a uma carta de John Howard no final do mesmo ano sugerindo uma opção de autonomia para o Leste de Timor. A sua oferta de um referendo propondo a independência ou a integração com a Indonésia foi feita à pressa e sem ter em consideração "a situação no terreno ", disse Mr Djalal.

"Quando me enviou para o Leste de Timor para avaliar a situação (em 1999), era claro que as pessoas lá não estavam preparadas, não conheciam o conceito (de independência)," disse Mr Djalal ao seu antigo patrão, Mr Alatas.

"Passei muitas noitas sem dormir a pensar nisto porque pusemos um colete de forças no calendário do referendo e tudo porque BJ Habibie queria levar o resultado ao MPR (o órgão superior do parlamento da Indonésia). Não era racional.

"Pensámos que bastava distribuir muito dinheiro e que isso significaria qualquer coisa. Errámos. O Leste de Timor tornou-se um Estado policial, estávamos a subornar pessoas que pensávamos que eram leais connosco, e a fazer coisas terríveis a pessoas que pensávamos que não eram leais connosco."

O governo excêntrico e imprevisto do Dr Habibie tem sido criticado no exterior da Indonésia mas a declaração de ontem à noite esteve entre as mais fortes feitas a nível oficial em Jakarta.

A avaliação de Mr Djalal foi apoiada ontem à noite por uma figura de topo da administração de Suharto, o antigo ministro da indústria Hartato, que disse da assistência que a ocupação de Timor-Leste foi "ainda um problema extremamente importante para a Indonésia" e que "deve tornar-se uma questão de extrema introspecção para nós – Concordo bastante com o que o jovem disse ".

Mr Alatas respondeu ao comentário de Mr Djalal concordando que a Indonésia deve aprender com os seus erros no Leste de Timor e ter cuidado " em não descuidar os nossos problemas na região, tais como em Aceh e na Papua".

O antigo Embaixador na Austrália Sabam Siagian, ao contrário de Mr Djalal um orador oficial no lançamento da noite passada, avisou que havia ainda uma aproximação poderosamente centrada em Java ao modo como as ilhas exteriores da Indonésia eram administradas, algo que tinha contribuído para o desastre de Timor-Leste e podia continuar a criar problemas.

Anónimo disse...

Dino Patti Djalal isn't exactly coming clean. He is quoted as saying that said 'the withdrawal was conducted in an "irrational" manner and that Jakarta never displayed the "heart and will to rein in" Indonesian-backed militia groups who slaughtered thousands after East Timor's independence referendum in 1999.'

The militia were created by and directed by the Indonesian military and the violence and destructions were from actions taken by the military, along with their militia proxies, implementing plans made at the highest level. What Indonesia lacked was the "heart and will to rein in" was not just the militia but its own security forces.

John
ETAN

Anónimo disse...

Let's just say that TNI soldiers were allowed to bring home war spoils. The militias rampage, helped as smoke screen.

Anónimo disse...

I agree totally with you John. It is sad but typical of the indonesians to deny or to acknowledge on part of their responsabilities for the atrocities that they caused in Timor-Leste and its courageous people.
Shame on them!

Anónimo disse...

hei, johnny boy, you and your selective insight never change: what Alatas and proxy are saying FOR THE FIRST time is that it was all Habibie's doing, the military had to obey, however they kept aside and rely on the militia which is legal in Indonesia, you like it or not, and then it was the "bad" General Wiranto who forced Habibie out of Timor, because Habibie's choice was to declare war on Australia to keep Timor. well, mr. ETAN, you don't fancy the truth, you never did: the TNI are not the bad guys, Habibie and his civilian officcials are, including Alatas and Lopes da Cruz and Muladi, etc. These paid the militia via various foundations. don't like it, but they are the ones who should be on trail, boo-boo, Johnny doo, fuck you!

Anónimo disse...

"the militia which is legal in Indonesia"

Apparently, and according to Rogério Lobato's statetments, it was bound to be legal in democratic Timor-Leste as well. They even got weapons delivered by the government.

Anónimo disse...

"They even got weapons delivered by the government". These are the findings reached by Judge Mau BeickTen Dick Head, at 10:05:31
Ze Cinico

Anónimo disse...

Rogerio Lobato himself said he recruited Railos to be the "pisteiros" for the PNTL and the fact is that Railos was in possesion of PNTL issued automatic rifles. This was confirmed by the Border Patrol Unit commander which received instructions from Rogerio to bring those weapons to Rogerio Lobato. Now Mr. Jose Cinico is trying to deny that.
That is preposterous!!

But do not worry because the case against Rogerio Lobato will proceed and soon enough will get to the bottom of the issue. As for you Jose Cinico, you are trying to dismiss something that is not dismissible. You're trying to defend the indefensible.
The truth will come out sooner than you expect.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:47:20 AM: Alfredo Assunção, general na reserva, chefiou o Estado Maior das forças da ONU em Timor-Leste entre 2000 e 2001 e não tem dúvidas "A Austrália está na origem desta, como de anteriores, crises no país".

E deu em 23/06 uma entrevista ao JN, onde às tantas dizia:

JN - A crise que Timor-Leste vive actualmente espanta-o?

Alfredo Assunção - Não. De modo nenhum. A minha experiência, em função da actividade que desempenhei no quadro da ONU, com todas as partes envolvidas, permite-me concluir que, mais cedo ou mais tarde, algo deste tipo ia acontecer.

JN - E o que levava a antever essa situação?

Alfredo Assunção - A Austrália é, como sempre foi desde que Timor-Leste se tornou independente, o principal inimigo do país. A coberto de um estranho conceito estratégico de segurança regional, sempre quis controlar tudo e todos. Até agora, não o tinha conseguido na totalidade porque Xanana Gusmão e Mari Alkatiri estavam unidos. Ao quebrar essa união, abriu caminho para tomar conta do país.

JN - Timor é um risco para a segurança regional?

Alfredo Assunção - É o que eles alegam, como se fosse possível Timor-Leste pôr em perigo, agora como no futuro, a segurança regional. Na verdade, como sabem o Governo português e as Nações Unidas, o que preocupa (ou interessa) aos australianos é o petróleo e o gás. Ora, para controlar essas enormes fontes de riqueza, nada melhor do que estarem fisicamente presentes e controlarem numa atitude colonialista todo o sistema político-governativo do país.

JN - Por outras palavras, afastar o primeiro-ministro?

Alfredo Assunção - Afastar este primeiro-ministro ou qualquer outro que, como Mari Alkatiri (apesar dos erros cometidos) ponha os interesses dos timorenses acima da ambição dos vizinhos - neste caso da Austrália.

JN - Então a questão das armas, dos "esquadrões da morte", não tem consistência?

Alfredo Assunção - É, pelo menos, suspeita. Parece-me que só por si não justifica tanto alarido e muito menos a exigência da demissão do primeiro-ministro e a ameaça de auto-demissão do presidente. Há algo que não bate certo.

JN - Qual é o elo que falha?

Alfredo Assunção - Quando estive em Timor-Leste uma segunda vez, Junho de 2003, estava a ser criada o GDR (Grupo de Desdobramento Rápido) que era uma unidade especial de combate exclusivo a actividades subversivas, sobretudo vocacionada para controlar as milícias pró-indonésias. Essa força tinha a aprovação tanto do presidente da República como do primeiro-ministro e, tanto quanto creio, é a que agora é apresentada como a força que visava eliminar adversários políticos.

JN - Então foi, digamos, mais um facto "fabricado"?

Alfredo Assunção - Provavelmente. Mas que resultou, lá isso resultou. A divisão criada no seio dos militares abalou o país mas não quebrou a sintonia entre Xanana e Alkatirir. A suposta segregação entre timorenses de lados diferentes da ilha (de que nunca ouvi falar) também abalou, mas não passou disso. Finalmente conseguiram um motivo para o presidente se afastar do primeiro-ministro...

JN - Quem conseguiu?

Alfredo Assunção - Os australianos. Quem mais está interessado em ser dono e senhor das riquezas de Timor-Leste? Os australianos. Apenas eles.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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