terça-feira, junho 27, 2006

Lusa

Alkatiri convence apoiantes esperar "um dia ou dois" fora de Díli

Hera, Timor-Leste, 27 Jun (Lusa) - O líder da FRETILIN, Mari Alkatiri, convenceu hoje cerca de 10 mil apoiantes do partido reunidos a uma dezena de quilómetros de Díli a esperarem "um dia ou dois" antes de entrarem na capital de Ti mor-Leste.

"Nós ainda vamos a Díli, mas não é hoje. É quase noite. Vamos voltar a Metinaro e esperar um dia ou dois", disse o secretário-geral do partido no poder e primeiro-ministro demissionário, que discursou aos seus apoiantes ao fim da t arde (hora local) na zona de Hera, a cerca de 12 quilómetros a leste de Díli.

Mari Alkatiri e o presidente da FRETILIN e do Parlamento Nacional, Francisco Guterres "Lu-Olo", foram ao encontro dos manifestantes, que se encontravam em Metinaro, a 40 quilómetros de Díli, mas que durante o dia se começaram a dirigir para a capital.

Os dois dirigentes da FRETILIN alegaram falta de condições de segurança e a hora tardia para pedir aos manifestantes que regressassem a Metinaro, movimento que se iniciou após as suas intervenções.

Alkatiri e "Lu-Olo" decidiram acompanhar os manifestantes até Metinaro e só depois é que regressarão a Díli.

"Vamos esperar que outros [apoiantes da FRETILIN] se juntem a nós e depois nós [Alkatiri e "Lu-Olo"] vamos ter convosco e vamos conversar", disse o secretário-geral do partido, que se demitiu segunda-feira do cargo de primeiro-ministro.

Mari Alkatiri disse que "só uma pequena parte dos loromonu [timorenses dos distritos ocidentais] é que está contra a FRETILIN".

"Quando a nossa manifestação entrar em Díli, alguns que lá se encontram juntam-se a nós", garantiu.

Ao dirigir-se aos manifestantes, a quem também pediu que não entrassem hoje em Díli, Francisco Guterres "Lu-Olo" sublinhou que a legitimidade da FRETIL IN foi obtida pela via eleitoral.

"Se alguém quiser ir para os nossos lugares no Parlamento [55 dos 88 deputados foram eleitos pela FRETILIN], tem de ser por via democrática", disse.

Mari Alkatiri referiu ainda que antes de se dirigir para Hera, combinou com os militares internacionais que a entrada dos seus apoiantes em Díli só deveria ocorrer depois da desmobilização dos manifestantes anti-governo que têm estado na capital nos últimos dias.

À saída de Hera, na estrada da Areia Branca, que conduz a Díli, a Lusa viu um dispositivo de segurança formado por 10 viaturas blindadas com militares australianos e neozelandeses.
Nas entradas leste da cidade, os militares australianos e neozelandeses montaram diversas barreiras de segurança e têm estado a revistar todas as viaturas para tentar detectar qualquer tipo de armamento.

Os manifestantes que estavam em Hera, provenientes dos distritos orientais do país, exibiam bandeiras da FRETILIN e cartazes com frases de apoio a Mari Alkatiri e a "Lu-Olo".

Um dos organizadores da manifestação, Francisco Faustino Vieira, disse à Lusa que os manifestantes pretendem entrar em Díli para "entregar uma petição ao Presidente da República a exigir a anulação da demissão do primeiro-ministro" .

Exigem também que "os líderes timorenses se juntem para falar e resolve r a crise", acrescentou Francisco Faustino Vieira, proveniente de Baucau, a segunda cidade de Timor-Leste, situada a cerca de 130 quilómetros a leste de Díli.
EL/PNG.

Conselho de Estado apoia prorrogação medidas de emergência

Díli, 27 Jun (Lusa) - O Conselho de Estado de Timor-Leste pronunciou-se hoje a favor da prorrogação por 30 dias das medidas de segurança de emergência decretadas a 30 de Maio pelo Presidente da República, disse hoje à Lusa fonte daquele órgão.

A mesma fonte, que pediu para não ser identificada, disse que na reunião também foi abordada a possibilidade de o Presidente da República, Xanana Gusmão, nomear um governo de gestão "por um período curto".

Alguns dos conselheiros falaram na eventual dissolução do Parlamento Nacional, "mas o Presidente da República não reagiu à questão", acrescentou a fonte contactada pela Lusa.

As medidas de emergência anunciadas por Xanana Gusmão a 30 de Maio, num a altura em que Díli vivia uma situação de violência crescente, incluem "a apreensão de armas, munições e explosivos", "a vigilância de pessoas, edifícios e estabelecimentos" e a "exigência de identificação de qualquer pessoa que se encontre ou circule em lugar público ou sujeito a vigilância policial".
Mari Alkatiri demitiu-se segunda-feira do cargo de primeiro-ministro, decisão que foi aceite pelo presidente timorense.

O primeiro-ministro demissionário não participou na reunião do Conselho de Estado, de que faz parte, por não ter sido convocado, segundo disse à Lusa fonte do seu gabinete.

EL/PNG.


Conselho de Estado terminou sem informação...

Díli, 27 Jun (Lusa) - A reunião do Conselho de Estado de Timor-Leste terminou hoje, em Díli, sem que tivesse sido divulgada qualquer informação sobre o s temas debatidos.
A reunião do órgão de consulta do presidente timorense, Xanana Gusmão, a terceira desde 30 de Maio, foi convocada sem indicação de agenda, o que aconteceu pela primeira vez.
O primeiro-ministro demissionário, Mari Alkatiri, não participou na reunião por não ter sido convocado, segundo fonte do seu gabinete.

Depois da reunião, que durou cerca de cinco horas, o presidente do Parlamento Nacional e da FRETILIN, Francisco Guterres "Lu-Olo", foi ao encontro de M ari Alkatiri para o acompanhar na deslocação a Metinaro, a cerca de 40 quilómetros a leste de Díli, onde estão concentrados cerca de 10 mil apoiantes do primeiro-ministro demissionário.

No trajecto para Metinaro, a agência Lusa cruzou-se com 10 camiões em que viajavam cerca de 200 apoiantes da FRETILIN e que se dirigiam para Díli pela estrada da Areia Branca, uma das entradas em Díli a partir dos distritos do leste do país.

"Os nossos militantes e simpatizantes encontram-se nas proximidades da escola pré-secundária de Metinaro", afirmou à Lusa Estanislau da Silva, porta-voz da Comissão Política Nacional da FRETILIN.

Em Metinaro situa-se um centro de instrução das forças armadas timorenses.
Fonte militar internacional indicara anteriormente à Lusa que os efectivos australianos presentes na zona foram reforçados ao longo da manhã (hora local).

Segundo a mesa fonte, os apoiantes de Alkatiri, líder da FRETILIN, não foram autorizados a entrar na capital timorense "para prevenir eventuais confrontos com os manifestantes anti-governamentais que ainda se encontram em Díli".

O número dos manifestantes anti-governamentais, que segunda-feira chegou a ser de cerca de sete mil, desceu hoje para cerca de metade.

Muitos dos manifestantes percorrem a cidade em caravanas automóveis, gritando palavras de ordem pró-Xanana Gusmão, pró-dissolução do Parlamento e contra Mari Alkatiri.
EL.






Seis partidos oposição retiram confiança presidente do Parlamento
Díli, 27 Jun (Lusa) - Seis partidos da oposição timorense, com representação parlamentar, anunciaram hoje em Díli que retiram a sua "total confiança" a o presidente do Parlamento Nacional e rejeitam que Mari Alkatiri, primeiro-ministro demissionário, reassuma o seu mandato de deputado.
Numa declaração lida aos jornalistas por João Gonçalves, do Partido Social Democrata (PSD), sem direito a perguntas, os seis partidos denunciam o que a legam ser a "falta de capacidade e total incompetência" do presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo", durante os quatro anos da actual legislatura.
A "falta de liderança" de "Lu-Olo" contribuiu, alegam os seis partidos, para que o Parlamento Nacional "se transformasse numa instituição totalmente controlada e dirigida pelo governo, perdendo assim a sua credibilidade institucional e a confiança do povo que representa".

Relativamente ao demissionário primeiro-ministro Mari Alkatiri, que segunda-feira se demitiu e anunciou ser sua intenção regressar ao Parlamento, os se is partidos rejeitam que recupere o lugar de deputado "enquanto não for ilibado em tribunal das acusações de que é alvo, de distribuição ilícita de armas a civis, com o intuito de eliminar os seus oponentes políticos e partidários".
A declaração é assinada pelo Partido Democrático (sete deputados), Partido Social Democrata (seis), Partido Socialista de Timor (um), Partido do Povo d e Timor (dois), União democrática Timorense (dois) e Klibur Oan Timor Assuain (K ota), dois deputados.
O parlamento timorense, onde a Fretilin elegeu 55 deputados, é constituído por 88 elementos.
JPA.

5 comentários:

Anónimo disse...

E engracado como o proprio numero 10,000 e coincidente com os mesmos 10,000 que anteriormente participaram na contra-manifestacao a Igreja e em favor da Fretilin.

Mas no entanto fontes pro fretilin garantem ate que os numeros na acima referida manifestacao tinham atingido os 45,000.

Se os 10,000 foram correctamente noticiados na ultima manwifestacao pro fretilin, quer isto dizer que sao os mesmo a faze-lo agora.

Se no entanto a ultima manifestacao atingiu os 45,000, quer isto dizer que os numeros estao bastante reduzidos quanto mais que esta situacao e mais grave do que anterior.

alguem tem opiniao sobre isto?

Anónimo disse...

Todo o arguido se presume inocente até à condenação judicial definitiva - art. 34º, n.1 da Constituição.

Valha-nos Deus se esta oposição um dia chega ao poder.

Anónimo disse...

Se assim não fosse seria fácil.
Qualquer cidadão ou politico que desagradasse a alguém era só inventar uma "historinha" na imprensa e fazer o julgamento em praça pública.
Foi a isto mesmo que assistimos no caso do PM.
Só mesmo em Timor!

Anónimo disse...

Diz a Constituição que a iniciativa da lei pertence aos Deputados, às Bancadas Parlamentares, ao Governo.

Pergunta-se o que tem feito a oposição timorense?

Anónimo disse...

Parece que a especialidade dos políticos em Timor é mesmo os golpes de estado e o apelo à violência e conflito.

Mas ninguém lhes explica o que quer dizer a palavra democracia?!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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