Entrevista ao SOL
29.03.2008
Por Felícia Cabrita, em Díli
Militares do corpo de segurança do palácio presidencial de Díli podem ter feito jogo duplo, traindo ao mesmo tempo Ramos-Horta e o major Reinado
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que foi alvo de um atentado em Fevereiro, no palácio presidencial em Díli, terá sido atraiçoado por um militar do seu corpo de segurança.
Este militar, de nome Albino Assis, será a peça-chave quer do atentado contra Ramos-Horta, quer da morte à queima-roupa do major rebelde Alfredo Reinado.
Albino Assis integrava as F-FDTL (Falintil - Forças de Segurança de Timor-Leste), a pequena força de segurança pessoal do Presidente Ramos-Horta. Ao mesmo tempo, porém, mantinha contactos frequentes com o grupo rebelde do major Reinado – tudo indicando que este tinha homens infiltrados na segurança do palácio.
Aliás, o nome de Albino Assis constava de uma lista que Reinado trazia no bolso quando foi alvejado. Mas não só: o major tinha também consigo um croquis do palácio, feito por alguém que conhecia bem por dentro as instalações da casa oficial de Ramos-Horta.
Reinado terá morrido entre as 6h15 e as 6h20, momento em que deixou de fazer contactos com os elementos do grupo do major Salsinha, que se encontrava em Dare – zona próxima ao local onde, uma hora depois, o primeiro-ministro Xanana Gusmão foi alvo de forte tiroteio.
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sábado, março 29, 2008
Segurança de Ramos-Horta cometeu dupla traição
Por Malai Azul 2 à(s) 23:48
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
Independentemente do grau de interesse desta tese, Felícia Cabrita incorre num erro muito comum dos malaes recém-chegados a Timor: se se tivesse dado ao trabalho de levantar o rabo do hotel, teria reparado que nada disto se passou em nenhum "palácio", nem "casa oficial(?) de Ramos Horta".
Já eu me tinha interrogado sobre a estranheza de uma guarda pessoal do PR estar a dormir(!) e só um elemento ter acordado, ainda por cima por um garoto.
Mas não vale a pena especular. RH lembra-se perfeitamente da cara de quem o alvejou e não tardará a identificá-lo.
Alo Dili
Eu sei muito bem que a policia Garcia que tinha fugido e aliado do Grupo Reinaldo e a guarda pessoal do Presidente. No ataque a Same pelas tropas internacionais o policia Garcia estava com Alfredo e o seu grupo.Quando o Horta fez uma visita a Same teve contactos com eles,Garcia e Ex deputado Leandro Issac renderam-se deram dinheiro e tambem o Longuinhos estava envolvido.Foi de grande supresa e espanto o Ministro do Interior de entao quando o Horta pos o Garcia como seu guarda de seguranca pessoal.Penso que isto foi o jogo duplo,traindo ao mesmo tempo Ramos-Horta e o major Reinado.Quando o Horta foi baleado o Leandro teve contacto com um dos membros do grupo citando tambem o nome de Angela Pires com trabalhadora de AUSAID.
Adeus
De Aikurus
Todo o artigo que não está online:
Atentado posto em causa
Investigação do Sol aos incidentes de 11 de Fevereito põe hipótese de dupla traição
Felícia Cabrita, em Díli
Sol, 29 de Março de 2008
Um militar da segurança pessoal de Horta é a peça-chave
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que foi alvo de um atentado em Fevereiro, no palácio presidencial em Díli, terá sido atraiçoado por um militar do seu corpo de segurança.
Este militar, de nome Albino Assis, será a peça-chave quer do atentado contra Ramos-Horta, quer da morte à queima-roupa do major rebelde Alfredo Reinado.
Albino Assis integrava as F-FDTL (Falintil - Forças de Segurança de Timor-Leste), a pequena força de segurança pessoal do Presidente Ramos-Horta. Ao mesmo tempo, porém, mantinha contactos frequentes com o grupo rebelde do major Reinado – tudo indicando que este tinha homens infiltrados na segurança do palácio.
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Aliás, o nome de Albino Assis constava de uma lista que Reinado trazia no bolso quando foi alvejado. Mas não só: o major tinha também consigo uns croquis do palácio, feito por alguém que conhecia bem por dentro as instalações da casa oficial de Ramos-Horta.
Reinado terá morrido entre as 6h15 e as 6h20, momento em que deixou de fazer contactos com os elementos do grupo do major Salsinha, que se encontrava em Dare – zona próxima ao local onde, uma hora depois, o primeiro-ministro Xanana Gusmão foi alvo de forte tiroteio.
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Foi também Assis quem, às 7h27 do dia do atentado, comunicou ao grupo de Salsinha o que se passara no palácio presidencial: os atentados que vitimara Alfredo Reinado e que colocaram Horta às portas da morte.
O alerta da entrada de Reinado no palácio foi dado por um jovem que vive no campo de deslocados ali existente – e contíguo à caserna onde dormia Assis, com um outro militar da segurança de Horta, Francisco Marçal. Este acabaria por ser o autor da rajada de metralhadora que atingiria Reinado.
Só que Marçal, que disse ter feito um único disparo de metralhadora, não contou a verdadeira versão.
Morto à queima-roupa
Alfredo Reinado não terá morrido com os tiros desta rajada – que lhe fez três perfurações num olho e deixou um estilhaço no ombro. Segundo a autópsia já realizada, a causa da morte foi uma bala isolada que o atingiu no pescoço, disparada à queima-roupa e o trespassou de um lado ao outro.
Existem fundadas dúvidas sobre a veracidade das teses até agora defendidas para aquilo que teria acontecido: que Reinado e os seus homens foram a Díli com o objectivo de matar Ramos-Horte e Xanana.
De facto, está em cima da mesa a possibilidade de, além de Horta, também Reinado ter sido vítima de traição (atraído a um falso encontro com o Presidente). O certo é que Horta e Reinado mantinham negociações para que o grupo rebelde se entregasse, tendo o último encontro entre ambos ocorrido em Maubisse, a 80 quilómetros de Dili, apenas quatro semanas antes do atentado.
Outro elemento importante poderá ser uma mensagem existente no telemóvel de Reinado enviada por uma mulher que esteve com ele nas montanhas, na noite da véspera de tudo acontecer.
Nessa enigmática mensagem, enviada às 23 horas de 10 de Fevereiro, a mulher dizia: “Tenha cuidado mor (amor). Não é preciso ires a este seminário (expressão usada pelos timorenses para se referirem a 'encontro') se não te sentires bem. Não esqueças de seguir o ritual daquilo que acreditamos. Amo-te sempre”.
Horta não conhece
Ao contrário do que tem sido dito, Ramos-Horta não reconheceu o homem que o alvejou. O Presidente timorense viu-o - “Sei que é alto, magro e que tinha um lenço verde atado na cabeça”, disse ao Sol – mas não o conhecia.
Segundo Horta, o agressor vestia uma farda semelhante à que os homens de Reinado envergavam no encontro de Maubisse.
O Presidente de Timor-Leste confidenciou ainda ao Sol que não esperava de todo o que sucedeu, tendo em conta a existência de negociações. “Não estava nada à espera disto”, disse Ramos-Horta.
O Sol publicará em próxima edição toda a história dos acontecimentos em Díli, com documentação sobre o que verdadeiramente se passou, assim como uma entrevista com o Presidente timorense, a primeira concedida por este à imprensa internacional depois do atentado.
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