segunda-feira, setembro 10, 2007

Arguidos do massacre de polícias timorenses em 2006 acusados de homicídio

Lusa/Diário de Notícias do Funchal – 10-09-2007

Elementos das Falintil emboscaram 103 polícias timorenses quando estes saíam em coluna do quartel-general da PNTL

Os doze arguidos no processo do massacre de oito polícias timorenses em Maio de 2006 foram acusados de homicídio pelo Ministério Público.

A morte dos oito agentes da Polícia Nacional timorense (PNTL), em Caicoli, no centro de Díli, quando se encontravam sob escolta das Nações Unidas, foi o incidente isolado mais grave da crise política e militar de 2006.

O ataque e o tiroteio por parte de elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) ocorreu cerca das 11 horas do dia 25 de Maio de 2006, junto ao quartel-general da PNTL em Caicoli.

"Os arguidos agiram livre, deliberada e conscientemente, em conjugação de esforços e intentos, tomando parte activa na actuação, com deliberada intenção de tirar a vida a todos os agentes da PNTL e prevendo como possível, mas conformando-se com tal resultado, que as balas disparadas pudessem atingir terceiros, designadamente os elementos da UNPOL também ali presentes, como efectivamente atingiram", lê-se na acusação.

Os arguidos "não lograram o seu objectivo na totalidade, por razões alheias à sua vontade", considera também o Ministério Público, salientando que os autores do massacre "sabiam que o seu comportamento era punido por lei".

A acusação é de co-autoria material e na forma consumada de oito homicídios em concurso real com 115 crimes de homicídio na forma tentada.

No auto de acusação, o Ministério Público recorda a origem directa da crise de Março a Junho de 2006, a saída de quase 600 peticionários das F-FDTL, a deserção do major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar, e a deterioração da rivalidade latente entre timorenses originários dos distritos orientais do país, 'lorosae', e dos distritos ocidentais, 'loromonu'.

O tiroteio de 25 de Maio aconteceu quando 103 polícias timorenses saíam em coluna, sob escolta da ONU, do quartel-general da PNTL.

"Todos os arguidos observaram que os agentes da PNTL vinham desarmados e rodeados de elementos das forças internacionais e da UNPOL", diz a acusação.

"Contudo, os arguidos foram tomando posições, com as suas armas engatilhadas, com vista a emboscarem a formação e abaterem mortalmente os seus elementos".

O processo do massacre de 25 de Maio foi aberto na sequência do relatório da Comissão Especial Independente de Inquérito aos acontecimentos de 2006.

"A Comissão está convencida de que o brigadeiro-general Taur Matan Ruak", chefe do Estado-Maior, "não pode ser responsabilizado pelas acções maliciosas de soldados das F-FDTL que ocorreram depois que o cessar-fogo havia sido estabelecido", conclui aquele relatório sobre o incidente de há um ano.

2 comentários:

Anónimo disse...

No auto de acusação, o Ministério Público recorda a origem directa da crise de Março a Junho de 2006, a saída de quase 600 peticionários das F-FDTL, a deserção do major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar, e a deterioração da rivalidade latente entre timorenses originários dos distritos orientais do país, 'lorosae', e dos distritos ocidentais, 'loromonu'.

Interesaante! E quem foi e que esteve por traz da questao da rivalidade latente leste-oeste. Foi sim o Sr X Gusmao. Ele e que criou aquilo tuod com o discurso no 23 de Marco 2006. E quem foi que agitou o Alfredo, notado pela commisao de inquerito internacional como ter tido uma ligacao nao apropriada....outra vez o dito X Gusmao. Ainda saberemos um dia que ele exteve pro traz tambem da questao dos peticionarios, porque o assessor ou adido militar naqueles tempos, o Col Pedro Adano esteve a gitar muito as coisas. No fim o ministerio publico sabe algo de quem teve responsabilidade por o que aconteceu para fazer a crise de 2006 surgir. Porque nao resolve porcessar ou pelo menos investigar alguem chamado Gusmao. E porque nao se chama nem Lobato, nem Alkatiri, nem e da FRETILIN. Agora ja estamos a ver.

Anónimo disse...

Espero que estes indivíduos sejam punidos exemplarmente para que nunca aconteça outra desgraça igual em Timor-Leste.

Já agora, espero que se faça justiça também para Reinado & Cia.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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