Jornal Nacional Semanário – 08 de Setembro de 2007
CNRT e PSD concordam
O chefe da bancada FRETILIN, Aniceto Guterres Lopes, afirma que não é verdade que a FRETILIN não concorda com a presença das Forças de Estabilização (FSI) em Timor-Leste. O que a FRETILIN sugere é antes a legalização do mandato das FSI, segundo a legalidade.
Aniceto Guterres referiu-se a esta questão ao Jornal Nacional Semanário , no “Uma Fukun” (Parlamento Nacional) quando questionado sobre a má interpretação dos deputados das outras bancadas sobre a política da FRETILIN em relação à presença das FSI em Timor-Leste.
A proposta de legalização da presença das FSI em Timor-Leste foi apresentada pela bancada FRETILIN à sessão plenária do Parlamento Nacional, dela constando que é necessário elaborar uma ratificação do acordo anterior sobre a presença das FSI em Timor-Leste. Assim, esclarece, não se trata de a FRETILIN rejeitar a presença das mesmas, como as outras bancadas terão interpretado:
«Ainda não falámos se precisamos ou não da presença das FSI neste momento actual, ainda não chegámos até aí. A FRETILIN apenas questionou a legalidade, por isso sugerimos ao PN que ratifique o acordo», salientou Aniceto.
Segundo o Chefe de Bancada, tem havido uma resolução sobre a presença das FSI em Timor-Leste mas isso não é suficiente, pois é necessária a ratificação do acordo anterior.
Acrescentou que, após este processo de ratificação, poderão ser avaliados os serviços das FSI que permaneceram em Timor-Leste desde há um ano, e que depois é necessário fazer mais, determinando qual o número de efectivos militares que devem permanecer em Timor-Leste, até quando, e definindo a coordenação de serviços com as F-FDTL.
Adianta que o PN, como Órgão Soberano e representante do Povo, deve ter conhecimento sobre esta situação, uma vez que não cabe apenas ao Presidente da República a tomada de decisões, sem consultar os outros Órgãos Soberanos:
«O Parlamento Nacional como Órgão de Soberania deve ter conhecimento, não cabe apenas ao Presidente da República tomar apartidariamente a decisão de que as FSI irão permanecer até 2008, 2012, etc. O Parlamento Nacional como representante do povo tem de ratificar o acordo, se é necessário, até quando. O Presidente da República não pode apartidariamente tomar uma decisão, sem ouvir as aspirações do Povo», menciona Aniceto Guterres.
Questionado sobre se a FRETILIN não concorda com a decisão do Presidente da República para que as FSI permaneçam em Timor-Leste até ao final de 2008, Aniceto Guterres respondeu que não é verdade, dado que o que a FRETILIN pretende é levantar a questão da legalidade dessa permanência.
Por outro lado, as bancadas CNRT e PSD concordam com a proposta da FRETILIN, para legalizar a presença das FSI em território nacional.
Para o deputado Cecílio Caminha, da bancada CNRT, o Parlamento Nacional não questiona a presença das FSI em Timor-Leste mas sim o facto de o mandato destas ter terminado no dia 6 de Julho e o mesmo ter sido prorrogado sem conhecimento do Parlamento Nacional. Portanto, é necessário que o novo tratado ou acordo que o Governo ou o Presidente da República fez com os outros países seja apresentado ao Parlamento Nacional para ser ratificado, tendo em conta que o Parlamento Nacional é o segundo Órgão de Soberania em Timor-Leste.
«O Parlamento Nacional, como segundo Órgão de Soberania em Timor-Leste, tem a função de ratificar qualquer tratado ou acordo que o Governo ou Presidente da República faça com outros países», advertiu Cecílio Caminha.
Acrescentou que o Parlamento Nacional deve ter conhecimento do mandato das FSI em Timor-Leste, a sua data limite e como está nele prevista a distribuição de serviços com as Forças Nacionais.
O Parlamento Nacional não impedirá a decisão do PR de prorrogar a missão das FSI, pois o que este Órgão deseja é ter conhecimento da data limite do mandato das FSI.
O chefe da bancada do PSD, Fernando Dias Gusmão, afirmou que é necessária a legalização da presença das FSI em Timor-Leste, o que não significaria que a presença das FSI em Timor-Leste até ao momento seja ilegal. Segundo ele, a presença das FSI em Timor-Leste aconteceu a pedido dos Órgãos de Soberania do país, para restaurar a Lei e a Ordem após a crise militar e política verificada em Abril e Maio de 2006.
«Agora, como é que o Parlamento Nacional poderá utilizar o seu poder segundo a Constituição para aprovar tratados e acordos que o Governo e o Presidente da República assinam com os outros países?», questiona Fernando Dias.
Salientou que, apesar de o Parlamento da Primeira Legislatura não ter feito a ratificação da presença das FSI em Timor-Leste há mais de um ano, é necessário agora uma ratificação do acordo pelo Parlamento Nacional da Segunda Legislatura.
Questionado sobre a decisão do Presidente da República que prorrogou a missão das FSI até ao final de 2008, o chefe da bancada PSD respondeu que a sua bancada não questiona a questão do tempo, mas antes a questão da segurança, porque, até à data, e como os casos do Alfredo Reinado e do seu grupo, dos peticionários e dos deslocados ainda não foram resolvidos, estes problemas poderão causar novamente uma situação de instabilidade em Timor-Leste. Outra questão é a de que a FRETILIN ainda continua, até à data, a considerar o Governo liderado pelo CNRT e seus aliados como um Governo ilegal.
segunda-feira, setembro 10, 2007
FRETILIN sugere a legalização do mandato das FSI
Por Malai Azul 2 à(s) 08:29
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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