EFE - 29 de Março de 2007- 09:17
Florentino Goulart
Díli - O primeiro-ministro do Timor-Leste e principal candidato nas eleições presidenciais do país, marcadas para 9 de abril, José Ramos Horta, afirma que, se vencer o pleito, será "os olhos, ouvidos e boca dos pobres para falar ao Governo".
"Aceitei concorrer com muitas reservas. Após 30 anos de trabalho ininterrupto pelo país, com vários desafios, preferiria sair da política. Mas, devido à crise e às dificuldades enfrentadas pela nação, não acho que seria justo", disse Ramos Horta em entrevista à Efe, em Díli.
O vencedor de um Nobel da Paz, que após lutar durante 24 anos no exílio contra a ocupação indonésia retornou ao Timor Leste em 1999 para se transformar em ministro de Exteriores do primeiro Governo de transição.
Em julho do ano passado, Ramos Horta foi nomeado primeiro-ministro, depois da onda de violência que deixou o país à beira da guerra civil e acabou com o Governo de Mari Alkatiri.
"Acho que a crise que vivemos é o resultado da frustração de toda a sociedade timorense e, especialmente, dos jovens de 15 a 30 anos, que não vêem perspectivas em suas vidas, que não têm carreiras, nem trabalhos nem dinheiro", disse Ramos Horta.
Reconheceu que os motivos que levaram à onda de violência de há um ano - a divisão étnica entre os lorosae (oriundos do leste) e os loromonu (do oeste), assim como dentro das Forças Armadas - não foram superadas, por isso acredita que apenas uma mudança de Governo poderá fechar as feridas.
Por isso, confia na vitória do atual presidente, o carismático Xanana Gusmão - que comandou de dentro do país a resistência à ocupação -, nas eleições gerais que serão realizadas meses depois das presidenciais com o novo partido que será formado.
"Há poucas pessoas no país que tenham tanta confiança da nação.
Uma delas é Xanana (...). E não há ninguém no país, nem mesmo eu, que conheça tão bem o povo como ele", afirmou.
Ramos Horta não acredita que o major Alfredo Reinado, que liderou a rebelião militar depois da demissão de 600 soldados no ano passado, e que continua nas montanhas, possa influenciar nas eleições presidenciais.
"Muitas coisas negativas podem ser ditas sobre ele, mas acho que ele tem senso de responsabilidade e não acredito que queira desestabilizar o país", afirmou.
"Reinado pede justiça, e está muito indignado com a distribuição de armas entre os civis feita por certos membros do Governo (de Alkatiri), e só quer que a verdade seja dita nos tribunais", disse Ramos Horta.
Ramos Horta lembrou que o então ministro do Interior, Rogelio Lobato, já foi condenado a sete anos e meio de prisão por homicídio e por fornecer armas a grupos civis durante os distúrbios que mataram 37 pessoas e deixaram 100 mil deslocados.
Concorrendo como independente às eleições, Ramos Horta considera pouco realista achar que as tropas estrangeiras - na maioria australianas - que chegaram ao país no ano passado para conter a violência possam ir embora em breve.
"Devemos ser realistas e prudentes. Eu diria que precisamos que as forças militares internacionais e da ONU permaneçam pelo menos mais cinco anos para nos ajudar a reconstruir nossas instituições", afirmou.
"Não devemos nos apressar, nem ser ultranacionalistas e acreditar que a ONU e os países aliados estão aqui para nos colonizar. Estão aqui para nos ajudar, e devemos trabalhar com eles e mantê-los aqui por quanto tempo pudermos", insistiu.
Disse que, se for eleito presidente, prestará atenção especial a dois grupos especialmente vulneráveis: "as crianças de Díli que vão atrás das tropas da ONU pedindo dinheiro, e os idosos, que não têm condições de comprar comida e remédios".
quinta-feira, março 29, 2007
Se for eleito no Timor-Leste, Ramos Horta diz que governará para os pobres
Por Malai Azul 2 à(s) 23:18
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
O Horta diz qaue o Alfredo "tem senso de responsabilidade", ele Horta é que não tem qualquer senso.
O Ramos-Horta continua a nao saber diferenca entre as competencias do Presidente e do Primeiro-Ministro...
tenho muito medo com as demasiadas promessas ao povo.
cuidado com o ditadoror,que nao sabe fazer a diferensa entre a presidncia e o governo........
E os ricos ficam sem presidente ou vão ficar todos (muito mais) pobres?
Enviar um comentário