Notícias Lusófonas
29.03.2007
A campanha para as presidenciais em Timor-Leste está a decorrer sem incidentes graves, tendo o recenseamento decorrido "muito bem", mas persistem preocupações no quadro legislativo, que garanta um escrutínio credível, afirmaram hoje responsáveis da missão internacional no país.
Finn Reske-Nielsen, vice-representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, declarou que o recenseamento eleitoral "superou as expectativas", com o registo de meio milhão de eleitores, embora o número final oficial de votantes das presidenciais de 09 de Abril próximo ainda não tenha sido divulgado.
Finn Reske-Nielsen e o chefe da missão internacional (UNMIT), Atul Khare, referiram que o processo eleitoral não está posto em causa por questões logísticas, de segurança ou legislativas.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), com o apoio da UNMIT, identificou e avaliou 504 mesas de voto nos 13 distritos e concluiu que 71 seriam de acesso muito difícil e 34 não podem ser atingidas por terra.
Nos próximos dez dias, a UNMIT apoiará a entrega de material eleitoral nos distritos, incluindo as áreas menos acessíveis, com quatro helicópteros, estafetas e cavalos.
As eleições serão acompanhadas por mais de mil observadores timorenses e por cerca de 100 internacionais, cuja formação é assegurada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O PNUD apoia também os oito candidatos à Presidência através do Centro de Recursos de Candidatura, não através de apoio financeiro, "mas com a distribuição de material de campanha no valor de 10 mil dólares (cerca de 7.700 euros)", anunciou Finn Reske-Nielsen.
Atul Khare afirmou que o apoio financeiro do governo a cada candidato, 7.500 dólares (5.780 euros), "vai ser pago a partir de hoje", segundo informação prestada quarta-feira ao chefe da UNMIT pelo primeiro-ministro em exercício, Estanislau da Silva.
Do lado do quadro legislativo e regulamentar surgem razões de preocupação, que levaram Atul Khare a escrever ao Presidente da República, ao presidente do Parlamento e ao primeiro-ministro.
"Encorajámos o governo a seguir recomendações da equipa de certificação para assegurar eleições credíveis. Foram introduzidas algumas alterações mas muito mais precisa ser feito", explicou Atul Khare.
O quinto relatório da equipa de certificação eleitoral da ONU, divulgado esta semana, reitera a existência de falhas no corpo legislativo, "que podem comprometer a qualidade do processo eleitoral" se não forem colmatadas.
A Comissão Nacional de Eleições, diz o relatório, "ainda não foi capaz de desempenhar em tempo útil a sua função crítica e essencial de elaborar o quadro legal das eleições", constatou o grupo de certificação.
Um dos exemplos é a regulamentação sobre votação e contagem que, a 16 deste mês, ainda não tinha sido publicada, "53 dias depois da data em que legalmente deveriam ter sido feitos, e apenas a 24 dias das eleições".
Nos quatro relatórios anteriores, a equipa de certificação insistiu em insuficiências de mecanismos de transparência e controlo no corpo da legislação eleitoral. O quinto relatório alerta para a permanência da maior parte dessas insuficiências.
"Nada foi feito" em relação a quatro das 13 recomendações do anterior relatório, nota o documento. Três das medidas adoptadas para responder a essas recomendações não terão o resultado pretendido.
Quatro das recomendações tiveram como resposta medidas que "talvez sejam suficientes" para suprir as falhas e apenas uma recomendação do quarto relatório foi claramente resolvida com nova legislação ou regulamentação, nota o documento.
Referindo-se às limitações apontadas no relatório, Finn Reske-Nielsen declarou, na conferência de imprensa semanal da UNMIT, que uma das alterações aprovadas pelo Parlamento "toma em conta a contagem de votos na mesa de voto".
"Preparámos mais um pacote que está a ser considerado pelo governo, mas temos de ser realistas" em relação à possibilidade da sua aprovação em tempo útil porque, disse Finn Reske-Nielsen, "todos estão muito ocupados" na montagem do processo eleitoral.
Finn Reske-Nielsen adiantou que, dada a proximidade das eleições, "o STAE e a CNE poderão aprovar regulamentos em vez de leis", cuja aprovação seria mais morosa.
Os responsáveis da UNMIT notaram "o reforço do secretariado da CNE na última semana".
Finn Reske-Nielsen afirmou que a segurança em Díli é uma preocupação, mas mostrou-se confiante em que a melhoria registada nas últimas três semanas continue.
quinta-feira, março 29, 2007
Recenseamento aplaudido, preocupação com quadro legislativo
Por Malai Azul 2 à(s) 22:39
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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