Notícias Lusófonas
23.03.2007
José Ramos-Horta iniciou hoje a sua campanha eleitoral na capital, num ginásio meio vazio, enquanto Francisco Guterres "Lu Olo" teve uma cerimónia muito participada na sua aldeia natal, Ossú, Viqueque, no leste do país.
José Ramos-Horta, que suspendeu às 00:00 horas de hoje (15:00 de quinta-feira em Lisboa) as funções de primeiro-ministro, abriu a campanha presidencial no maior pavilhão de Díli, o GMT, no campus da Universidade Nacional de Timor Lorosae.
O Prémio Nobel da Paz, o único dos oito candidatos que não é dirigente ou deputado de um partido político, foi recebido no pavilhão por vários grupos de jovens.
O comício foi rodeado de fortes medidas de segurança, com uma operação preparada para seis mil pessoas mas que, segundo fonte policial, não terá superado muito os quinhentos apoiantes.
Vicente Ximenes "Maubocy", líder do Grupo Mudança, uma dissidência da Fretilin, foi o mestre-de-cerimónias antes e durante o comício.
Kristy Sword Gusmão, mulher do Presidente timorense, Xanana Gusmão, chegou ao GMT antes da entrada do candidato à sucessão do marido, tendo-se sentado, mais tarde, na fila de honra, ao lado de vários apoiantes de José Ramos-Horta.
Na fila de honra estavam também o ministro dos Negócios Estrangeiros do II Governo Constitucional, José Luís Guterres, o comandante Cornélio da Gama, líder do grupo religioso Sagrada Família e do partido UNDERTIM (União Nacional Democrática da Resistência Timorense), e outros veteranos da guerrilha.
À frente desta tribuna estavam outros rostos conhecidos, com destaque para Vicente da Conceição "Rai Los", figura preponderante na crise militar de Abril e Maio de 2006.
"Rai Los" é a principal testemunha do processo contra o ex- ministro do Interior, Rogério Lobato, de quem recebeu armas durante a crise de 2006.
À entrada do pavilhão, um cartaz de campanha mostrava José Ramos-Horta acompanhado por Xanana Gusmão e pelo bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, imagem resumida dos principais apoios que o primeiro-ministro afirma ter na corrida à Presidência.
Na sua longa intervenção, José Ramos-Horta passou em revista a História da luta pela independência e fez uma longa análise programática da situação em Timor-Leste.
A luta contra a pobreza como projecto nacional, o acesso de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), um novo sistema de tributação e o rendimento mínimo garantido são os pontos importantes do programa de José Ramos-Horta.
O apoio à Igreja Católica foi uma nota forte do discurso de abertura da campanha do Prémio Nobel da Paz.
José Ramos-Horta propõe a orçamentação de 10 milhões de dólares por ano (cerca de 7,7 milhões de euros) para distribuir à Igreja, a título de compensação de várias actividades asseguradas pelas dioceses e congregações.
"Não se trata de nenhum favor. É uma obrigação do Estado para com a mais antiga e a mais credível instituição do nosso país", explicou José Ramos-Horta, que citou o Concílio Vaticano II e propôs "a inclusão de uma referência significativa a Deus" na Constituição de Timor-Leste.
"Respeitei sempre a sua maioria parlamentar", disse José Ramos-Horta numa referência à Fretilin, partido maioritário que formou o governo chefiado pelo Nobel da Paz.
"Na minha qualidade de Primeiro-Ministro não eleito, saído de uma crise, com um mandato inferior a um ano, teria sempre muitas limitações à minha acção", notou Ramos-Horta.
Por seu lado, o candidato da Fretilin e presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres "Lu Olo", escolheu a sua aldeia natal para lançar a sua campanha eleitoral.
"Lu Olo" foi a Ossú, no distrito de Viqueque, a cerca de cinco horas de viatura da capital, prometer que, se for eleito, será "Presidente de todos os timorenses" e não apenas dos eleitores da Fretilin.
O secretário-geral do partido maioritário, e ex-primeiro- ministro, Mari Alkatiri, acompanhou "Lu Olo" no comício de Ossú.
Alguns milhares de pessoas estiveram na cerimónia de Ossú, onde "Lu Olo" se apresentou como humilde filho da terra, de onde saiu com 15 anos de idade.
"Lu Olo" lembrou também que é, dos oito candidatos, o único que combateu no mato durante os 24 anos que durou a resistência à ocupação indonésia.
"Temos um grande entusiasmo no primeiro dia de campanha", afirmou à Lusa Arsénio Bano, ministro do Trabalho e Solidariedade e um dos assessores de imprensa da candidatura de "Lu Olo".
"Uma das vantagens de 'Lu Olo' é que a Fretilin é o único partido que tem uma organização a nível subdistrital, distrital e nacional. Só a Fretilin tem essa estrutura", afirmou Arsénio Bano.
sábado, março 24, 2007
Começo morno para Ramos-Horta, «Lu Olo» foi à aldeia natal
Por Malai Azul 2 à(s) 10:12
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
Começou a campanha de oito candidatos à primeira volta das presidenciais em Timor
Público, 24.03.2007
Por: Jorge Heitor
A campanha para a primeira volta das eleições presidenciais timorenses, a efectuar dia 9 de Abril, principiou ontem formalmente. A sucessão do histórico Xanana Gusmão (em Maio) é disputada por oito candidatos, entre os quais o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, que em Dezembro de 1996 partilhou o Prémio Nobel da Paz com o então bispo católico de Díli, D. Carlos Filipe Ximenes Belo.
O mais forte adversário de Ramos-Horta nesta corrida é, aparentemente, o presidente do Parlamento, Francisco Guterres, Lu-Olo, por ser também o presidente da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), partido maioritário e cujo secretário-geral é o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.
Outro nome nas listas é Avelino Coelho da Silva, líder do Partido Socialista Timorense (PST). Um quarto é Francisco Xavier do Amaral, presidente da efémera república proclamada unilateralmente no fim de Novembro de 1975 e logo anulada pela invasão indonésia. Dirige actualmente a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT).
Quinto político em liça é Manuel Tilman, antigo deputado da Associação Social-Democrata Independente (ASDI), em Portugal, e actual líder do partido KOTA, abreviatura da expressão em tétum que significa Filhos dos Guerreiros das Montanhas.
Sexto candidato é Lúcia Lobato, jovem deputada do Partido Social Democrata (PSD, do antigo governador Mário Carrascalão). Sétima o líder da União Democrática Timorense (UDT), João Viegas Carrascalão, e oitava Fernando La"Sama de Araújo, presidente do Partido Democrático (PD, com a principal bancada da oposição).
Num discurso que ontem fez na capital, o independente José Ramos-Horta, até ao ano passado ministro dos Negócios Estrangeiros, chamou "amigos" aos demais candidatos, cujas idades vão dos 41 aos 70 anos, e prometeu fortalecer as relações com as vizinhas Indonésia e Austrália. Notou também, ele que chegou a ser apontado como provável sucessor de Kofi Annan, que as Nações Unidas são "vitais e indispensáveis a todo o mundo".
Uma nação frágil
O primeiro-ministro - que suspendeu funções para fazer campanha - sublinhou ainda que "Timor-Leste é uma nação católica" e reconheceu que o país permanece frágil e as suas instituições fracas, sendo a pobreza um problema generalizado.
Quanto a Lu-Olo, ao abrir a campanha em Ossu, a sua terra natal, no distrito de Viqueque, prometeu educação e saúde gratuitas para todos, alegando que a crise que abala o país desde 2006 foi provocada por pessoas que querem passar a imagem de que a Fretilin não tem capacidade para governar.
Mais de 3000 polícias locais e das Nações Unidas vão procurar garantir a tranquilidade da campanha e da ida às urnas, aberta a quase 500 mil timorenses (de um total aproximado de 925 mil). Tudo isto numa altura em que continua a monte um grupo de rebeldes chefiado pelo antigo major Alfredo Reinado e pelo ex-tenente Gastão Salsinha.
Xanana nas legislativas?
Os oito candidatos assinaram um código de conduta, para que esta primeira volta das eleições decorra da forma mais livre e justa possível. No entanto, será necessária ainda uma segunda volta se nenhum dos concorrentes conseguir na presente fase obter pelo menos 50 por cento dos votos que forem expressos.
A missão de observação eleitoral enviada pela União Europeia (UE) é chefiada pelo espanhol José Javier Pomés Ruiz, deputado da bancada do Partido Popular Europeu (PPE), cabendo-lhe um papel crucial na avaliação destas presidenciais, às quais se deverão seguir, meses depois, as eleições legislativas.
Para este escrutínio prevê-se que Xanana Gusmão, o Presidente cessante, possa candidatar-se como cabeça de uma lista que se designaria Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT).
O nome CNRT tem origem na congregação de forças que no referendo de 1999 se pronunciou a favor da proclamação da independência de Timor-Leste, uma antiga colónia portuguesa na Oceânia que em Dezembro de 1975 fora invadida e ocupada pela Indonésia.
http://jornal.publico.clix.pt/UL/
Horta e "Lu Olo" somam apoios
Jornal de Notícias, 24/03/07
José Ramos-Horta iniciou a sua campanha eleitoral em Díli, num ginásio meio vazio, enquanto Francisco Guterres "Lu Olo" teve uma cerimónia muito participada na sua aldeia natal, Ossú, Viqueque, no leste de Timor.
Ramos-Horta, que suspendeu as funções de primeiro-ministro, abriu a campanha presidencial no maior pavilhão de Díli, o GMT, no campus da Universidade Nacional de Timor Lorosae.
O Prémio Nobel da Paz, o único dos oito candidatos que não é dirigente ou deputado de um partido político, foi recebido no pavilhão por vários grupos de jovens. O comício foi rodeado de fortes medidas de segurança, com uma operação preparada para seis mil pessoas mas que, segundo fonte policial revelou à Lusa, não terá superado muito os 500 apoiantes.
Vicente Ximenes "Maubocy", líder do Grupo Mudança, uma dissidência da Fretilin, foi o mestre-de-cerimónias antes e durante o comício.
Kristy Sword Gusmão, mulher do presidente timorense, Xanana Gusmão, chegou ao GMT antes da entrada do candidato à sucessão do marido, tendo-se sentado, mais tarde, na fila de honra, ao lado de vários apoiantes de Ramos-Horta.
Na sua longa intervenção, Ramos-Horta passou em revista a História da luta pela independência e fez uma longa análise programática da situação em Timor-Leste.
Por seu lado, o candidato da Fretilin e presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu Olo", escolheu a sua aldeia natal para lançar a sua campanha eleitoral.
"Lu Olo" foi a Ossú, no distrito de Viqueque, a cerca de cinco horas de viatura da capital, prometer que, se for eleito, será "presidente de todos os timorenses" e não apenas dos eleitores da Fretilin. O secretário-geral do partido maioritário, e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, acompanhou "Lu Olo" no comício de Ossú.
Alguns milhares de pessoas estiveram na cerimónia de Ossú, onde "Lu Olo" se apresentou como humilde filho da terra, de onde saiu com 15 anos de idade. "Lu Olo" lembrou também que é, dos oito candidatos, o único que combateu no mato durante os 24 anos que durou a resistência à ocupação indonésia.
http://jn.sapo.pt/2007/03/24/mundo/horta_e_lu_olo_somam_apoios.html
Correio da Manhã, 2007-03-24 - 00:00:00
Timor-Leste
Ramos-Horta inicia campanha eleitoral
José Ramos-Horta iniciou ontem a sua campanha eleitoral para as presidenciais na capital de Timor-Leste, Díli, num ginásio meio vazio, enquanto Francisco Guterres (‘Lu Olo’) teve uma cerimónia muito participada na sua aldeia natal, Ossú, Viqueque.
Ramos-Horta afirmou que conta com o apoio de Xanana Gusmão e de “uma grande franja” da Igreja Católica.
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=235771&idselect=91&idCanal=91&p=200
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