sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Grupo de fados de Coimbra a caminho de Timor-Leste

Abaixo segue a nota informativa à imprensa do grupo de fados "Alma deCoimbra" do passado dia 2 a respeito da sua viagem a Timor-Leste.Pela paz em Timor-Leste! Pelo humanismo! Pela harmonia entre osirmãos timorenses!

Esta é também a minha mensagem solidária e fraterna.

Coimbra, 02 de Fevereiro de 2007

ASSUNTO: Coro “Alma de Coimbra”
Deslocação a Timor-Leste – Um contributo para a Paz


Exmo Senhor Director
O "Alma de Coimbra" ( http://almadecoimbra.googlepages.com ) começou
por ser um "grupo de Fados" pela iniciativa de alguns destacados
cultores da música e da canção coimbrã que, no quadro da antiga
tradição académica, encerravam as apresentações dos diferentes
agrupamentos corais a que, enquanto estudantes, pertenceram, com os
Fados e as guitarras de Coimbra.

Mercê da riqueza e da diversidade de timbres das suas vozes e
dispondo de executantes instrumentais de qualidade, têm vindo nos
últimos anos a desenvolver uma acção reconhecidamente meritória e
importante no cultivo e na divulgação deste género musical, com
espectáculos tanto em Portugal Continental, Açores, Canadá, Macau e
Hong-Kong.

A experiência colhida, com os resultados mais animadores, pareceu,
entretanto, em complemento do já existente, sugerir um projecto mais
alargado e motivador. Assim, em 2005 acrescentou-se ao grupo uma
vertente coral.


O Coro (também ele, "Alma de Coimbra"), constituído por cerca de 30
elementos masculinos, possui um repertório afeiçoado a cada tipo de
circunstância, dedicando particularíssima atenção à música e aos
poetas portugueses e da lusofonia, mercê das harmonizações para Coro,
solistas e instrumentos, sobretudo guitarra portuguesa, do maestro
Prof. Augusto Mesquita – figura hoje incontornável no panorama
musical do País.

Em Outubro do ano passado, o Grupo esteve em Macau, a convite dos
Comités Olímpicos de Macau e Portugal, participando nos eventos
culturais que decorreram paralelamente aos "I Jogos da Lusofonia".

Realizou, além disso, concertos na Escola Portuguesa de Macau e nas
Universidades de Macau e Universidade de Hong Kong.

Surge agora a digressão a TIMOR.
Esta visita a Timor reveste um carácter eminentemente humanista.
Preparada, por isso, com rigoroso sentido de responsabilidade:
oportunidade rara – única, talvez... – para levarmos a um Povo que
nos é particularmente caro uma mensagem de fraternal estima; como aos
nossos compatriotas, num abraço solidário, a imagem da Pátria
distante que servem com galhardia.

Coincidindo com um período difícil, desejamos que a nossa presença,
através da música e da relação humana, possa acima de tudo
contribuir para a instalação de um clima de paz e de harmonia entre
os nossos irmãos timorenses.

Ainda recentemente, o responsável pela Segurança da Missão Integrada
das Nações Unidas em Timor, Eric Tan, afirmou numa conferência de
imprensa: “Queremos uma solução cultural, digamos psicológica, para o
problema da violência em Dili”.

A chegada a Dili está prevista para 10 de Fevereiro (sábado),
permitindo a apresentação no Domingo, na Missa, na Catedral. Seguir-
se-ão, ao longo da semana, espectáculos e actuações, na capital como
noutras cidades (designadamente Baucau, no dia 15, a pedido expresso
do Senhor D. Basílio do Nascimento) e para diferentes públicos, de
acordo com o programa definido pela nossa Embaixada.

A deslocação envolve também, no regresso, uma estadia na Indonésia, a
convite da Embaixada deste País, em Lisboa, com a realização de
concertos em Bali e em Jacarta.

A comitiva será encabeçada pelo Eng. Miguel Anacoreta Correia,
Conselheiro de Estado e ex-presidente da Comissão Parlamentar de
Timor, ele próprio, como todos nós, antigo estudante de Coimbra.

A Fundação Oriente, ao assegurar a estadia em Timor, deu um
contributo determinante e valioso.

S. Ex.ª o Presidente da República distinguiu-nos com o Alto
Patrocínio concedido. Alto Patrocínio que solicitámos também junto de
S. Exas. o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro.

Com os melhores cumprimentos

O Presidente da Associação "Alma de Coimbra"

José de Azevedo Carvalho Vilela

9 comentários:

Anónimo disse...

Manifestação contra suspensão do processo de Mari Alkatiri
Público, 09/02/07
Umas 500 pessoas pediram ao Presidente, Xanana Gusmão, que aplique a justiça de "forma transparente"

Centenas de manifestantes protestaram ontem em Díli contra a decisão da justiça timorense de interromper os processos judiciais contra o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, testemunhou um repórter da AFP. O antigo governante foi acusado de ter armado uma milícia encarregada de matar os seus opositores, durante as graves tensões que desestabilizaram o pequeno país no ano passado.
Os procuradores timorenses decidiram na segunda-feira abandonar os procedimentos contra o Alkatiri, afirmando não dispor de provas suficientes para continuar o seu trabalho.
Cerca de 500 pessoas pediram na rua ao Presidente da República, Xanana Gusmão, de agir no sentido da reabertura dos processos. "A justiça deve aplicar-se de uma forma transparente", pôde ler-se numa bandeirola.
Mari Alkatiri, que foi forçado a demitir-se no dia 26 de Junho de 2006, sob pressão interna e externa, negou ter dado qualquer ordem par armar civis com o objectivo de matar alguns os seus opositores.
Timor-Leste passou por uma onda de grande desestabilização entre Abril e Maio de 2006 na sequência de actos de violência que levaram cerca de 150 mil pessoas a fugirem das suas casas para se refugiarem em campos de emergência.
A tensão, que envolveu polícias e militares contestatários afastados das fileiras, atingiu o cume das próprias instituições.
Neste contexto de crise profunda, Alkatiri foi substituído na chefia do Governo por José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=02&d=09&uid=&id=120656&sid=13376

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:
Mário Carrascalão, o ex-governador de Timor entre 1982 e 1992, diz que a unidade nacional definhou e que Xanana foi marginalizado

“Timor regrediu dez a 15 anos com a crise de 2006”

Expresso, 09/02/07
Por: Pedro Rosa Mendes

A autobiografia política de Mário Carrascalão, recentemente lançada em Dili, tinha como título ‘O Ciclo do Fogo’. O ex-governador de Timor-Leste, entre 1982 e 1992, durante a ocupação Indonésia, chamou por fim à obra “Timor Antes do Futuro”. Fundador da UDT em 1974, líder do PSD na II República timorense, um presidenciável fazendo mira à chefia do governo em 2007, este engenheiro silvicultor, de 69 anos, fala da mesma forma como escreve: ‘factual’, frontal e brutal.

PRM – A saída do livro significa o fim de um ciclo em Timor?

MC – Eu pensava que o ciclo se tivesse fechado. Na introdução ao livro, falo do eterno retorno e do mito do fogo. Depois dos acontecimentos de 2006, vi que o fogo continua. O ciclo não se fechou. Voltámos à fase da repetitividade.

PRM – Por que escreveu uma lista de culpados pelas 200 mil mortes?

MC – Está lá o meu nome.

PRM –É o número 19, em 23, antes de Xanana Gusmão. Qual a ordem da lista?

MC – É difícil estabelecer uma ordem. De certeza que eu não estaria em número um, mas não sei qual é a minha posição. Fui o primeiro iniciador de um partido político em Timor, depois do 25 de Abril. Só isto já me atira culpas para cima. Depois, fui governador em Timor. Que prejuízos e vantagens decorreriam de uma atitude diferente?

PRM – Arrepende-se de algo?

MC – Enquanto governador, várias vezes admiti a hipótese de tomar uma posição em relação em relação à Indonésia do género daquela que de Gaulle tomou quando visitou o Canadá. “Vive le Québec Libré!”. Não estou arrependido, porque teria sido travada a minha acção em Timor. Pensei várias vezes, numa daquelas cerimónias públicas com milhares de pessoas a assistir, surgir com uma coisa do género. Mas reconsiderava. Instantaneamente.

PRM – Fala do massacre de 1975 ainda por investigar?

MC – Está por investigar porque é que quem administra o território é gente ligada aos massacres.

PRM – As valas estão por abrir?

MC – Estão.

PRM – Tem uma amargura em relação a Portugal. Os portugueses falharam ao povo timorense?

MC – O meu pai era português. Foi um homem que lutou contra a ditadura e veio aqui parar como preso político. A minha mulher é portuguesa. Os meus melhores amigos estão em Portugal. Parte do meu coração está lá. Quando vejo os portugueses actuarem de uma forma que desprestigia Portugal, sinto-me muito mal.

PRM – Você é candidato à Presidência da República?

MC – O nosso candidato seria Xanana Gusmão. Se ele não avançar, veremos se há outro candidato aceitável. O meu partido interessa-se sobretudo que eu venha a ser primeiro-ministro. Ao partido não interessa que eu seja um corta-fitas.

PRM – Se Xanana Gusmão apoiar José Ramos-Horta à Presidência o seu partido apoiaria também?

MC – Já apoiou! Mas quando Ramos-Horta depois de saber que ele é o candidato do Presidente Xanana, depois de saber da minha afirmação de que o PSD não poria obstáculos para ele avançar, vai declarar que o candidato dele é Taur Matan Ruak. Isso significa que não está à altura. Não tem confiança em si próprio. O Presidente da República candidata-se. Não há outra pessoa a candidatá-lo. Eu, se for a pessoa mais apropriada, candidato-me. Só vou apoiar outra pessoa se achar que eu não sou o mais apropriado.

PRM – Timor regrediu?

MC – A soberania está em regressão. Timor retrocedeu dez a 15 anos com a crise de 2006. Se persistirmos com as teimosias, não vamos ter força moral para conseguir uma posição condigna frente às disputas nas fronteiras marítimas com a Austrália e com os vizinhos indonésios.

PRM – Que aconteceu ao enorme capital moral ganho após a independência?

MC – Timor era um país que tinha conseguido unir o seu povo. O pai dessa unidade nacional é Xanana Gusmão. Só que esse homem foi praticamente marginalizado. A unidade começou a definhar.

Anónimo disse...

Esta é uma iniciativa louvável pelo seu objectivo - contribuir para a paz e a concórdia entre os timorenses. Há muitas coisas bonitas que o ser humano é capaz de criar e seria um desperdício passar toda uma vida apenas atirando pedras e botando fogo às casas. Este grupo pode ajudar a despertar essa fantástica criatividade e sensibilidade que os timorenses têm por natureza, além de contribuir também para o intercâmbio cultural entre Portugal e Timor.

É igualmente positiva a iniciativa que a embaixada da Indonésia em Portugal teve, de aproveitar esta digressão para que o povo indonésio possa aproveitar esta rara oportunidade de escutar a Canção de Coimbra. Veio-me à memória a acção do embaixador Pinto da França, que nos anos 60 conseguiu quebrar o gelo das quase inexistentes relações entre Indonésia e Portugal com umas simples touradas, que foram um sucesso em Jakarta.

Este é que é o caminho: construir o futuro, embora sem esquecer o passado, e reforçar as relações entre Indonésia, Portugal e Timor-Leste, com amizade mas sempre com respeito mútuo.

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:
Na capital timorense, a insegurança e a tensão política manifestam-se hora a hora. Em Janeiro houve seis homícidos

Dili via SMS

Expresso, 09/02/07
Por: Pedro Rosa Mendes, em Dili

Em Dili, o instante leva sempre a melhor sobre o acontecimento. A realidade, como nas tarifas da Timor Telecom, tem facturação ao minuto e as surpresas acontecem em horário económico – quando o dia cai e começam a circular as más ou as meias-notícias. Exemplo: “20h33 Distúrbios em Kampong Alor. Evitar esta área. Polícia a caminho. Proibido sair à noite,”.

Cada minuto conta nestes dias cardíacos de pré-campanha presidencial (“23h56 Combates perto do heliporto. Dois mortos comunicados. UNPOL no local. Evitar esta área”), de instabilidade social, de seca em estação de chuvas, de penúria alimentar no interior (“0h17 Luta em Bidau. Intervenção policial. Evitar esta área”), de fragilidade do Estado na lenta reconstrução da sua soberania nas Forças Armadas e na Polícia Nacional, epicentro de quase guerra civil em que o país ia caindo em Abril de 2006.

Cada minuto conta e o tempo parece avançar por negação, em contra-relógio. Assim: são exactamente 20h04 de quarta-feira passada, está escuro porque caiu a noite e não há iluminação pública. Num cruzamento central, no sítio onde os faróis das viaturas do subagrupamento Bravo da GNR encontram centenas de manifestantes chegados em camiões de Liquiçá (a oeste da capital), um militar português negoceia a um palmo da cara do deputado Leandro Isaac.

Novas informações. O pessoal entra para as viaturas e vai para o estádio municipal de Dili. “É para onde vocês querem ir, não é?” “Não, não, o que nós queremos é atravessar…” “Não vamos passar em frente ao hotel Timor! Mandem embarcar o pessoal. Diga-lhes que vão atrás de nós!”.

Em frente ao hotel Timor há deslocados oriundos do leste. ‘O pessoal’ são cerca de dois mil manifestantes eufóricos – cálculo informal de operacionais envolvidos na resposta das autoridades, na base de 50 viaturas x 40 passageiros – que entraram em Dili esta semana. Entraram com o pôr-do-sol, às 19 h, gritando insultos contra Mari Harakiri, “contra o actual Governo e contra a conspiração política”. A ordem para a UNPOL impedir a entrada da coluna foi posterior à sua chegada ao centro. O chefe da coluna de Liquiçá era Vicente da Conceição “Rai Lós”, principal testemunha no processo contra Alkatiri, acusado de liderar, em 2006, um esquadrão armado sob ordens do ministro do Interior.

Díli, cidade pequena, tem um lado mau de metrópole neste ano de eleições: a cidade nunca dorme, pelo menos num bairro ou dois por noite. O mapa de Dili está retalhado por áreas de influência de grupos de artes marciais que se confrontam cada dia, ou cada noite. A violência de rua deixou seis mortos em Janeiro. São mortes de grande violência – incluindo duas decapitações confirmadas.

É um tempo saturado de possibilidades, escolhas e cálculos: os tribunais decidem o que fazer com processos ligados à entrega de armas a civis em Abril e Maio de 2006, às ‘tentativas de revolução’ ou à fuga do major Alfredo Reinado de uma prisão de Dili, em Agosto. E, claro, há as escolhas dos políticos: as campanhas, os apoios, as candidaturas. Nenhum dos presidenciáveis avançou até esta semana: nem o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, que pode candidatar-se “apenas in extremis”, nem o presidente do Parlamento, Francisco Guterres ‘Lu-Olo’, ou o próprio Mari Alkatiri, ambos recordando que “preenchem os requisitos constitucionais” para a Presidência.

Fora deste tabuleiro, existe um país em situação delicada: além do resto, 25 mil deslocados em Dili e 45 mil nos distritos.

Mas é a segurança a maior inquietação. É quase sempre a horas tardias que os combates entre grupos acalmam e os helicópteros das forças australianas, que apoiam a UNPOL no solo, deixam de perseguir ou fotografar elementos perigosos e locais suspeitos (“00h24 É melhor dormirem. Isto está muito violento por aqui. Ouço alguém a disparar e pessoas a gritar”).

Dili atravessa então mais uma madrugada curta, largando os telemóveis e descongestionando a rede e os receios. Sonhando, talvez, com uma cidade – ou um dia – sem “áreas a evitar”.

Exclusivo Expresso/Lusa

Anónimo disse...

Gostaria de ver a MARIZA.

Um Timorense

Anónimo disse...

Ah fadistas malaes! Vai ser espectacular concerteza. Quem me dera estar com vocês em Timor!
A.Lança-Sines

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:
O intocável Alfredo Reinado

Expresso, 09/02/07
Por: Micael Pereira

Ainda a monte, o militar rebelde acusado de tentativa de golpe, finta a Justiça e os políticos, refugiando-se nas montanhas

Com o seu inimigo Mari Alkatiri livre para se recandidatar a primeiro-ministro, o tempo corre a favor do major Alfredo Reinado, o líder militar dos rebeldes. Quem sabe o que fará e porque é que ninguém o captura?

Mais uma vez, o líder militar da rebelião contra as forças armadas timorenses em Maio do ano passado parece ter desaparecido do mapa sem deixar rasto, fugindo ao controlo dos militares australianos. As informações mais recentes da ONU revelavam que o major Reinado se encontrava em Ermera, duas horas a oeste de Dili, cercado por tropas australianas.

Rste facto foi desmentido por várias fontes contactadas pelo Expresso, que garantem que, nos últimos dias, o rebelde terá abandonado o local, acompanhado pelo seu grupo de centenas de homens armados.

“Neste momento, só sabemos que saiu desta zona. Desconhecemos o seu paradeiro e deixámos de ter forma de o contactar, por razões de segurança”, confessa, a partir de Ermera, o major Marcos Tilman, um dos responsáveis militares pelo movimento de 600 desertores do Exército que estiveram na origem do caos político em Timor que lavaria à resignação do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Há duas teses em Dili para explicar o estatuto de intocável concedido a Reinado. A primeira, e a mais sólida entre os simpatizantes da Fretilin, é de que tem a protecção do Presidente Xanana Gusmão e dos australianos, servindo como ponta-de-lança contra Alkatiri, numa guerra pelo poder. A segunda teoria é menos conspirativa e mais lógica: é difícil perceber qual o alcance do apoio popular ao major foragido, mas ninguém parece disposto a descobrir isso da pior forma, já que os peticionários (como são conhecidos os 600 desertores do Exército) e uma boa parte dos loromunos (timorenses dos distritos mais ocidentais) vêem nele um herói e um líder.

A longa e evidente impunidade de Alfredo Reinado tem causado estranheza nos juízes internacionais destacados para o país. “O seu caso está a pôr em risco o sistema judicial e o Estado de direito em Timor”, lamentou um dos magistrados ao Expresso. Nenhum dos contingentes policiais ao serviço das Nações Unidas tem ordens para cumprir o mandato de captura emitido em nome do antigo comandante da Polícia Militar, dede que ele se evadiu da prisão de Becora, a 30 de Agosto do ano passado, com mais 56 homens.

Cláudio Ximenes, presidente do Tribunal de Recurso – o equivalente ao Supremo Tribunal da Justiça português -, limita-se a constatar que o Ministério Público não concluiu o inquérito-crime sobre as mortes provocadas pelo major e pelos seus homens, num ataque contra uma coluna do Exército. Prefere não comentar um alegado acordo que Reinado terá assinado com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, em que o major escolheria o tribunal e responderia apenas pelo crime de posse ilegal de armas.

Para já, a verdade é que os políticos têm preferido mantê-lo solto a ir buscá-lo às montanhas.

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:
A poucos meses das presidenciais em Timor
Alkatiri exige desculpas por parte de Xanana
O ex-primeiro-ministro deverá agora oficializar a sua candidatura

Semanário, 09/02/07

Estarão reunidas de novo as condições para que o secretário-geral da Fretilin, Mário Alkatiri, se possa candidatar às próximas eleições presidenciais, a realizarem-se já em Abril. O alegado envolvimento do então primeiro-ministro na distribuição de armas a civis em Junho de 2006, custou-lhe o cargo, mas o processo foi agora arquivado pela Procuradoria-Geral da República, situação que poderá abrir as portas a uma candidatura presidencial.

Acusado de ter mandado eliminar adversários políticos e de ter financiado o armamento de civis, Mário Alkatiri viu agora o seu envolvimento ser arquivado pela Procuradoria-Geral da República de Timor.

Alkatiri exige agora um pedido de desculpas por parte do Presidente Xanana Gusmão e do seu substituto no cargo, Ramos-Horta, por terem obrigado o então primeiro-ministro a demitir-se. Em conferência de imprensa, Alkatiri acrescentou ainda que reunia todas as condições para se candidatar às eleições presidenciais de Abril. “Que de futuro não haja mais golpes, baixos ou não. Irei entregar-me totalmente ao processo eleitoral, para mostrar de que lado está o povo”, afirmou o agora deputado.

Com a aproximação das eleições, as Nações Unidas temem um agravamento das tensões entre apoiantes das várias facções políticas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sugeriu mesmo a ampliação da missão internacional por mais um ano, a Unmit, e ainda um reforço das forças de segurança.

Num relatório apresentado ao Conselho de Segurança, Ban reconhece que a situação em Timor-Leste melhorou nos últimos meses, mas continuam a verificar-se algumas deficiências especialmente na capital Díli.

A Unmit é composta por 1000 militares e 37 observadores militares e o seu mandato termina em 25 de Fevereiro, caso a proposta de Ban não vá para a frente.

À parte de Mari Alkatiri, outros nomes surgem para substituir Xanana Gusmão na presidência. O comandante das Forças Armadas, o brigadeiro Taur Matan-Ruak, é uma hipótese admitida na imprensa australiana desde há mess, enquanto em Timor circula com alguma insistência o nome do bispo de Dili, D. Ximenes Belo.

Com poucas probabilidades de avançar para uma candidatura surge o actual primeiro-ministro, José Ramos-Horta, que apenas admite concorrer à presidência “in extremis” e caso não surja mais nenhum candidato.

Confirmada está também a candidatura da vice-presidente do Partido Social Democrata, Milena Pires.

É temida uma nova escalada de violência por altura das presidenciais, que terão a sua primeira volta a 9 de Abril. Desde a sua independência, Timor-Leste tem tido muitas dificuldades na afirmação do modelo democrático de governação, após anos de autoridade indonésia no território e os acontecimentos do último Verão foram os mais graves desde que o território ganhou autonomia. Os confrontos causaram 30 mortos e 150 mil deslocados e puseram a nu todas as fragilidades das forças de segurança que tentam assegurar a paz em Timor.

Anónimo disse...

Timor-Leste: Membro da Fretilin morto em Ermera

Um elemento da Fretilin foi morto este domingo no distrito montanhoso de Ermera, disseram à Lusa fontes policiais e militares em Díli, enquanto na capital voltaram a registar-se actos de violência entre grupos rivais que resultaram numa morte.
A identidade e as circunstâncias da morte do elemento da Fretilin não foram divulgadas, sabendo-se apenas que «o incidente está sob investigação e toda a informação é classificada», segundo fonte militar ouvida pela Lusa.
Em Díli, um jovem foi morto no centro da cidade, num dia em que a violência entre grupos rivais alastrou a vários bairros da capital.
Confrontos entre os grupos de artes marciais PSHT e 7-7 no bairro de Fatuhada, cerca das 17:30, causaram a morte do jovem.
Um residente do bairro afirmou à Lusa que o jovem morreu «esquartejado» dentro da sua casa, numa área controlada pelo grupo 7- 7.
A polícia das Nações Unidas deslocou-se ao local, alertada para a morte, mas a família da vítima acabou por fazer desaparecer o corpo «ao que tudo indica para evitar a autópsia», soube a Lusa junto da UNPOL.
Ao princípio da noite (final da manhã em Lisboa) continuavam as buscas policiais para recuperar o corpo do jovem, depois de os confrontos em Fatuhada obrigarem à utilização de efectivos da Malásia e do subagrupamento Bravo da GNR.
«A tarefa da polícia não foi facilitada porque houve confrontos entre grupos rivais noutras zonas da cidade que obrigaram à deslocação dos meios disponíveis», segundo a mesma fonte.
Diário Digital / Lusa
11-02-2007 11:59:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=262370

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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