Díli, 09 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta , apontou hoje a reconciliação e a tolerância como a receita para a crise, duran te um discurso no Parlamento Nacional em que fez o balanço dos primeiros 100 dia s de governação.
Entre as prioridades imediatas, Ramos-Horta destacou o regresso dos deslocados às áreas de residência e a construção de casas e acolhimentos provisórios, a reactivação das forças de defesa e segurança, uma maior execução dos projectos orçamentados, a preparação das eleições de 2007 e a ratificação parlamentar dos documentos que regulamentam a exploração petrolífera conjunta no Mar de Timor c om a Austrália.
Reclamando logo no início que o II Governo Constitucional "continua a ser o governo da FRETILIN", partido maioritário timorense, cuja liderança felicitou por ter sabido "sempre reagir com seriedade evitando o agravamento da crise", im pedindo o país de "resvalar para uma guerra civil", o primeiro-ministro destacou em seguida o legado do seu antecessor, Mari Alkatiri.
"Não posso deixar de fazer uma referência especial a Mari Alkatiri, meu amigo, com quem trabalhei durante mais de 30 anos na luta pela libertação do nosso país e chefe do governo que iniciou a maioria dos projectos que este governo leva agora a cabo", disse.
Depois de destacar que a situação de segurança interna em Timor-Leste evoluiu "de modo positivo" nos últimos dias, Ramos-Horta reconheceu que no que diz respeito à capital, Díli, a situação "permanece ainda tensa".
O chefe do governo atribuiu a responsabilidade dos actos de violência que ainda se verificam a "jovens organizados em grupos com motivações mais criminais que propriamente políticas".
EL-Lusa/Continua
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Reconciliação e tolerância são a receita... (REABRE)
Convicto de que "os piores momentos já passaram", Ramos-Horta revelou que além do contingente policial de 1.608 efectivos da UNPOL previsto na resolução 1 704, de 25 de Agosto, do Conselho de Segurança da ONU, os militares australianos e neo-zelandeses estacionados no país irão continuar.
"As forças militares australianas e neo-zelandesas vão continuar em Timor- Leste para coadjuvar nas operações da UNPOL, e no que diz respeito propriamente à componente militar, o governo, com o apoio do Presidente Xanana (Gusmão) solicitou já que se mantivessem os contingentes", afirmou Ramos-Horta.
Segundo o primeiro-ministro timorense o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, já foi informado deste desejo das autoridades timorenses.
"Acredita, na verdade, o governo que é no melhor interesse do povo timoren se que deve manter-se o 'status quo': as forças já estão cá há algum tempo, familiarizadas com o país e as populações", frisou.
Todavia, segundo Ramos-Horta, o governo está "a negociar um acordo trilateral com a ONU e a Austrália para regular as funções das forças militares e estabelecer um mecanismo de coordenação de alto nível em que todas as partes estejam representadas".
Passando para o que se prevê no futuro, e concretamente no plano das relações externas, Ramos-Horta afirmou que é com "expectativa" que o seu governo agua rda a abertura de uma terceira diocese em Timor-Leste, insistindo na criação de uma Nunciatura em Díli, em representação do Vaticano, anunciando que irá ser nomeado um embaixador junto da Santa Sé.
No domínio da política externa, o primeiro-ministro anunciou que visitará Portugal no início de 2007, país com quem disse estarem a decorrer, de forma "favorável", as negociações com vista à definição do programa de cooperação para os próximos três anos, com prioridade para as áreas da Educação e Justiça.
O relacionamento com a vizinha Austrália mereceu igualmente destaque na su a intervenção, tendo Ramos-Horta justificado a proximidade geográfica como imper ativo para o desenvolvimento de relações "cada vez mais estreitas em todos os do mínios".
Referindo-se às riquezas naturais do Mar de Timor, e citando o "enquadrame nto moral e económico", Ramos-Horta anunciou que o seu governo "irá enviar ao Parlamento para debate e ratificação o Tratado Relativo a Ajustes Marítimos no Mar de Timor e o Acordo Relativo à Unitização dos campos petrolíferos "Greater Sunrise" e "Troubador".
"O governo confia que os dignos representante eleitos da nação irão compre ender que o referido tratado serve os melhores interesses do nosso país e, uma vez ratificado, vai permitir o desenvolvimento" dos dois citados campos, cujos re cursos, destacou, "são o garante da independência económica e prosperidade nacio nais".
Durante a vigência do anterior executivo, liderado por Mari Alkatiri, os deputados nunca esconderam as críticas à ratificação do Acordo de Unitização, que foi já ratificado pelas duas câmaras australianas.
O impasse em que o assunto caiu hipotecou, pelo menos temporariamente, nov os investimentos naquelas áreas, consideradas como sendo as que dispõem das rese rvas de petróleo e gás natural mais valiosas.
Ramos-Horta referiu-se ainda à realização das eleições presidenciais e legislativas em 2007 e à assistência que o país vai ter das Nações Unidas para a realização dos escrutínios, referindo que foram já mobilizados pelo executivo recu rsos financeiros e humanos para um "regular e honesto processo eleitoral" e garantir a melhoria do apoio às campanhas eleitorais que se avizinham.
Os efeitos da crise na economia nacional foram igualmente sublinhados, rec onhecendo Ramos-Horta que os acontecimentos espoletados em Abril passado se traduziram num "retrocesso", pelo que a estratégia do governo assenta, nos próximos cinco anos, no estímulo da economia pelo sector público, com reflexos no aumento dos investimentos que deverão levar a um "forte crescimento sustentado".
"Se as medidas de estabilização, tolerância e reconciliação derem resultado, não obstante os peritos económicos preverem um abrandamento do crescimento (económico) da ordem dos 6 a 7 por cento em 2006, é ainda de esperar que a economia recupere, em 2007, com um incremento da actividade económica, na ordem estimada de 16 por cento", disse.
O aumento da actividade económica gerado pelo aumento de pessoal das Naçõe s Unidas, os esforços concertados para elevar o investimento público e o arranque do programa Millenium Challenge Account, criado pelos Estados Unidos e que pre vê uma verba da ordem dos 400 milhões de dólares, são as razões do optimismo de Ramos-Horta.
EL-Lusa/Fim
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Esperemos que o PR o oiça...
quinta-feira, novembro 09, 2006
Reconciliação e tolerância são a receita para a crise - PM Ramos-Horta
Por Malai Azul 2 à(s) 13:52
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
The master met one night with his disciples, and asked them to build a campfire so they could sit and talk. "The spiritual path is like a fire that burns before us," he said. "A man who wants to light the fire has to bear with the disagreeable smoke that makes it difficult for him to breathe, and brings tears to his eyes. That is how his faith is rediscovered. However, once the fire is rekindled, the smoke disappears, and the flames illuminate everything around him -- providing heat and tranquility." "But what if someone else lights the fire for him?" asked one of the disciples. "And if someone helps us to avoid the smoke?" "If someone does that, he is a false master. A master capable of taking the fire to wherever he desires, or of extinguishing it whenever he wants to do so. And, since he has taught no one how to light the fire, he is likely to leave everyone in the darkness."
AMIGOS DO PEITO!
Também assim pensava e hoje continuo a pensar, mais do que nunca, os recursos são tão escassos, que a reconciliação e a tolerância são a receita tanto para a crise como para a governação ou gestão... a culpa indistinta individual e colectiva que se instalou entre vós, pela incapacidade de ultrapassar os obstáculos da gestão das coisas e das pessoas é tão extensa e profunda, que se tivermos a veleidade de procurar os culpados - Timor Leste desaparecerá do mapa como a Pátria de todos os timorenses, terra que se deseja grandiosa, livre e soberana.
Isto não quer dizer que não se deva procurar ou entender a razão ou as razões do desassossego, as suas origens - para serem combatidas e minoradas, no fim de contas deverão ser capazes de se autoavaliarem e autocontrolarem para com muita humanidade, direi ternura e ao mesmo tempo dureza abrirem caminho ao futuro e à retoma da esperança.
Esta inteligente e construtiva atitude e comportamento de todos os Timorenses será a salvação de Timor Leste como um país democrático e livre.
Entendam-se, não continuem a procurar e a chamar os salvadores de fora, tanta vez se chamam ... que naturalmente se esgota a disponibilidade e paciência ... e correm o risco de apanharem um ou mais salvadores que no lugar de vos levarem para o céu vos levam directamnte para o inferno.
Pelo acima mencionado, compreendo muito bem o que o Dr. Ramos Horta quer dizer ... ele próprio vê agora o buraco onde se meteu ou o meteram.
Em bom português chama-se a tudo isto, a arte de saber engolir sapos vivos... que o seja mais uma vez por amor a Timor Leste.
Eu não sou timorense, mas por vós e para poder caminhar para o futuro e criar as condições necessárias para a mundança cultural imprescíndível para o crescimento económico e do espírito empresarial e empreendedor ... digo com muito orgulho e pelo sacrifício que vos dei, por minha convicção pessoal - porque gosto de Timor Leste, como milhares dos vossos verdadeiros amigos Portugueses que engoli por vós e engolo hoje ainda muitos sapos vivos.
Por favor amigos, não tenham vergonha de se confessarem e promovam entre vós a maior cadeia humana que vos una de Tutuala a Maliana.
Com o coração nas mãos vos peço esse sacrifício, em nome das pessoas simples e do guerreiro mauberre que de certeza não entende como tuda esta desgraça está a acontecer.Olhem para trás, retomem a esperança e a nobreza, a dignidade que vos uniu - para dare o passo em frente e pôr este mundo outra vez em pé e a aplaudir-vos pela vossa determinação e coragem, mesmo que as lágrimas vos corram a fio ... abracem-se.
Vou terminar aqui, não direi mais nada sobre Timor Leste, pois é de vós que espero a palavra, a acção.
O meu maior respeito e elogio pela iniciativa e coragem do Malai Azul, o azul do mar que docemente banha a ilha de Jaco, o azul do céu que toca e abraça o Ramelau.
Despeço-me cheio de esperança pelo vosso futuro e entendimento, cheguei como amigo, parto como amigo ...Até um dia.
Malai X
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