quinta-feira, agosto 24, 2006

Timor Leste tem, actualmente um governo, o segundo governo constitucional,
que trabalha para repor a ordem, fazer parar a violência, permitir o
regresso de todos os deslocados a suas casas.
Todos os timorenses devem apoior o governo nesta intenção.Independetemente
das opiniões políticas, que a seu tempo, nas eleições do próximo ano, os
eleitores terão oportunidade de expressar.

A violência tem de parar.

O presidente da República e a Igreja Católica devem também apoiar a paz e os
esforços do governo - de qualquer governo timorense-, e não , como no
passado recente, dar força àqueles que fazem apelo ao atirar de pedras e ao
incendiar de casas com fundamento em divergências políticas, e que mesmo sem
querer, admito, acabaram por colocar em causa, como se vê, a independência
nacional, a tanto custo alcançada.

(Uma das funções essenciais do Estado é a defesa e segurança dos seus
cidadãos. O presidente da República ao pretender entregar a responsabilidade
pela defesa e segurança de Timor Leste à Austrália, potência regional com
quem Timor Leste mantém um contencioso de fronteiras e de partilha de
recursos energéticos, está a abdicar daquela parcela essencial da soberania
nacional. O Presidente da República jurou cumprir e fazer cumprir a
Constituição onde está consagrada a soberania do Estado Timorense e o dever
de o PR a defender!
O Presidente é ingénuo ao ponto de pensar que a Austrália não vai cobrar a
ajuda que está agora a dar?
Timor é um pobre e pequeno país entalado entre dois gigantes: a Indonésia e
a Austrália. Para não ser uma parte de nenhum destes países tem o povo de
ter uma vontade férrea. E os seus líderes ter visão e determinação. Saberão
e quererão os líderes que souberam, de forma admirável, bater o pé à
Indonésia também bater o pé à Austrália?
Serão capazes mesmo sendo casados com uma australiana?).

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem razao, o anonimo das 10:15 am: não é o facto de o PR estar casado com uma cidadã australiana que o faz subserviente à Austrália e não foi a igreja católica que ordenou o apedrejamento ...

Mas, com subserviência ou sem ela, seja por casamento ou não, a verdade é que o PR não contesta a intenção política da Austrália deter o comando da componente militar à revelia da nova missão da ONU - aliás, em mais uma das suas célebres cambalhotas, o senhor Ramos-Horta até já escreveu ao SG da ONU a expressar esta concordância (nunca o faria sem o aval do PR!).

Por outro lado, também é verdade que o PR até já escreveu (há três dias) ao SG da ONU a solicitar a permanência do 'brilhante' Hasegawa, apesar de a ONU até já o ter informado que não continuaria com como representante especial do SG na nova missão .... Hasegawa que tanto se rebaixa aos australianos.

Conjugam a acção para garantir o cumprimento das exigências da Austrália que JÁ ESTÁ A COBRAR!

A hierarquia da igreja, infelizmente, coloca-se ao lado de quem tiver de se aliar para levar os seus intentos a bom porto. Não ordena a violência, mas, por omissão, manteve-se em silência durante um tempo excessivo nada fazendo para a parar. Seria bem mais positivo realizar uma análise da sua actuação na última década e admitir os erros cometidos com os jovens. Ficou demasiado por fazer e a 'crise de vocações' que a igreja católica de Timor-Leste atravessa, é disso prova. Critica os poderes instituídos por negligenciarem a juventude e cometerem o mesmo erro.

Enquanto membros corajosos da igreja católica actuaram rapidamente para apoiar os deslocados, a hierarquia manetve-se em silêncio e, quando se pronunciava, fazia-o com resentimento e, por vezes, ódio (o que nenhum católico entende!) como foi o caso do bispo de Díli nas suas idas à Presidência da República durante a crise e perante manifestantes que agrediam e destruiam ....

Se isto não é incitar ...

Assim, temos, por um lado, o jogo político do PR e do PM a escancarar as portas à Austrália, através das jogadas político-diplomáticas, que obviamente são feitas pela calada ... e a actuação da hierarquia da igreja católica que acaba por incitar devido às suas próprias fraquezas e, por vezes, falta de inteligência em cumprir o seu papel que, no caso de Timor-Leste deve e tem de passar pela formação de valores e de princípios ausentes durante décadas. São muitos os sacerdotes que admitem estes erros e começam a movimentar-se no sentido de corrigir estes erros mas, por enquanto, são actos isolados.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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