quarta-feira, agosto 23, 2006

Crise evidenciou problemas no comando polícia - Ministro Interior

Díli, 23 Ago (Lusa) - A crise que explodiu em Abril passado em Timor-Leste, sem estar ainda completamente resolvida,"evidenciou" problemas no comando da Polícia Nacional, afirmou hoje o ministro do Interior, Alcino Barris.

Numa sessão extraordinária do parlamento timorense para debater a reorganização da Polícia Nacional de Timor-Leste, Alcino Barris e o seu vice-ministro, José Agostinho, prestaram esclarecimentos aos deputados sobre o processo que o executivo pretende aplicar para reactivar a força policial, tendo destacado a Comissão de Avaliação que já foi aprovada em Conselho de Ministros.

De acordo com um comunicado do parlamento, Alcino Barris explicou também que devido aos problemas existentes na Polícia e ao aumento da instabilidade nas ruas, o Governo recorreu à ajuda internacional tendo solicitado o apoio de Portugal, Austrália, Nova- Zelândia e Malásia que asseguram agora a ordem pública nas ruas da capital timorense.

Dos deputados, os responsáveis governamentais ouviram palavras de "grande preocupação" relativamente às "armas que ainda estão espalhadas em todo o território nacional", um tema que Alcino Barris se escusou a facultar informação enquanto não estiver concluído o relatório da comissão independente entretanto criada para estudar o assunto.

Através do vice primeiro-ministro Rui Araújo, o Governo timorense anunciou hoje a aprovação em Conselho de Ministros da criação de uma Comissão de Avaliação da Polícia para determinar quais os elementos que irão regressar ao serviço após a reactivação da força de segurança.

Rui Araújo, que é também titular da pasta da Saúde, revelou que no Conselho de Ministros de segunda e terça-feira, o executivo aprovou a constituição da Comissão de Avaliação que vai "determinar quais os elementos da Polícia que podem retomar ao serviço por não terem estado envolvidos em incidentes que possam constituir violação dos seus deveres profissionais ou crimes, procedendo a uma profunda triagem de todos os elementos da polícia civil timorense".

O Governo timorense pretende que seja o comissário da PSP Antero Lopes, ao serviço das Nações Unidas no país, o responsável pela reactivação da Polícia Nacional de Timor-Leste.

Rui Araújo acrescentou que o executivo quer que todo o processo de avaliação "seja transparente" e por isso serão criados dez grupos de trabalho técnico que irão integrar dois elementos de corporações internacionais da polícia internacionais e um cidadão timorense nomeado por José Ramos-Horta que em duas ou três semanas vão estudar os cerca de 800 casos.

A Polícia Nacional de Timor-Leste tem cerca de 3.000 efectivos dos quais 800 em Díli e serão os agentes da capital que numa primeira fase serão alvo de avaliação por os confrontos se terem cingido à capital timorense.

"No futuro também iremos estender a avaliação ao resto do país com o objectivo de construir uma força policial de qualidade", explicou o ministro.

O relatório técnico e as provas recolhidas são entregues à Comissão de Avaliação, composta pelo vice-ministro do Interior, comissário da Polícia das Nações Unidas, representante da Procuradoria Geral da República, um membro designado pelo Conselho Superior de Defesa e Segurança e um representante das confissões religiosas.

Posteriormente a Comissão de Avaliação decidirá sobre o futuro dos agentes, incluindo a possibilidade de serem instaurados processos disciplinares ou criminais.

O projecto agora aprovado em Conselho de Ministro segue, segundo o ministro Rui Araújo, uma proposta dos membros das polícias internacionais que se encontram a actuar em Timor-Leste.

A desagregação da PNTL foi uma das consequências da grave crise que afectou Timor-Leste a partir do final de Abril deste ano, tendo vários agentes daquela força sido mortos em confrontos com militares timorenses.

O parlamento timorense volta a reunir quinta-feira em sessão extraordinária para que o primeiro-ministro e ministro da Defesa José Ramos-Horta seja ouvido pelos deputados sobre a crise no país e a futura missão das Nações Unidas em Timor-Leste, uma sessão que deveria ter decorrido na manhã de hoje e foi adiada devido a uma viagem do chefe do Governo a Jacarta para participar num fórum internacional onde falará sobre o papel do sudeste asiático no mundo.
JCS.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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