Herald in Newcastle, 18 Julho006
Há mais, muito mais, na crise de Timor-Leste do que má governação, diz Sahe Da Silva.
O desassossego politico em Timor-Leste deixou às páginas da frente dos jornais Australianos e parece que alguma estabilidade regressou desde a nomeação, na semana passada do novo Primeiro-Ministro José Ramos Horta.
Mas há ainda muito trabalho a fazer para garantir que a democracia nascente se desenvolva num vizinho forte e pacífico.
Para muitos Australianos, atraídos pela luta dos Timorenses na sua campanha pela independência, pode chocar a recente violência.
Tem sido fácil ao Governo aos media Australianos culparem unicamente o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri pela ruptura da lei e da ordem em Timor-Leste mas a crise vai muito mais fundo e abarca questões como raça, personalidade e negociações do petróleo.
O levantamento deste ano foi a quarta tentativa para desestabilizar o Governo de Timor-Leste desde que a FRETILIN ganhou o poder em 2001, na eleição que foi declarada livre e justa pela comunidade internacional.
A FRETILIN ganhou 55 em 88 lugares parlamentares, com outros ganhos pelo Partido Democrático (sete lugares), O Partido Social Democrata e a Associação Social Democrata (seis lugares cada), e sete outros pequenos partidos.
Agora o antigo ministro do interior Rogério Lobato, ao lado de Alkatiri, foi acusado de criar um esquadrão da morte de modo a intimidar os opositores políticos de Alkatiri. A evidência principal são 11 armas, entregues com muita pompa e fanfarra em 12 de Julho por Vincente da Conceição (Comandante Railos) ao Procurador-Geral.
Quando o assunto chegar ao Tribunal, o Procurador-Geral terá que perguntar que opositores políticos foi dado ordem a Railos para ameaçar.
Pense nisso. Faz algum sentido que a FRETILIN perdesse tempo e energia a assediar uma oposição tão dispare e desunida?
Contudo, a maioria dos 150,000 deslocados são apoiantes da FRETILIN cujas casas foram queimadas e cujas vidas foram ameaçadas por jovens hooligans organizados para desestabilizar o país.
A estes mesmos apoiantes da FRETILIN foi pedido pela liderança do partido para não retaliarem porque um confronto podia escalar numa guerra civil. Como aconteceu em desestabilizações anteriores em 2002, 2004 e 2005, restou aos membros da Fretilin agirem responsavelmente debaixo das mais extremas provocações.
Se Railos foi, como ele reclamou, empregado pela FRETILIN para intimidar opositores, onde estava ele quando os seus membros estavam debaixo de cerco em Dili?
Se, como foi relatado, o grupo de Railos entregou 11 espingardas (mas nenhuma munição) em 12 de Julho, onde estão as outras 19 espingardas que a reportagem de Liz Jackson da ABC nos mostrou no seu programa Four Corners? Jackson relatou que Railos tinha 30 homens sob o seu commando todos armadas com armas que lhe foram entregues por Lobato por ordem de Alkatiri. Ela apresentou uma lista dos números de série das armas como prova de que Railos era verdadeiro.
E a câmara nunca mente?
Digamos que Lobato terá o seu dia no tribunal e que será apresentada evidência para apoiar a sua reclamação de que foram dadas 33 espingardas automáticas Hecklere Koch a Railos e aos seus homens em Janeiro de 2004 para assistirem e treinarem a Unidade de Patrulhamento da Fronteira em tácticas de guerra no mato e de guerrilha.
Quanto ao antigo primeiro-ministro Alkatiri, ele resignou em 26 de Junho para evitar a ameaça de resignação do Presidente Xanana Gusmão, que precipitaria Timor-Leste numa crise ainda mais profunda.
Ele não resignou por causa dos protestos relativamente pequenos ou pelas alegações feitas contra ele por Railos. (em qualquer caso, as alegações de Railos contra Alkatiri, são só isso, alegações. Até à data, Alkatiri não tem nenhum caso a que responder e somente foi convocado pelo Procurador-Geral para prestar evidência em relação ao julgamento de Lobato.)
Em resposta à crise, a FRETILIN deixou a sua posição muito clara durante o comício com 20,000 participantes em 28-30 Junho.
No comício, a FRETILIN enviou uma mensagem para o Presidente e para a nação apelando à paz, à regra da lei, ao fim da violência e ao respeito pela Constituição.
O comício da FRETILIN, 10 vezes maior do que qualquer comício anti-Governo, foi totalmente pacífico. Contudo, em retaliação, vândalos anti-Governo queimaram casas de líderes da FRETILIN em Dili e outros negócios ligados com a FRETILIN, e depois atacaram a principal estação de rádio e de TV para garantir que não transmitiria reportagens do comício da FRETILIN.
É a FRETILIN e os seus líderes que merecem o apoio forte de todos as pessoas e organizações democráticas na Austrália, para ajudar Timor-Leste a recuperar desta crise séria.
Timor-Leste precisa do apoio da Austrália para assegurar que as próximas eleições sejam constitucionais e livres de manipulação e que o seu governo democraticamente eleito retenha o poder através destes problemas de crescimento.
Sahe Da Silva é o representante da Fretilin para NSW. Falará de Politica no Pub esta noite (6.30pm) at the Hamilton Station Hotel.
quinta-feira, julho 20, 2006
Uma nova democracia precisa de vizinhos amigos - Tradução da Margarida
Por Malai Azul 2 à(s) 10:52
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tu es verdadeiro Timorense que ....esta em bisou...mas, o petroleo????? esquecestes....???
Nao se cala meu amigo.....!!!
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