Distrito de Ermera, Timor-Leste, Dezembro de 2007
PRIMEIRA PARTE
ALFREDO: As negociações desde antes até agora, pode ser antes uma terceira reunião quatro vezes, três vezes, quatro vezes, várias, que resultado?
Que mensagem e o quê que se segue para quê, se eles e o que é que eles fizeram até hoje? Não fizeram nada, são como mensageiros apenas e não há nem um documento escrito, não há documentos oficiais.
Ele o que é que quer que se faça para ele? Agora “task force” fazem serviço sem nexo, ele quer que se faça o quê?
Isso não é à sua custa, essa pasta foi o povo que adquiriu e nos deu, nós somos a força do povo para defender o povo, o povo compra fardas e dá-nos e sorte que só são fardas, devagar agora Ermera tem muitas flores de café e muitos frutos. No próximo ano, não sei, se calhar compram muitas e muitas armas! Eles também podem porque não há uma única força que venha defender os “loro monu”, as forças que foram criadas só vão defender os “loro sa’e” e deixam os “loro monu” abandonados assim.
Ele se calhar vê os filhos dele que também são forças a andar vadios então que lhes compra alguma farda e procure alguma alavanca ou ferro de sucata para dar-lhes.
Agora foram fardas, significa o quê? Nós somos militares ou não? Respondam, nós vestimos farda, isso é civil ou militar? Se o Sr. Primeiro Ministro é que veste farda, nós duvidamos, que é ele na verdade?
Nós vestimos farda, é o nosso direito, é as FDTL criadas em 2001. Depois da Independência ali em Aileu. Assim, nós militares, temos direito a vestir farda.
Se os nossos pais e mães querem comprar fardas para nós e comprar armas, e outras coisas, é o seu direito para os defendermos porque não têm outro interesse.
Porque nós “loro monu” somos filhos de milícias ou não. Traidor...
Vejam! Prendam todo este povo. Dili não chega para prender a minha gente e o Tribunal, não chega para os julgar e a cadeia também não chega para os prender.
Não os façam descer que ainda os prendem a eles... Eu tenho é medo disso. Se querem prender, não é preciso falar, prendam.
Mentiroso. Porque é que ele tem medo sobre a carta? Ele quer que a carta que eu traduzi para entregar a todo o povo, para dar justificação que esta carta está errada em que ponto, em que linha é que não se diz a verdade?
Porque é que não lê e diz que, o Alfredo diz assim e assim, isto está errado... porque tem medo de dizer o que eu escrevi ali, fala para ali e diz que na carta eu minto, que a carta não é boa. Mais mentirosos são os dirigentes, eu ainda não menti a ninguém. Eles é que mentem para lá e para cá, vendem o nome das pessoas à toa para hoje eles serem importantes e depois esquecem-nos.
Os maus pagadores é que são assim. Quem é verdadeiramente mentiroso?
Xanana começou a mentir em 75 até agora e hoje é importante e continua sempre a mentir.
Quando nós respeitamos as pessoas, não se pode abusar desse respeito. Quando deitar por terra o respeito, eu também pisarei esse respeito.
A preparação para a frente, eles é que fizeram a data, o limite é o fim do ano, nós vamos ver se no fim do ano eles estão prontos para o fazer ou não?
Se não podem fazer, não podem governar esta terra. Eles não têm capacidade para governar esta nação.
Porque eles são os donos da crise, eles são os donos desta crise, eles é que são os autores da crise.
Ele para resolver a crise como pode fazer se o próprio autor da crise quer resolver a crise?
Isto só se entregar para as pessoas que não se envolveram na crise é que pode resolver esta crise.
Ele, na altura das eleições presidenciais e parlamentares, mentiu ao publico disse que se encontrou comigo. Eu antes só me encontrei com o Xanana uma vez para falar sobre como entregar as armas e até hoje nunca mais nos encontramos. Nas eleições presidenciais também nunca nos encontramos mas ele fez propaganda por todos os lados a dizer que nos encontramos. Mentiroso, esta é a realidade.
Agora diz que se quer encontrar comigo. Antes eu pedi para me encontrar com ele, eu pedi através da “task force” para garantir que este diálogo pudesse ser bom e não ter mal entendidos e ele não quis, chamou outra vez um FDTL que é seu amigo para vir falar comigo. Se eu quiser encontrar-me com os amigos das FDTL, eu vou ao quartel e encontro-me com os colegas das FDTL a meio do diálogo.
Eu não faço negócios, eu não sou negociante para fazer negócios escondidos nas casas.
Eu quero falar com ele Sr. Primeiro Ministro para poder fazer isto a bem e eu mesmo é que peço como posso encontrar-me com o Sr. Presidente, o Sr. Primeiro Ministro, uma vez, para poder ser claro e o processo ser feito ainda melhor, para nos sentarmos e não é preciso discutir muita coisa para se poder resolver esta crise depressa.
Eu dou a minha boa fé para poder facilitar que eles resolvam esta crise. Eles é que governam, se eles não resolvem esta crise, eles não têm capacidade, não têm capacidade para governar, não é preciso. Arrumem a roupa e saiam. Há muitos vendedores ambulantes que podem governar esta terra. Só uma pessoa desesperada é que faz esta declaração. Isso, só uma pessoa desesperada. À noite eu sinto que não consegue dormir, não chegam os pensamentos (não tem ideias) por isso fala assim. Se um governante fala como uma criança quer dizer que não tem capacidade para governar esta nação.
O nosso governante Primeiro Ministro fala como um Primeiro Ministro.
Cuidado com a ética para poder falar com o povo e como falar. Agora falar como uma criança, como uma pessoa com ciúmes de outra que fala por todos os lados, o que é isso?
Se tem algum problema comigo, fale, não ponha este problema como um problema da nação.
Um verdadeiro Primeiro Ministro não diz essas coisas. Isso envergonha-nos. Se eu é que falasse assim, eu tinha vergonha porque rebaixava a minha pessoa, a minha dignidade e credibilidade ética para falar com o povo, como se não tivessem governantes.
Ele nunca se quis encontrar, nem a “task force” nunca se encontrou com ele, ele não quer encontrar-se. O Sr. Presidente vira as costas a encontros com a “task force” e a encontros com o MUNJ. O Primeiro Ministro nunca se encontrou com o MUNJ. Não quer! Uma pessoa que representa o povo, para eles nunca se quer encontrar. Eles escolhem as suas pessoas de acordo com a vontade de cada um para os encontros. Isso porquê? Quer dizer que escondemos a realidade. Eu posso dizer para vocês todos, o que irá acontecer, acontecer. Eu Alfredo não tenho medo, basta que eu não seja um traidor da minha terra. Levanto-me para defender a minha pátria, levanto-me para defender a dignidade da maioria, de todo o povo, eu, até onde for nunca me dobrarei.
Vocês sabem que se nós todos um dia formos para a cadeia, um dia Xanana é que ficará preso por muito mais tempo do que todos nós. O Sr. Xanana é que ficará na cadeia por longos anos, mais do que nós porque ele é o autor da crise. Ele envolve-se em tudo, em qualquer actividade ele envolve-se. Faz muitos comentários. Eu sou testemunha. O Salsinha também está aqui pronto para ser testemunha. Assim, não abuse. Ou muito, quer quantas centenas? Se o Sr. Xanana diz que eu tenho medo de falar com ele, se ele quer, porque é que nós dois não fazemos uma audiência pública, aberta, uma discussão aberta, deixar os internacionais, nacionais, deixar todo o povo saber (ver) abertamente na televisão. Face to face como as pessoas dizem. Se ele quer falar o que é a verdade, o que é a realidade, o que é a verdade. Ele quer, pronto, eu em qualquer altura.
Não precisa de andar por aí a mentir, ontem foi meter medo aos jornalistas, disse-lhes para não virem aqui, para não passarem as notícias, é um direito democrático das pessoas! Onde coloca ele a independência dos media? Ameaça as pessoas, mandou a polícia aos jornais a dizer que não podem vir aqui. Eu não sei disso? Ali sorte que eles só não pediram que eu não cheire.
Todos nós atravessámos essa era, a clandestinidade anterior e agora a moderna muito diferente, com a ajuda da tecnologia, por isso, cuidado.
Eu se puder dizer que vai, ou não vai haver paz, é a voz do povo.
Mas o povo um dia também fica farto destas brincadeiras dos governantes e o povo levantar-se-á, isso só eles sabem. Porque o povo tem direito de levantar-se em qualquer hora. Mas quando o povo se levantar, para defender o seu direito, eu é que me levantarei à frente em qualquer altura. Assim, eles é que definiram que no fim do ano, tem que haver uma solução, mostrem ao povo que há uma solução. Se não há, um tem que se levantar para salvaguardar a segurança da nação, a estabilidade da nação. Não podem cair para os políticos criminosos que só se defendem a eles próprios e aos seus grupos. Isso tem que ser visto. E uma pessoa tem que se levantar para salvaguardar esta nação. Não podem andar de um lado para o outro, às vezes dizem esquerda, direita, depois dizem este partido, os partidos pegam-se, dividem-se, depois dizem-se radicais, depois dizem-se moderados, depois cagam e mijam, depois o povo é que está no meio para ser a vítima. Porquê? Depois as instituições são usadas num vai e vem de acordo com o interesse de cada um, já não são usadas para o interesse da nação. Tem que haver uma pessoa que se levante para salvaguardar esta pátria, para não haver inclinações para a esquerda e para a direita. Tem que se levantar como o eixo de uma balança para poder balançar que estas duas coisas andem direitas e tem que se levantar para defender a sério o direito do povo e os governantes que foram os autores da crise, no tempo da crise, eles que governam, eles é que são os autores e têm que ser presentes a tribunal. E um tribunal timorense. Eu antes, os meus pais morreram porque não queriam os colonialistas. Agora já na independência, entregam de novo o rosto da nossa nação para os de fora, voltam para nós como nós voltamos para pessoas colonialistas outra vez. Só eles é que não têm dignidade. Mas eu tenho dignidade para isso. Eu tenho vergonha. Eu respeito a soberania do país os nossos pais, os meus amigos morreram e derramaram o seu sangue para encontrarmos o dia de hoje. Não foi por causa dos colonialistas. Estou pronto para me encontrar. Posso pedir para eles se puder ser, as Nações Unidas têm que continuar a sua missão aqui, têm que salvaguardar esta nação, através do processo que está legalizado na nossa Constituição que é a lei, que resolve, nesse artigo, só uma coisa menciona sobre o referendo, e o referendo mencionado tem que ter lugar em 2008 porque a política agora está muito suja, o povo está a ser a grande vítima, a esquerda e a direita defendem os seus interesses, isso é que fez perder o que requer que um ganhe, um ganha requer que um perca, igualmente, eles são ladrões a livre. E o povo é que sofre no meio. Assim, a ONU tem que voltar para uma transição especial, que entrega o poder para o Presidente, dissolver este Governo e fazer um referendo e o referendo para ser bem feito, o povo é que vai dizer como deve ser bem feito, o direito deles para a democracia passa por onde, eles próprios é que elegem, querem semi presidencial ou presidencial, como se fará um sistema de leis ou um parlamento, como será o processo judicial, como andará a segurança, deixem que sejam eles a escolher através de uma votação para a maioria eleger, não é um governante que “corrupção, colusão e nepotismo” que só vem e depois faz seguir para obrigar o povo a seguir. A ONU tem responsabilidade nisto. Porque foi a ONU que governou durante a transição para construir este Estado. Assim, tem que ver este direito outra vez. Neste artigo que também está escrito na nossa Constituição, em 2008 tem que se realizar, para nós sermos vitimas políticos, é melhor nós construirmos para salvaguardar a esta nossa nação para não ser vitimas político dos governantes. Por isso não defende o direito da maioria do povo timorense. Defende o interesse dos grupos mafiosos políticos que vieram de fora, vieram de vários sítios e estão aqui, vieram das montanhas (floresta), todos juntos ali misturados como uma salada de frutas. Assim, a ONU tem o direito de desarmar todas as instituições, e fazer uma nova triagem a todas as instituições, todas as F-FDTL, nós todos estamos prontos, desarmem todos, e iniciem o processo de triagem. A PNTL também desarmados e iniciar o processo de triagem. Porque a segurança da nossa nação, o nosso povo não sabe porque não quer, o Estado não quer dizer ao povo, a verdadeira realidade, antes o Sr. Ramos Horta foi a Nova Iorque e assinou tudo para entregar a segurança nacional nas mãos da ONU. Ele voltou e nós não sabíamos. Se não, nós não fazemos nada até ao dia de hoje, amanhã ou depois, não sabemos se surge uma guerra civil aqui porque se defende o interesse de alguns parvos. Alguns aqui, se governarem é para fazerem como em Cuba, ou para fazer uma nova ditadura, ou para serem filhos de liurai, para governar de acordo com a sua vontade, não governa de acordo com a vontade do povo. A lei que existe, deixam estar, os governantes que são os autores da crise não querem ser julgados por essa lei acusando um a outro. Acusam-me para tapar os buracos deles!!! Eu posso tapar os seus buracos, posso? Eu não tapo os seus buracos. Uma base legal por escrito para se obedecer, para nos podermos encontrar, é por isso que o povo está triste. O povo está triste e triste e triste porque até agora não há soluções. Quer dizer, antes, no ano 2000, quer dizer, para criar este Estado, foi criado erradamente, por isso hoje temos este impacto. Se criassem certo, a Constituição estava certa, a lei estava certa, e não seria assim. Por isso, eles têm obrigação, responsabilidade de voltar, têm que fazer o que ainda não fizerem de certo nesta terra. Não, eu não sei, não sou eu que estou à frente da Secretaria de Segurança, vocês perguntem ao Secretário da Segurança e perguntem ao Primeiro Ministro, eles têm ligação directa. Vejam só os governantes, os chefes de polícia em Dili, em todos os lugares são só os amigos, familiares, só “loro sa’e”, agora isto, isto é que todos nós combatemos a discriminação, como combater o sukuismo? Se os governantes são todos apenas de uma parte. Isto é para criarmos o sukuismo, para criarmos um povo descontente, agora o que faz o Secretário de Estado da Segurança? O Primeiro Ministro tem ligação directa para fazer o quê? Ele próprio é que é o chefe do Ministro da Defesa também. O que é que falta que ele não quer? Tudo é dele, de uma pessoa só, tem a responsabilidade de quatro Ministérios. Já não há timorenses, intelectuais, maça para se sentarem ali?
Quer dizer que isto é para se defender e tapar as suas faltas!
ENTREVISTA EM INGLÊS
Se o Presidente está a perguntar sobre o uniforme e como estamos a usar, porque é que ele não pergunta a si mesmo? Somos militares ou não? O uniforme é para camuflagem. Pode fazer-se camuflagem com outra cor qualquer se quiser, para a sua segurança própria. Nós somos militares, nós estamos a usar camuflado, é nosso direito, qual é o problema que o PM tem? Se ele veste camuflado, há perguntas…para as pessoas. Nós achamos ele é (……)
Se eles já sabem quem está a ajudar-nos, porque é que não os capturam, porque eles só falam? Fala e fala, na realidade, nada. Só falar. Levantem-se aí e apanhem algumas (pessoas). Vão ver o que é que vem ou o que vai acontecer. Se ele disse que tem qualquer ponto errado na carta ou qualquer erro ortográfico, é porque ele não leu tudo e menciona qualquer erro? Erro blah blah blah. ‘Este é errado. Não vou fazer, é assim e não assim, não tem realidade.’ Mas ele não fez, ele está só a brincar. Ele tem medo, o que é que está dentro daquela carta exactamente, a carta foi escrita por mim ou por quem, escrita em inglês, ou escrita em Japonês, ou escrita em Coreano, não é um problema. Qual é o conteúdo da carta é o que ele tem que perguntar, então se ele tem um problema com isso, que diga, que aspecto está errado, se é errado, ele pode levar-me para o tribunal se ele quiser, estou pronto para responder.
Não há garantia depois de este ano novo. Não há garantia e posso dizer-vos, não há garantia. Este é o governo deles, já tinha promessas que até o fim de ano devem ter todas as soluções e resolvido a crise mas podem ver que a crise está a ficar pior por causa da estupidez deles quando falam em público. Não têm nenhuma ética como lideres. Este é o problema, nós vemos, está a ficar pior porque eles falam como crianças, não como líderes de um país. Eles só pensam através do seu ego, então eles podem dizer coisas estúpidas como isso, quando se serve a nação não se dizem coisas assim.
Então vocês podem ver quem pode garantir isso, que depois de novo ano as coisas ficam bem. Não é nada. Eu posso dizer que as coisas vão ficar piores. E eu digo a todos os investidores estrangeiros, para não perderem o seu tempo em investimentos porque não há nada garantido, por isso, é melhor que vocês guardem o vosso dinheiro noutro sítio e voltar aqui numa próxima vez por que esta é uma situação muito perigosa.
Estou a dizer-vos agora para não ficarem desapontados no futuro. Sabe, ele disse que ele quer encontrar comigo, ele é um mentiroso, eu só me encontrei com ele uma vez quando eu fui para discutir sobre como entregar as minhas armas e eu disse-lhe, antes eles disseram alguma coisa, que Sr. Ramos Horta em frente dele e eu disse-lhes, para eles falarem primeiro. Eu disse assim: “antes de dizer alguma coisa, há algo que você precisa saber, que eu não o adoro a si, nem tenho simpatia por si, mas eu respeito-o, por quem é e o que você representou. Mas se andar numa linha diferente, não o vou seguir. Sou militar. Tenho o direito de servir o meu país e servir a minha gente na linha de serviço. Mas eu não sigo as suas ordens. Pois, eles dizem que eles querem encontrar-se comigo antes.
Pois, isto é merda. Nas eleições presidenciais, nas eleições parlamentares, na sua propaganda em todo o lado e as pessoas na média dizem que eles querem encontrar-se comigo até dois dias. Isto é merda. Eu nunca o vi cara a cara até agora. E ele disse que ele quer encontrar-se comigo. E ele disse que eu estou com medo de me encontrar com ele. Eu acho que ele é que tem medo de se encontrar comigo porque ele tem medo de ver a realidade, porque ele é o autor para toda esta crise, ele é a cabeça atrás de tudo. E vocês sabem se ele for preso, ele vai cumprir uma sentença maior que todos os outros. É assim que Xanana é. Eu não lhes dou tempo a eles, eles já marcaram o tempo para o fim deste ano (2007), então estamos já no fim do ano, é melhor fazer algo. Se não, eles falharam nesta liderança.
Eles falharam neste governo, e eles falharam este governo, arruma as malas e sai, o meu amigo porque vocês têm mais cobertura. Não vão liderar esta nação, falharam na liderança.
Pois, alguém tem que se levantar para salvaguardar esta nação no que interessa, não importa o que possa acontecer, alguém tem que salvaguardar esta nação para a estabilidade e segurança. Acho que a liderança de Xanana já desapareceu para sempre.
MENSAGEM PARA OS JOVENS, TODOS OS DE LORO SAE E LORO MONU!
Vocês têm que ver bem: nós somos vitimas desde tempos antigos, há tempo demais que é assim com os autores que trocam de pele como camaleões, às vezes são pretos, ou brancos conforme os seus interesses. Nós é que somos as vítimas. Vocês é que morrem por aí, vocês antes é que eram os que estavam na frente do confronto com os bapaks (indonésios), agora não, eles agora negam tudo, vocês não existem, só eles, só eles é que são os heróis, só eles é que são os guerreiros, eles é que são os donos da guerra, existe uma pergunta: se calhar foram eles sozinhos, se calhar foi o Sr. Primeiro Ministro sózinho que votou para a independência, o voto dele sozinho valeu para a independência. Assim eu pesso aos jovens, não adorem uma pessoa, não adorem um governante que nos traiu, que nos nega, temos que olhar em frente, guardar com segurança o nosso futuro, a nossa história que já passou, coloca-se no museu o resto deita-se no buraco da sanita. Assim, é melhor por no museu. Assim, temos que avançar, não é preciso olhar para a esquerda, não é preciso olhar para a direita. Como jovens, geração para esta nação, jovens intelectuais, têm que ver, têm que se valorizar, considerar-se como o eixo da escala. Para a política de esquerda e de direita não vos usar, não vos aproveitar para dividor-vos. Hoje em dia vocês vêm as artes marciais a lutarem entre si, jovens, às vezes estes jovens, às vezes aqueles jovens, o que é que vocês ganham? Que jovem é que já governou esta nação? Não há. Vocês todos serão só vítimas. Assim, eu peço-vos, se vocês acreditam em mim, eu não defendo loro sae loro monu, eu defendo todos os timorenses, assim, se acreditam em mim, ouçam, esperem, se houver alguma festa, eu dar-vos-ei os convites. Nós todos teremos que nos levantar para defender e salvaguardar a nossa pátria destes governantes, jogadores de política para jogarem a nossa nação e esta ficar pior. Por causa da nossa riqueza é que venderam a sua dignidade e eles só dizem disparates (falam à toa). Por causa da riqueza da nossa nação. Assim, vocês não podem saltar para o buraco para serem enterrados. Têm que se levantar firmes, bater o pé com firmeza, loro sae, loro monu, têm que se levantar juntos para salvaguardar esta nossa nação, temos que salvaguardar a nossa nação para termos um bom futuro, não podem cair na burocracia deles que é uma coisa velha, como uma canção antiga, já cheira mal, já fede, desviem-se. Assim, vocês com clareza, com um coração dócil, com uma unidade nacional firme, esperem aí para quando os chefes não poderem liderar esta nação, nós podemos. Porque é que não podemos? Quais os governantes ainda são bons, quais os governantes que ainda têm bom coração para levar esta nação para a frente? Cooperem juntos com as várias forças que há nesta terra, para respeitar os direitos humanos, defender a dignidade da nação, vêm para o nosso interesse, vêm para o interesse de todos nós e para o interesse da terra, para os direitos humanos, para a nossa dignidade como timorenses, cooperem com eles, mas aquele que pensar mal desta terra, não precisam de olhar para ele. Se ele é uma má pessoa, que saltem por cima dele. Eu estarei aí. Estarei sempre com vocês até porem o meu corpo morto em cima de uma mesa, ainda a minha alma estará junto com vocês para defender isto. Vocês não precisam de ter medo. Quando nós nos levantarmos pela verdade, os espíritos dos antepassados, eles também estarão connosco. Se a Timor não for uma terra sagrada é que eles podem cantar, mas Timor é uma terra sagrada, eles levam o nome de Timor, pisam a terra de Timor de qualquer maneira, hoje eles ainda cantam, eles hão-de sentar-se no centro do ar condicionado. Eles não podem negar isto. Se eles cometeram erros, têm que os confessar, querem esconder os erros para nos manobrar de qualquer maneira, por isso nos levantaremos. Havemos de nos levantar, e se não os respeitarmos, não é porque não os respeitamos, eles próprios é que esfregaram merda nas suas caras, esfregaram merda na história deles.
É só isto e obrigado. Peço aos jovens para ficarem sossegados nos seus lugares, para protegerem a vossa unidade, sobretudo os estudantes da universidade, têm que ver que o interesse nacional é o mais importante. Obrigado.
SEGUNDA PARTE
Sobre porque é que nós não fomos, porque é que nós não fomos? Porque os governantes, fizeram isso de qualquer maneira, não de uma forma profissional e porque já por quatro vezes nos encontramos com a “task force”, o que nós falamos é diferente do que eles decidem. Quer dizer, eles vão e voltam, e vão e começaram os encontros no Suai e até agora não há um papel oficial que a “task force” tenha feito para justificar todas estas reuniões, e eles só há um mês e meio, é que hoje há um pequeno minuto ó para gravar e cobrir o que se fala. Em que pontos é que há acordo ou que não há, o que não há até hoje. Assim, sobre esta reunião também, é uma reunião de continuação da que antes eu pedi para me encontrar com eles, para como para procurar um caminho para acabar com esta crise depressa, assim, encontrei-me com eles para poder haver confiança, para podermos passar ao diálogo.
Recentemente eles vêm dizer... eh eu pedi uma simples reunião, agora eles fazem isto, dizem que é um diálogo. Um diálogo não tem estes mecanismos. E depois até três dias antes de ou dois dias antes do dia 14 eles vieram dizer que com isto não é igual, não é um diálogo mas um encontro. Depois quando já era noite, trouxeram uma carta para aprovar que de manhã a reunião pode prosseguir. Isto o papel veio de outra forma e deste acordo. Eu tenho todas as cópias, as cartas que vêm deles e as cartas para mim e recentemente eu pedi-lhes que para se encontrarem comigo para falar para procurar um caminho para se poder iniciar o diálogo e como facilitar para acabar com a crise ou procurar uma solução para a crise de acordo com o que o Estado já iniciou. No fim do ano tem que haver uma solução para como resolver a crise e só faltam duas semanas. Por isto é que eu digo, temos que nos encontrar depressa. Mas com um critério que para este encontro, tem que haver uma parte forte para garantir a segurança das duas partes e talvez da parte dos governantes eles não compreendem ou eles fingem que fazem, isso é como se não houvesse, nós procuramos persetujuan mas como eu tenho que obedecer sempre, obedecer sempre, mesmo que a minha segurança esteja em perigo mesmo assim eu tenho que obedecer. Quem é que é parvo para cair nessa? Depois há uma parte em que os Secretários vêm falar de outra forma, nessa parte os governantes falam outra coisa, principalmente o Sr. Primeiro Ministro. Eu não tenho nada para falar sobre o Sr. Presidente, porque o Sr. Presidente é que facilita, é o esforço dele, e ele já mostrou, no encontro que nós tivemos, nós fizemos, em muitos pontos que ele fez e ele fez mesmo, devagar, devagar ele fará mesmo, mas, a responsabilidade máxima está com o governo, porque esta crise aconteceu também por causa do falhanço do governo. Assim os acordos são diferentes, o resultado é diferente, eles vêm falar coisas diferentes em cima da mesa, vão para os jornais dizer coisas diferentes. E sempre assim. E depois no jornal hoje nós vimos ele disse que por duas vezes a reunião foi cancelada. É mentira, é mentira e propaganda assim é que a reunião em Aileu entre o Sr. Primeiro Ministro e o Major Tara, não teve nada a ver connosco, nós não sabemos, não temos conhecimento, e eu nessa altura, quando eles disseram que havia uma reunião o Sr. Fonseca contou sobre isso, eu disse não, o Major Tara quer encontrar-se consigo, com o Sr. Primeiro Ministro é um negocio do Major Tara e de quem lá for, isso é um problema deles. O Major Tara não pertence ao nosso grupo, não pertence à petição e o Major Tara não é peticionário porque ele próprio já negou isso, ele é um político e o Major Tara ainda é militar ou não, eu não sei, porque os seus princípios são como uma salada de frutas, nós não sabemos qual. Então vocês querem ir encontrar-se, vão lá, falem somente com o Major. O Major Tara não nos representa e nós não o representamos. O Major Tara não representa a petição e a petição não representa o Major Tara, então se vocês vão falar, vocês falem livremente vá, mas eles puseram no papel outra coisa diferente, eles olham para a propaganda política, e ele disse isso já duas vezes, isto não tem ligação, não tem ligação com a reunião a fazer e a de Aileu. A de Aileu, é um falhanço deles, esta de agora, é um falhanço do acordo, termos de segurança do acordo. Não foi dito ali que já não havia reunião. A reunião terá lugar mas as duas partes têm que por os seus pontos em cima da mesa, estamos todos de acordo ou não estamos de acordo tem que ser definido. Isto não é nada. Primeiro eu pedi-lhes para eu descer a Dili. Isto é um grande problema porque pode dar vantagem ou desvantagem para a situação em Dili, para as pessoas inocentes. Não é dizer que eu não posso ir a Dili. Eu sou de Dili, eu quero ir, em qualquer altura eu vou. Eu não sou um estrangeiro. E eu cresci em Dili, eu não cresci nas montanhas (florestas). Onde eu sei. Assim, estes são os três pontos. Primeiro, nós vamos e qual é o nosso estatuto? Certo ou não? Às vezes uns dizem este é um militar, alguns dizem, não é militar, acusando, acusando, nós somos militares, o Sr. Presidente sabe que nós somos militares, mas da outra parte, nada. Façam alguma carta oficial, oficializem, para que os que ainda têm um ponto de dúvida, têm perguntas sobre isso, para saberem. Para nós, nós sabemos que nós sempre somos militares. Mas muitas pessoas que ouvem várias propagandas, pensam de outra forma.
Segundo sobre a ordem de captura, a ordem de captura continua. De uma parte dizem que não pode ser, de outra parte dizem que pode ser. Uma parte anda, uma parte não anda. Isto não tem uma definição clara. Então nós temos que parar a ordem de captura. Este é o segundo ponto.
Terceiro, quando nos formos sentar para falar para facilitar o início do diálogo para procurarmos uma solução. Então como é os meus dois amigos que estão inocentes e estão presos na cadeia para dizerem que os prenderam por causa do caso de Same. Agora o caso de Same, se querem prender alguém de verdade, prendam o seu autor, o seu autor é o governo e o Estado, estes é que deram ordem para as forças estrangeiras implementarem. Eles é que cometem crimes, eles é que implementam este crime para fazerem com que cinco das nossas pessoas morressem e o resto ficasse ferido e fazer com que os restantes ficassem tristes. Foram eles, através dos estrangeiros que implementam. As Forças Australianas é que foram implementar isto. A rigor, eles é que deviam estar na cadeira do tribunal ali, ou presos na cadeia ali.
As minhas pessoas são vítimas, inocentes. Porque é que têm que ser presos? Se há ligação sobre este caso, eu sou o responsável, e eu fiz já uma carta escrita para eles com um volume de quase dez centímetros e meio. Agora, eu guardo tudo junto, arquivo tudo e eles não têm isto por causa disso, eles levam, eles deitam fora, deitam fora, mas eu arquivo. Começou desde o primeiro dia até agora, sempre a arquivar. As cartas que eles mandam para mim, as cartas que eu mando, eu arquivo todas de imediato. Mas as cartas que mandam para mim, sempre dizem tem que fazer assim. Não há nada, tem que fazer. Esta nação está em crise, nós procuramos um caminho no meio, para como poderemos procurar um caminho para resolver, não é dizer para condenar pessoas inocentes para os criminosos virarem inocentes. Então por isto, eu digo não, para nos sentarmos e falarmos, as minhas duas pessoas têm que ser libertadas. Porque quando os levaram para um determinado julgamento, foram afinal julgados pelo caso 23. Agora prendem os dois porque ou... pelo que aconteceu em Same. Agora eles os dois foram, o juiz julgou-os pelo caso 23. 23, eles estão inocentes, eles estavam com as mulheres e os filhos em Gleno. Eu, o responsável é que estava lá.. Agora eles foram julgados acerca de quê? Então é melhor deixarem-nos libertarem-nos para nós nos sentarmos e falarmos a rir, em cima da mesa, os fracos sofrem na ali na cadeia e ele não sabe. Então libertem-nos com qualquer condição. Eu é que me responsabilizo. Eu posso escrever uma carta com quaisquer condições, podem dar garantia a eles. E eles dizem que isso, depois é que vemos, depois é que vemos, no fim, no dia 15 também não houve resultados. No dia 15 à noite vieram outra vez com uma carta, esta carta não tinha termos oficiais, isso não tinha. É como fazer apenas um visto para passar por um chefe de departamento para outro chefe de departamento.
Quer dizer, nós vemos que os nossos governantes são fracos. A ética dos documentos oficiais, que provêm do Governo, acima de tudo o nome que lá vinha do Primeiro Ministro, não é assim. Quando não se sabe fazer é que se copia uma marina. Eu sinto que os colegas que anteriormente trabalharam com os bapas (indonésios) têm muita experiência sobre a ética deles de escrever sobre como legalizar um papel e como ter valor oficial em cada documento. Depois, trouxeram às doze horas da noite, onde é que eu tenho tempo para me preparar para de manhã ter que estar lá? Isso quem é que pode? E eu peço, peço, peço três dias, antes quatro e o mês já passou, e o processo não pode andar, isto quer dizer incapacidade. Porquê? Os vários pontos que eu pús nem responderam, nem responderam. Vem sempre sempre diferente. Depois eles não fazem uma carta, mandam os nossos amigos do MUNJ eles também fizeram uma carta através do meu advogado, fizeram uma carta para conter termos legais para haver garantia de segurança. Foi para eles assinarem. Foi mas também não assinaram! Ali se houver um termo legal assinado pelo Presidente e pelo Primeiro Ministro, o Presidente também não vai, tem que ser o Primeiro Ministro. Se isto o Primeiro Ministro é que desenvolve, mas, isto é iniciativa do Presidente. E eu vou, como ele é o meu comandante supremo, eu não vou por causa do Sr. Xanana, ele é o chefe do Governo, eu não sou funcionário do Governo, eu sou militar, e eu estou debaixo da alçada do Presidente, debaixo da alçada do Estado, ele é o meu comandante supremo. Se houver clarificação por escrito vinda dele para mim, mas vem outra vez do Primeiro Ministro, assim não há legalidade. Assim, não houve nada que eu pedisse através do meu advogado, através de termos legais, que eles concordassem, eles inventam de um lado para o outro e depois dizem que é que sou o mentiroso! Quem é que é o mentiroso aqui?
ACERCA DO ULTIMATO
Sou uma pessoa que nunca tive medo de ninguém. Por isso, eles podem fazer os ultimatos que quiserem contra mim. Mas devemos ser avisados e ter cuidado porque este tipo de ameaça pode virar-se contra nós.
Estou a fazer o meu melhor para equilibrar cada uma das minhas palavras é por isso que tudo está ainda tão calmo. Sejam cuidadosos com a terceira parte, que pode usar este ultimato para o seu próprio interesse. Este ultimato não é uma novidade para nós, tudo o que eles podiam fazer para tirar as nossas vidas, eles já fizeram.
Matar-nos, já o fizeram, operações militares contra nós, também já fizeram. Mas estamos, ainda estamos vivos. Não temos medo de nenhuma intimidação. Todos os homens sob o meu comando nunca tem medo de nada ou de qualquer intimidação feita contra nós. Apenas não queremos que as coisas se tornem más porque amamos as nossas pessoas e nação, é por isso que ainda temos estabilidade até este momento.
Digo-lhe que é melhor para o Xanana não falar demais ou fazer qualquer ameaça contra nós, porque para mim é disparate. Este tipo de intimidação disparatada já a experimentámos desde o tempo dos indonésios, por isso é como os garotos a dizerem “não me apanhas”.
Não temos medo, se quiserem implementar isso estamos prontos dentro de 24 horas. Mas eles devem ter em mente que qualquer discurso ou decisão errada feita contra nós pode levar à queda deste governo. Tenham muito cuidado com tudo. Nós não somos políticos, mas é do interesse político e dos políticos que se matem e se derrubem uns aos outros, não nosso. Nós queremos proteger esta nação, a sua segurança e estabilidade. Está a ver, até agora a nossa região é muito segura, nada de mau aconteceu aqui, podemos mover-nos à vontade, não é como noutros lugares onde não há nenhuma estabilidade.
Por isso, que Xanana não faça muita propagandas e disparates a chamar-nos mentirosos, a virar tudo e todos, a dizer que me conhece muito bem desde a minha infância. A primeira vez que encontrei Xanana, face a face, foi em 2001 no acantonamento de Aileu. Na minha vida não sou um cão ou um animal de estimação que se levanta de modo a poder estar sempre ao seu lado ou a obedecer às suas ordens.
Eu não sou isso, Alfredo não é assim. Não há nenhuma história acerca de Alfredo que o Xanana possa contar, nenhuma.
Por isso não ande por aí às voltas a contar mentiras de que esteve muitas vezes comigo ou que me conhece muito bem, isso é um disparate. Em frente de pessoas da ONU, eu digo sempre que não o adoro ou que nem tenho qualquer simpatia por ele, eu respeito-o por causa dos valores e das lutas que ele fez pelo meu país. Mas Xanana nunca se deve esquecer que não foi apenas ele que votou pela independência deste país, ou que não foi apenas com espingardas ou armas de fogo que este país ganhou a sua liberdade. Ele não se deve esquecer disso. Por isso eu não conto histórias velhas dos seus 20 anos de luta aqui.
Estive também no mato como ele, mas não tive tanta sorte quanto ele. Eu também sofri pelas consequências da guerra criadas por eles naquela altura. É melhor para ele não falar disso, de outro modo posso falar de muitas coisas acerca disso. Se eles (os líderes) tivessem feito as coisas com correcção e de modo adequado na governação passada, não estaríamos como estamos hoje. Ele assumiu e representou a presidência e se ele tivesse actuado com correcção a crise não teria ocorrido, posso dizer, com todo o respeito devido a Xanana, dei o meu testemunho, como testemunha, que Xanana é o autor principal desta crise, agora ele pode mentir ou negar isto. Ele vai tentar tudo ou fazer qualquer manobra para se salvar a ele próprio, mas na verdade ele não pode safar-se. Se ele é um verdadeiro herói bom, como ele dizia, e se foi um grande lutador da liberdade durante 20 anos no mato, porque é que ele não pode contar acerca da realidade e da verdade em vez de a andar a esconder. Muitas coisas aconteceram por detrás dos bastidores e ele sabe isso, é da sua responsabilidade e das suas ligações.
Ele chama-nos gente má, mas foi ele quem nos criou, quem nos transformou nisto, ele é o autor da petição. Ele esteve por detrás disto tudo. Se ele fosse um bom presidente nessa altura, quando irrompeu a crise militar, como comandante supremo onde esteve a sua responsabilidade??? Em parte nenhuma. Agora como Primeiro-Ministro, ele muda o discurso e "lava as mãos".
Ele vira-se contra nós, os que foram criados por ele e a quem deu ordens. Foi com o seu apoio que existiu a petição em primeiro lugar, foram os seus discursos irresponsáveis aos media que fizeram com que as pessoas lutassem e se matassem uns aos outros até este momento e ele sabe muitas coisas, havemos de falar sobre isto.
Ele nunca me devia chamar mentiroso. Eu sou um senhor, eu estou pronto para em qualquer altura ter um debate aberto com ele em público, aberto, um encontro aberto chamando os Nacionais e Internacionais para falar sobre esta crise, se ha alguma diferença entre ele e eu e tem que se criar um painel independente para julgar tudo e podem investigar os lideres porque a ultima investigação pela ONU tem sido toda escondida e os estrangeiros não tem sido autorizados a avançar.
Porquê? Porque o nome deles todos está no meio. Por isso até hoje não existe uma solução. E esta crise militar, ele está envolvido no meio do surgimento desta crise militar. Eles que hoje estão activos, eles os lideres, Taur, Lere e o Sr. Xanana, no mato, eles próprios deram ordens para se matarem uns aos outros quantas vezes? Até hoje o povo está na mesma. Antes inimigos, depois amigos, depois inimigos, e depois amigos, conforme os interesses. Não têm princípios. Agora, quando nós saímos, ele disse que tinha medo, o próprio Lere é que lhe perguntou na cara, em que dia?... no dia 8, disse “vocês querem guerra, vamos à guerra”. O que é que ele fez? Nessa altura ele era o Comandante Supremo. Não fez nada. Os testemunhas ainda estão vivos. O seu responsável disse que no dia 28 antes do meio dia, antes que alguma coisa acontecesse, antes que a petição fizesse algum barulho ali e ele próprio lá estivesse, alguns dias antes disse o que uma criança diz: PARA, eles disseram NÃO, o fogo que já nasceu não podes apagar com água, manda mais gasolina. Isto o que é? Ele quer isto? Há muitas coisas que nós podemos contar.
Assim Sr. Xanana se se sente como um bom herói, tem que ser honesto, tem que confessar à nação e confessar a todo o povo. Comparando comigo, eu Alfredo vou mentir para quê? Eu ainda não fui fazer uma propaganda para procurar eleições em nome de um partido, mentindo por todos os lados e levando o nome do Xanana para mentir por todos os lados como levam o nosso nome para mentir por todos os lados, prometer mundos e fundos para hoje esta governo existir e o Sr. Xanana também lá estar sentado, eu sinto que a AMP elegeu mal a liderança. Porque este não é genuino é como nós estarmos à esmola de cada número é que hoje em dia o puseram lá. Não são genuínos. Assim não se esqueça de si mesmo. Duas vezes nós sentimos nós próprios que estamos numa outra dinastia, nós sentimos o nosso corpo como uma só pessoa que está em Timor que pode fazer-nos esquecer de nós próprios.
Quando nos esquecemos de nós próprios como líderes, isso pode levar-nos a cair num buraco e nem sentimos. Assim, ameaçar-me, não é preciso ameaças, durante 24 horas eu estou sempre pronto. Mas eu só dou um conselho ao Sr. Xanana, eu Alfredo, algum medo, não, nunca tive.
Assim, não é preciso cansar-se a ameaçar porque se eu é que quisesse dar um ultimato, eu sinto que Dili ficaria vazia, dê o seu ultimato, depois é que eu também darei o meu.
MENSAGEM PARA A POPULAÇÃO DE DILI
Eu peço a todo o povo para ver. Esta crise a rigor é uma manipulação política. Para resolver esta crise, a única maneira é assegurar duas coisas. Primeiro garantia de estabilidade e segurança e depois é que podemos sentar-nos e através do diálogo entrar no processo judiciário depois do resultado do diálogo. Assim. E os governantes que estavam no governo nessa altura todos têm que estar prontos para ser investigados. Eu assusto-me é com os que são muito claros que fazem crimes e que até hoje andam por aí em liberdade, a governar e a ser elevados nos postos. O que é isso? Estamos a brincar! Naquela altura o Sr. Xanana é que era Presidente, ele é que era o Chefe de Estado, o Chefe da Nação, onde é que está a responsabilidade dele como governante para com esta crise? Porque se uma crise acontece durante o tua governação, quer dizer que tu não tens responsabilidade, tu não tens capacidade de liderança e fazes com que morram muitos timorenses. Onde está a tua responsabilidade e empurras outra vez para os pequenos. Se um soldado das F-FDTL cometer um crime, onde está a responsabilidade da liderança? Como comando onde está a responsabilidade? Não é empurrar outra vez o peso para os soldados. Como agora, como o Sr. Xanana e os outros membros do Governo anterior e o Sr. Mari e os outros todos empurram o peso para cima dos pequenos e lavam as mãos e querem que o povo vote neles para sempre. Isso só um povo parvo é que votaria neles. Assim, eu sinto que não havia outra opção com pensamento democrático para o povo votar, do que os que hoje estão no governo, principalmente o Sr. Xanana e mais um ou dois, o resto dos governantes são inocentes mas não têm direito, não têm controlo, tudo é controlado de cima, centralizado em cima, isso quer dizer que a nossa nação, se nós não tivermos cuidado, estes governantes mudarão para uma nação ditadura para eles por causa da riqueza que existe. Muita coisa acontece ali, corrupção e mais corrupção. Eu aqui no mato tenho várias listas. Eu sei das contas privadas de alguns e quanto é que existe em cada conta, eu sei. Assim, não é preciso acreditarem nos governantes por eles, se eles forem bons, antes também eram. Acreditem em mim. Não precisam de acreditar em mim porque dizem que eu defendo interesses políticos. Eu não sou político, sou militar, eu tenho obrigações para com a garantia de estabilidade e democracia no meu país, para defender o povo, defender a nação e salvaguardar a nação porque este é o meu trabalho como militar. Mas eu não defendo interesses políticos. Assim, mas, os governantes falam como eles falavam na propaganda. Em 75 eram sempre eles, a propaganda como é, no mato a propaganda como era, na independência a propaganda como é, nas duas eleições, como é a propaganda. Sempre a mesma, assim, acreditemos de acordo com o nosso coração, dêem as mãos e vejam com os olhos, provem com a língua, acreditem nisto. E eu ainda não tenho má intenção de para fazer mal a esta nação e o Governo é que deu já um limite para no fim do ano (2007), nós só ficamos a ver, agora há ameaças para me amedrontar, ultimato, eu Alfredo não me assusto, assim, eu nunca pensei para fazer mal a uma só pessoa, eu defendo-me (auto defesa), para salvar a minha pátria, o meu direito, como qualquer outro cidadão.
ACERCA DO DIÁLOGO COM O GOVERNO
Ainda não há diálogo. Isso é uma reunião para nos encontrarmos para facilitar que o diálogo decorra bem. E dali, eu só pedi uma coisa para a nossa honestidade para a crise, a nossa responsabilidade para a crise, qual a nossa honestidade para o povo, onde estivemos envolvidos e não mais mentiras. Eu já disse claramente quantas vezes, fiz documentos por escrito, já muitos, que eu, para este ponto, e este ponto, eu estou ali, eu é que me responsabilizo. E os meus soldados, nem um só, não há um só que fosse preso por isso, é minha responsabilidade como superior, certo ou errado, eu é que responderei, eles têm direito de dar testemunho, não é ter direito de serem julgados. Assim, para isso mesmo é que eu não quero as minhas duas pessoas ali, eu não quero ser vítima.
Pergunta: O Governo deu mais uma oportunidade para que desça.
Eu sinto que o Sr. Xanana deve ter um pouco de vergonha, ele nunca me pediu para nos sentarmos e conversarmos, eu é que pedi ao MUNJ e eu é que pedi para haver uma “task force” para fazer. Para pedir para ir encontrar-me com ele Primeiro Ministro e com o Presidente. O meu querer é para me darem alguma coisa em que eu possa acreditar, alguma coisa que eu possa agarrar para acreditar, para nós nos podermos sentar juntos porque eu, se eles próprios é que me condenaram à morte, deram cartas de autorização para as pessoas me poderem matar e fazerem operações contra nós e os nossos amigos morrerem, eu ainda não fiz nada contra eles, assim como posso acreditar? Eu quero que eles me façam acreditar e depois, mas, eles dizem que não querem porque têm medo das FDTL, então querem envolver as FDTL no meio, isso é que eu digo, então se é assim, muito melhor.
Isto é o que eu apresento, não foram eles que pensaram, eles que pediram, é mentira. Isto é que se diz, os novos mentirosos são estes. Eles inventam tudo só para ganhar o povo. Mas eles têm medo porque têm medo do fim do ano (2007), o compromisso deles não se realizou, o Governo falhou. Isto é o que eu posso dizer este Governo que está nas mãos do Xanana já tem 99% de falhanço. Assim, a AMP elegeu a liderança errada para levar a AMP para a frente...
Transcrição da entrevista de 57 minutos e 56 segundos.
segunda-feira, janeiro 14, 2008
ENTREVISTA ALFREDO REINADO (1) traducao
Por Malai Azul 2 à(s) 19:04
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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