Guardian Unlimited – August 13, 2007 3:30 PM
Simon Tisdall
East Timor shows signs of falling apart in the hands of the men who led the independence struggle.
Sporadic gang violence, rape, and arson attacks following the appointment of a new government in East Timor have underscored the country's continuing fragility eight years after the international community, improvising on a theme developed by Tony Blair, intervened to end Indonesian control.
As with other noted "humanitarian interventions" in Kosovo and Sierra Leone during the same period, Timor is seriously unfinished business - but it no longer enjoys the political attention that briefly made it an international cause celebre. As a result, the nation-building agenda laid out following formal independence in 2002 remains as daunting as ever, and may yet fail.
Internal factors are just as important. Timorese society is deeply divided, not least between the east, the heartland of the pre-independence Fretilin movement's resistance to Indonesian rule, and western areas. Despite considerable potential oil and gas revenue secured by a 2006 deal with Australia, most Timorese remain desperately poor, with up to 80% unemployed.
Language is another barrier. Tetum, the dominant local language, vies with Indonesian and Portuguese, now designated, oddly, as Timor's official tongue.
The wounds of last year's army mutiny and the subsequent violence and political showdown have yet to heal. According to the UN, around 150,000 Timorese - some 15% of the population - was uprooted and many people remain so. This crisis formed a bitter backdrop to parliamentary elections in June.
Fretilin emerged with the most seats but forfeited power to a more numerous coalition led by its former Falintil guerrilla commander, Xanana Gusmao. Mr Gusmao, East Timor's first president, was named as prime minister last week by his sometime ally and the current president, Jose Ramos Horta.
At his swearing-in ceremony Mr Gusmao vowed to bridge the country's divisions: "No political party, no institutional entity, no citizen will be excluded from the political process ... The new government's first priority is to regain the confidence of the institutions of state." But Fretilin's leader, the former prime minister Mari Alkatiri, declared the new government illegal and announced a parliamentary boycott.
Although Mr Alkatiri condemned election-related violence, including attacks on UN personnel and Australian peacekeepers, the UN has pinned the blame on Fretilin supporters. So far Fretilin has ignored appeals by NGOs and election observers to rejoin the political process.
While Timor's troubles no longer directly concern Mr Blair and others who viewed their solution as integral to a new international order, they remain a cause for concern in Canberra, the leading bilateral aid donor. Australia also has about 1,000 troops in the country, part of the international stabilisation force supporting the UN mission, and there is little prospect of an early departure.
Greg Sheridan, the foreign editor of the Australian newspaper, accused Fretilin of responsibility for the upheavals in a recent commentary. "Its leaders say they are not ordering or even sanctioning violence. But these were Fretilin mobs that were rioting and Fretilin's leaders could have stopped the riots ... Fretilin is facing a Hamas-like moment. It must decide whether it is essentially an armed militia or a respectable political party committed to democracy."
The insecurity attendant on the political process was undermining attempts to attract foreign investment or develop job-creating industries such as tourism, Mr Sheridan added. Australia would have to stay engaged for many years to come - or risk witnessing a civil war.
There are other ways of looking at external involvement. East Timor's chronic dependence on military support, on an estimated $3bn in foreign aid in recent years, and on a bewildering series of UN missions (the fifth since 1999, Unmit, was organised last year) was a hot election issue, with many voters wondering exactly what their hard-won sovereignty really means.
According to Loro Horta, writing at Open Democracy, such worries point towards a more fundamental dilemma: what he called "the loss of trust by the people in its once near-mythical leaders".
Just as Fretilin was increasingly seen not as a national movement but a party dominated by easterners, he argued that:
"Xanana Gusmao himself - the once revered guerrilla leader and father of the nation looked upon as a pillar of national unity and impartiality - has also suffered a significant demystification.
"Horta and Gusmao face the consequences of having made various deals and concessions in order to secure support ... They may remain the nation's most respected politicians, but some of their prestige has been severely dented by the difficulties of the post-independence years."
In short, the men who led the liberation struggle are struggling to secure their achievement - while former international cheerleaders turn their backs and Indonesia, a giant neighbour with a long memory, watches quietly from across the 1999 border.
If they fail, it is unclear who or what will follow.
terça-feira, agosto 14, 2007
Victims of their own success
Por Malai Azul 2 à(s) 03:23
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Vítimas do próprio sucesso
Guardian Unlimited – Agosto 13, 2007 3:30 PM
Simon Tisdall
Timor-Leste mostra sinais de se desmoronar às mãos dos homens que lideraram a luta pela independência.
Esporádica violência de gang violações e ataques de fogos postos depois da nomeação de um novo governo em Timor-Leste enfatizaram a continuidade fragilidade do país oito anos depois da comunidade internacional, improvisando num tema desenvolvido por Tony Blair, ter intervido para pôr fim ao controlo Indonésio.
Tal como noutras notadas "intervenções humanitárias" no Kosovo e na Serra Leoa durante o mesmo período, Timor é um negócio seriamente não acabado – mas deixou de ter a atenção política que por um pequeno período fez dele uma causa celebre internacional. Como resultado, a agenda de construção da nação marcada depois da sua independência formal em 2002 mantém-se tão afastada como sempre, e pode ainda falhar.
Factores internos são apenas tão importantes. A sociedade Timorense está profundamente dividida não apenas entre o leste o oeste, o coração do movimento pré-independência da Fretilin contra a governação Indonésia, e as áreas do oeste. Apesar do potencial considerável dos rendimentos do petróleo e do gás assegurados por um acordo em 2006 com a Austrália, a maioria dos Timorenses permanece desesperadamente pobre, com 80% desempregados.
A língua é outra barreira. Tétum, a língua dominante local, rivaliza com o Indonêsio e o Português, agora designado, estranhamente, língua oficial de Timor.
As feridas do motim militar do ano passado e a violência subsequente e revelações políticas não se curaram ainda. De acordo com a ONU, cerca de 150,000 Timorense – cerca de 15% da população – foi desenraizada e muita gente ainda permanece assim. Esta crise formou um amargo cenário para as eleições legislativas em Junho.
A Fretilin emergiu com o partido com mais lugares mas foi-lhe usurpado o poder por uma coligação mais numerosa liderada pelo seu antigo comandante da guerrilha Falintil, Xanana Gusmão. O Sr Gusmão, o primeiro presidente de Timor-Leste, foi nomeado primeiro-ministro a semana passada pelo seu aliado e corrente presidente, José Ramos Horta.
Na sua tomada de posse o Sr Gusmão prometeu aproximar as divisões do país: "Nenhum partido político, nenhuma instituição, nenhum cidadão será excluído do processo político ... A primeira prioridade do novo governo é reganhar a confiança das instituições do Estado." Mas o líder da Fretilin, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, declarou que o novo governo é ilegal e anunciou um boicote parlamentar.
Apesar de o Sr Alkatiri ter condenado a violência relacionada com as eleições, incluindo ataques a pessoal da ONU e a tropas Australianas, a ONU pôs a culpa nos apoiantes da Fretilin. Até agora a Fretilin tem ignorado os apelos de ONG's e de observadores eleitorais para regressar ao processo político.
Conquanto os problemas de Timor já não preocupam directamente o Sr Blair e outros que viram a sua solução como essencial para uma nova ordem internacional, eles mantém-se como uma causa de preocupação em Canberra, o dador que lidera a ajuda bilateral. A Austrália tem ainda cerca de 1,000 tropas no país, parte da força internacional de estabilização de apoio à missão da ONU, e não há perspectiva de uma partida breve .
Greg Sheridan, o editor de assuntos estrangeiros do jornal Australian, acusou a Fretilin de responsabilidade pelo levantamento num comentário recente . "Os seus líderes dizem que não estão a ordenar nem mesmo a sancionar a violência. Mas estas foram multidões da Fretilin que se amotinaram e os líderes da Fretilin podiam ter parado os motins ... a Fretilin está a enfrentar um momento parecido com o Hamas. Deve decidir s é essencialmente uma milícia armada ou um partido político respeitável comprometido com a democracia."
A presente insegurança no processo político estava a minar tentativas para atrair investimento estrangeiro ou para desenvolver indústrias que criam postos de trabalho como o turismo, acrescentou o Sr Sheridan. A Austrália terá de ficar engajada durante muitos anos - ou arrisca ser testemunha de uma guerra civil.
Há outras maneiras de ver o envolvimento externo. A dependência crónica de Timor-Leste do apoio militar, numa estimativa d $3bn em ajuda estrangeira nos anos recentes, e numa espantosa série de missões da ONU (a quinta desde 1999, a Unmit, foi organizada no ano passado ) foi uma questão eleitoral quente, com muitos eleitores a perguntarem-se o que é que exactamente significava a duramente conquistada soberania.
De acordo com Loro Horta, escrevendo em Democracia Aberta, tais preocupações apontam para um dilema mais fundamental: o que ele chama "a perda de confiança do povo nos seus líderes até há algum tempo quase míticos ".
Tal como a Fretilin estava crescentemente a ser vista não como um movimento nacional mas um partido dominado por gente do leste, ele argumenta que:
"O próprio Xanana Gusmão - o até há pouco tempo líder de guerrilha reverenciado e pai da nação visto como um pilar da unidade nacional e da imparcialidade – sofreu também uma desmistificação significativa.
"Horta e Gusmão enfrentam as consequências de terem feito vários negócios e concessões para assegurarem apoios ... Podem manter-se como os políticos mais respeitados da nação, mas algum do prestígio deles foi severamente mordido pelas dificuldades dos anos pós-independência."
Em resumo, os homens que lideraram a luta pela libertação estão a lutar para assegurar a sua conquista – ao mesmo tempo que antigos apoiantes internacionais viram as costas e o vizinho gigante, a Indonésia,com uma longa memória, observa calmamente do outro lado da fronteira de 1999 .
Se falharem, não é claro quem ou o que é que se seguirá.
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