terça-feira, agosto 14, 2007

Ramos-Horta desmente acusações da FRETILIN

Jornal de Notícias, 14/08/07

O presidente timorense, José Ramos-Horta, desmentiu, ontem, as alegações que lhe foram imputadas, anteontem, pela FRETILIN, partido maioritário, de que teria ameaçado de despedimento os funcionários públicos que participassem em manifestações antigovernamentais. Em comunicado enviado ontem à Comunicação Social, o gabinete do presidente da República desmente as acusações da FRETILIN e lamenta que aquele partido, vencedor das eleições legislativas de 30 de Junho, "tenha feito tais alegações (...) sem ter averiguado se teriam alguma veracidade".

As acusações da FRETILIN foram expressas num comunicado de Imprensa assinado pelo vice-presidente, Arsénio Bano, e pelo deputado José Teixeira. No texto, a FRETILIN manifesta ainda a sua disponibilidade para colaborar numa "investigação conjunta sobre a violência" registada nos últimos dias. A onda de violência avolumou-se com a escolha de Xanana Gusmão por Ramos-Horta para liderar o IV Governo Constitucional.

A FRETILIN, apesar de ter vencido as legislativas, elegeu apenas 21 dos 65 lugares do Parlamento, pelo que Ramos-Horta entendeu convidar Xanana Gusmão, indicado por uma coligação pós-eleitoral de quatro partidos, que garante a maioria absoluta no hemiciclo, com 37 assentos.

Depois de Díli, os confrontos estenderam-se ao Leste do país, tendo o incidente mais grave sido referenciado no sábado, em Baguia, junto ao orfanato dos Salesianos, em que uma menor terá sido violada.

A UNPOL, polícia das Nações Unidas, anunciou ontem que o suspeito do crime, um jovem de 16 anos, foi detido anteontem. Basílio Maria Ximenes, superior da ordem dos Salesianos, disse aos jornalistas que cerca de uma centena de timorenses participaram no ataque, afirmando que algumas alunas da escola foram violadas. "Estas pessoas, maioritariamente jovens, que consideram freiras e a Igreja Católica os seus inimigos, não só violaram as minhas alunas mas danificaram e destruíram a escola", disse. Atul Khare, chefe da missão da ONU em Timor-Leste, condenou o ataque, afirmando que qualquer pessoa considerada culpada deste tipo de crimes terá de responder perante a Justiça. O ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no Leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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