terça-feira, agosto 28, 2007

O Presidente da República entregou a formação de Governo à AMP

Jornal Nacional Semanário – 25 de Agosto de 2007 (colocado online a 27 de Agosto de 2007)

A população do distrito de Baucau mostrou-se descontente com a decisão do Presidente da República em entregar a formação do Governo ao CNRT e seus aliados (AMP), não tendo respeitado a vontade democrática do povo através da eleição.

O Coordenador da FRETILIN do distrito de Baucau, Januário Joaquim Xavier, falou sobre esta questão ao Jornal Nacional Diário, recentemente, em Baucau:

«A maioria da população de Baucau é militante da FRETILIN e sabe que este partido venceu a eleição e devia formar Governo. Então, não se entende porque é que o Presidente da República entregou o poder ao partido CNRT e seus aliados, não cumprindo o que está escrito na Constituição de que o partido mais votado é que deve formar Governo e não a AMP, porque o povo de Baucau não conhece a AMP, que não existia no tempo da campanha eleitoral.

Januário Xavier refere que «O povo de Baucau está descontente com a AMP, que não existia nos tempos da campanha, reconhece apenas o CNRT e os seus colegas, então isto significa destruir a democracia e, segundo a Constituição, não é justo, porque o partido mais votado é a FRETILIN, que venceu a eleição. Por estarem a brincar à política no topo, o povo de Baucau, na maioria militantes e simpatizantes da FRETILIN, não concordam e não concordarão com essa política, porque não foi explicado ao povo de Baucau a existência da AMP».

Januário acrescentou que o incêndio dos edifícios do Governo e de algumas ONG e o bloqueio de estradas foram reacções contra as actuações de elementos do Bangladesh da UNPOL que atiraram gás lacrimogéneo aos apoiantes da FRETILIN que mobilizaram uma acção pacífica no distrito de Baucau para protestar contra a decisão do Presidente da República.

O líder da FRETILIN no distrito de Baucau afirmou ainda que relativamente aos distúrbios surgidos nesse distrito não devem culpabilizar a liderança da FRETILIN, porque o erro está na decisão que causou uma forte reacção por parte dos eleitores da FRETILIN.

A FRETILIN desde sempre afirmou que deseja evitar atitudes de anarquismo mas por causa do comportamento de arrogância da liderança de alguns partidos que desejaram raptar o poder à FRETILIN, foi esta a consequência.

«Não peçam responsabilidade à liderança da FRETILIN, porque os donos dos votos é que incendiaram e mobilizaram a manifestação. A FRETILIN apenas é uma organização, os eleitores é que exigem. A FRETILIN está consciente que a democracia não foi destruída pelo povo mas pelos líderes políticos no poder. No mundo actual, a democracia tem mais valor mas os líderes no poder utilizam o poder para destruir a democracia. Então, o povo unido teve essa reacção e não peçam responsabilidade à liderança da FRETILIN.

A FRETILIN desde o primeiro dia solicitou aos militantes e simpatizantes que não destruíssem os bens públicos, edifícios do Governo ou privados», explicou Januário.

Não são os eleitores da FRETILIN que desconhecem a democracia e praticaram asneiras mas os líderes no topo, em essencial o Presidente da República é que não conhece a democracia, porque entregou o poder do Governo ao segundo partido mais votado e aos seus aliados, com o objectivo de destruir a maioria dos votos atribuídos ao partido FRETILIN.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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