O Primeiro de Janeiro
23 de Agosto de 2007
O alto-comissário da ONU para os Refugiados apontou a existência de “questões humanitárias” em Timor-Leste decorrentes da tensão que se vive no país. António Guterres defende que só uma evolução positiva da “situação política” poderá contribuir para as debelar.
“Espero que a situação política permita resolver rapidamente as questões humanitárias e de protecção que se têm posto à população timorense. Como sempre, nos problemas humanitários a solução nunca é humanitária”. A afirmação foi proferida por António Guterres, alto-comissário da ONU para os Refugiados, ontem, no final de um encontro com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza. Observando que actualmente “não há refugiados de Timor”, mas apenas “algum deslocamento interno por causa de questões de insegurança”, António Guterres reforçou que para ultrapassar os problemas existentes “a solução é sempre política”. “Quando os problemas políticos se resolvem, os problemas humanitários deixam de existir”, sustentou.
Cerca de cinco mil pessoas estão deslocadas e concentradas em pelo menos oito campos temporários no Leste de Timor-Leste devido à violência que afectou a região durante a qual foram queimadas mais de 320 casas. As maiores concentrações temporárias de deslocados localizam-se nas montanhas de Viqueque, onde estão cerca de mil pessoas, enquanto centenas de outras estão em vários pontos da cidade, na costa Sudeste do país e cerca de um milhar no quartel da polícia em Uatu Carbau.
Os distúrbios em Timor, que atravessa uma crise política desde Abril de 2006, foram desencadeados no dia 13, quando o Presidente Ramos-Horta designou como primeiro-ministro Xanana Gusmão, do partido CNRT (Conselho Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste) e não o candidato da Fretilin, o partido vencedor das eleições de 30 de Junho. Xanana dirige uma coligação de quatro partidos que controla 37 dos 65 lugares do parlamento, enquanto a Fretilin apenas obteve 21 deputados.
Apoio “exemplar” a Moçambique
No final de uma visita de quatro dias a Moçambique, António Guterres manifestou ainda o “apreço e gratidão” da agência da ONU a que preside pela “política exemplar de generosidade e de solidariedade do Estado e do povo moçambicano relativamente àqueles que procuram abrigo” no país. “Estamos a trabalhar muito para clarificar quem é e quem não é refugiado para que os refugiados possam ser protegidos, mas também para que ninguém possa usar dessa condição para abusar da hospitalidade do povo moçambicano”, especificou.
O ex-primeiro-ministro português prometeu também “apoiar a fundo” o programa do governo moçambicano destinado a reforçar a capacidade de integração e de auto-sustento dos refugiados, bem como “projectos que estão a ser preparados nos domínios da educação, saúde, apoio à agricultura e segurança”.
quarta-feira, agosto 22, 2007
António Guterres defende melhoria na situação política para atender a questões humanitárias Timor precisa de estabilidade
Por Malai Azul 2 à(s) 20:28
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário