sexta-feira, março 23, 2007

Timor-Leste: Regresso à normalidade é prioridade, diz novo embaixador em Lisboa

Lisboa, 21 Mar (Lusa) - O novo embaixador de Timor-Leste em Lisboa afirmou hoje que uma das prioridades das suas novas funções é garantir a continuação do apoio de Portugal, de forma a permitir o regresso à normalidade no país.

Numa entrevista à Agência Lusa, Manuel Soares Abrantes, que entregou de manhã as suas cartas credenciais ao Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, escusou-se, contudo, a tecer quaisquer comentários sobre o actual momento político e militar que se vive no seu país.

"Um dos primeiros passos a dar em Lisboa é garantir a continuação do apoio de Portugal à estabilidade em Timor-Leste, nomeadamente na ajuda e no reforço da componente da segurança e uma melhor interacção" com as autoridades locais, afirmou o diplomata timorense.

A esse nível, Soares Abrantes destacou o papel "desde sempre importantíssimo" que Portugal tem desempenhado em Timor-Leste e elogiou o "empenhamento e profissionalismo" demonstrado pelos elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR), considerando-o "um exemplo".

"(Os 140 elementos da GNR) constituem um exemplo de profissionalismo, que pode e deve servir de padrão a toda a comunidade internacional", afirmou o diplomata timorense, lembrando que, em breve, Portugal vai enviar para Díli mais dois batalhões, que juntarão cerca de 60 a 80 novos elementos.

Natural de Díli, onde nasceu a 07 de Dezembro de 1958, Soares Abrantes escusou-se, porém, a pronunciar-se sobre questões políticas e militares em Timor-Leste, alegando tratarem-se de assuntos que não são da sua responsabilidade.

No entanto, e questionado pela Lusa sobre se o antigo chefe da Polícia Militar timorense, major Alfredo Reinado, actualmente em fuga, pode prejudicar de alguma forma o processo eleitoral que se avizinha em Timor-Leste (presidenciais a 09 de Abril e legislativas talvez em Junho), Soares Abrantes respondeu que cabe ao Estado timorense "criar condições para cumprir a agenda política já determinada".

"Há um plano que foi estabelecido. Há oito candidatos (às presidenciais) e agora cabe ao governo, ao Estado, executar e cumprir a agenda política já determinada", afirmou o diplomata timorense, que substitui no cargo, desde hoje, Pascoela Barreto, que irá representar Timor-Leste na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O segundo embaixador da história de Timor-Leste em Portugal sublinhou que as prioridades dos quatro anos do seu mandato passam sobretudo pela execução de cinco outras "premissas fundamentais", com destaque para a promoção, no seu país, da Língua Portuguesa.

"O meu país necessita de uma maior difusão e de uma consolidação da Língua Portuguesa, factor que é transversal a todos os sectores da sociedade, sobretudo nos domínios da Educação", sublinhou o embaixador timorense, que foi vice-ministro da Justiça no primeiro governo constitucional de Timor-Leste (2002/06).

Além do reforço da cooperação na Educação, Soares Abrantes tem também instruções para promover mais e melhores acções na área da Justiça, destacando que Portugal, "mais uma vez", tem estado na primeira linha e que, por via disso, já foi possível ao país, em quatro anos, a formação de inúmeros quadros.

"Já temos 22 magistrados, nove juízes, sete procuradores e um número apreciável de advogados, que, graças a Portugal e ao PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) vão assegurar o futuro do país", sustentou.

No quadro da cooperação empresarial, Soares Abrantes disse estar instruído para promover o investimento junto do empresariado português em Timor-Leste, utilizando também as inúmeras associações e organizações não governamentais e católicas.

"Será bom para Timor-Leste porque vai ajudar também a combater a pobreza e o nosso governo está empenhado nisso mesmo, em erradicar a pobreza no país", acrescentou.

Além de Soares Abrantes, entregaram hoje as cartas credenciais a Cavaco Silva os novos embaixadores Omer Kaya Turkmen (Turquia), com residência em Lisboa, e os não residentes Soutsakhone Pathmmavong (Laos), Federico Edjo Ovono (Guiné Equatorial), Dato Subramaniam (Malásia), Hassan Kibelloh (Tanzânia) e Mohamed Jaham Al-Kuwari (Qatar).

JSD-Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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