(Tradução da Margarida)
Asia Foundation – 15/03/2007
Por: Katherine Hunter
Justa ou injustamente, o julgamento do antigo Ministro do Interior Timorense, Rogério Lobato, é um teste para o sistema judicial cheio de problemas de Timor-Leste. Indiciado por apropriação indevida de bens públicos, homicídios — e a importação não autorizada ou uso de armas de fogo para perturbar a ordem pública — o Sr. Lobato é o primeiro governante de topo a ser julgado depois da violência em Maio de 2006. Esta violência levou ao pedido do governo para a intervenção de mais de 3,000 forças de segurança da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal e subsequentemente a uma missão alargada da ONU que incluiu 1,600 Polícias da ONU.
Depois de muita antecipação, o painel de três juizes deu o veredicto numa sala de tribunal cheia em 7 de Maço de 2007. O Sr. Lobato recebeu uma sentença de 7.5 anos por ter arnado esquadrões de ataque civis e por ter excedido a sua autoridade. Dada a forte presença da Polícia da ONU no exterior do tribunal, pró- e anti-Lobato manifestantes permaneceram calmos, aliviando assim a preocupação de que o veredicto desencadearia mais violência. Reacções públicas ao veredicto foram, apesar de muitos cidadãos estarem desapontados com a ligeireza da sentença: esperavam até 32 anos de prisão pelo papel do Sr. Lobato no desassossego do ano passado. O Sr. Lobato mantém-se em detenção domiciliária dado o recurso preenchido pelo seu advogado.
Muito assenta no resultado da decisão do Tribunal de Recurso. As escolhas perante o tribunal incluem o arquivamento ou a re-afirmação do veredicto, bem como ou redução ou aumento da sentença. Cada decisão tem desvantagens num país que tem um moinho de rumores omnipresente e onde o desassossego continuado e a estação das campanhas eleitorais alimentam alianças sempre em mudança.
Para o sistema judicial, é um teste chave do jovem e combativo sistema, e uma oportunidade para o domínio da lei criar raízes mais firmes. Há percepções espalhadas de impunidade em Timor-Leste devido a ambas as razões: um sistema judicial fraco e sobrecarregado e o fraco entendimento pelos cidadãos dos procedimentos judiciais. Dado que o “tribunal da opinião pública” já julgou e condenou o Sr. Lobato, qualquer redução da sentença – ou o arquivamento do próprio veredicto – alimentará mais rumores de interferência política no processo judicial bem como re-afirmará a fraqueza do sistema e reforçará a percepção de impunidade. Ainda mais importante, o destino do Sr. Lobato é o de uma nação que procura alguém para culpar dos eventos do ano passado. A detenção do Sr. Lobato será assim vista como o sinal chave de “justiça” – um governante de alto nível a enfrentar consequências de ter actuado contra os interesses de todos os prejudicados e que ficou mais vulnerável com os fogos-postos, as pilhagens e a violência espalhada em Dili que levou mais de 150,000 cidadãos (15% do total da população) a fugirem das suas casas para campos de deslocados.
Quando começa a campanha para as eleições presidenciais de 9 de Abril e os cidadãos se preocupam com as buscas do desertor da polícia militar Alfredo Reinado no montanhoso sul de Dili, a nação espera por notícias sobre o destino do Sr. Lobato e pergunta-se se o domínio da lei prevalecerá.
sexta-feira, março 23, 2007
Em Timor-Leste: um teste para o sistema judicial
Por Malai Azul 2 à(s) 00:55
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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