quinta-feira, agosto 17, 2006

ONU batalha com a Austrália sobre a presença em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

FairFax Digital

Mark Coultan Herald Correspondente em New York
Agosto 17, 2006

A maioria do Conselho de Segurança das Nações Unidas quer substituir a força multinacional liderada pelos Australianos com um contingente militar liderado pela ONU.

Contudo, a Austrália tem apoio da Grã-Bretanha, Japão e os USA para continuar a sua operação militar e deixar a ONU concentrar-se em prover Timor-Leste com uma força policial internacional para manter a estabilidade.

As opiniões dos 15 membros do Conselho de Segurança emergiram durante um debate sobre o papel da ONU em Timor-Leste. Um relatório do Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recomendou uma força militar da ONU apoiada por um contingente policial maior, uma ideia endossada pelo próprio Timor-Leste.

O embaixador da Austrália na ONU, Robert Hill, disse ao Conselho de Segurança que a ONU se devia concentrar no papel que podia preencher eficientemente, tal como prover uma presença de policiamento e ajudar a construir instituições Timorenses e que deixasse o papel militar para uma força multinacional liderada pela Austrália.

A Austrália, disse, oferecia-se para liderar a força às suas próprias custas, poupando dinheiro à ONU e provendo uma força flexível que já tinha dado provas no terreno e que tinha a mobilidade para responder a qualquer crise. Disse que uma nova missão da ONU devia ter a autoridade do Capítulo 7 da Carta da ONU, que autoriza o uso da força para manter a paz internacional e a segurança.

O embaixador Britânico, Emyr Jones Parry, disse que juntar uma nova força da ONU consome tempo e é desnecessário, dada a presença da Austrália e outros já lá.

Um outro membro da força militar já em Timor-Leste, a Nova Zelândia, disse que a força de 1600 polícias recomendada pelo relatório do Secretário-Geral pode ser excessiva.

Rosemary Banks, o embaixador da Nova Zelândia, disse que o treino para a polícia de Timorense devia ser feito só por um país. Mas representantes de Portugal e da Malásia os outros dois membros da existente força militar, apoiaram substituir as suas tropas com uma operação da ONU.

Isto significa que a Austrália e a Nova Zelândia continuarão provavelmente a prover uma força militar fora de um mandato da ONU, apesar de Mr Hill dizer que a Austrália "procurará participação regional para tal força, que providenciará uma capacidade de rápido destacamento e segurança para a ONU ".

Numa referência oblíqua à relação da Austrália com Timor-Leste, o embaixador Brasileiro, Piragibe Tarrago, alertou para os "perigos da neo-confiança".

O enviado especial do Secretário-Geral, Ian Martin, disse ao Conselho de Segurança que era importante demonstrar ao povo de Timor-Leste que o apoio internacional estará lá para o longo termo.

O novo Ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste, José Luis Guterres, enfatizou que a crise da nação ainda não estava resolvida. "Há muitas armas em mãos de civis, e as causas que por detrás do conflito ainda não foram respondidas por completo," disse.

Espera-se que o Conselho de Segurança vote hoje na questão da missão da ONU.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Os Austrálianos estão ansiosos por tomar conta de Timor, sózinhos, para poderem, com total à vontade, sem testemunhas, manobrar os cordelinhos.
Eu espero que os nossos dirigentes não caiam nessa casca de banana que eles nos querem atirar.
Eles estão disposto a pagar a conta que, depois, nos irão cobrar com juros e tudo. É aquilo a que povo chama de "oferecer um chouriço em troca de um porco inteiro".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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